Rafael Monteiro abraça Jéssica Prates na final do Absoluto A. Foto: Rebeca Reis.
Por Nelson Ayres e Paulo Rocha (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
Após conquistar o título feminino sub-13 do TMB Platinum Ciclo II, na última quinta-feira (6), no Rio de Janeiro, Maiara Alves (Itaim Keiko/JJ Yamada-SP) não se esqueceu de agradecer àqueles que a ajudaram a subir ao lugar mais alto do pódio. Entre os que participam de sua vida esportiva e os familiares, uma pessoa mereceu uma citação especial na entrevista após a vitória.
"Acho que sem o Buiú eu não teria vencido esse jogo", disse Maiara após a final da categoria, na qual bateu Ana Imai (Santo André/ADSA-SP) por 3 sets a 1.
Buiú é o apelido de Rafael Monteiro, técnico que comandou Maiara na campanha vitoriosa deste Platinum. Sua participação, além de orientação técnica, teve foco psicológico importante durante o jogo final do sub-13 e no duelo semifinal do sub-15, transmitindo à atleta confiança em momentos em que ela teve rendimento inferior à oponente e demonstrou algum abatimento.
"Em determinado momento pedi que a Maiara olhasse nos meus olhos, pois percebi que ela estava abatida no jogo. O mental dela estava abalado, pois não vinha conseguindo executar aquilo que a gente pedia. Percebi que, se não a chamasse para o jogo, ela não iria assimilar o que deveria ser feito. Ou seja, dei uma "chacoalhada" nela, que estava com um semblante de derrota em certo momento. Precisava fazê-la acreditar", disse Buiú, completando:
"Maiara é uma jogadora que possui muita experiência, muita qualidade e eu sabia que ela tinha reais condições de virar a partida. Era só acreditar no que ela tem dentro de si. Conseguiu, tenho muito orgulho dela".
Ele voltou a brilhar na noite de sábado, na final do Absoluto A do TMB Platinum. Comandando Jéssica Prates, voltou a mostrar seu estilo motivador durante o jogo decisivo, vibrando intensamente a cada ponto. O resultado foi positivo: fez com que a comandada conquistasse o inédito título.
Experiência no Haiti
Rafael Monteiro, o Buiú, é um treinador com vivência internacional. Trabalhou no Haiti e está ajudando a formar, no Itaim Keiko/JJ Yamada, ao lado de Eric Mancini, jovens talentos do tênis de mesa nacional, como Lucas Romanski, Vitor Thiófilo, Leonardo Iizuka, Maiara Alves e outros mais.
"Fui ao Haiti para realizar um trabalho social com o tênis de mesa. Como as crianças do projeto obtiveram bons resultados, passei a trabalhar com as seleções de base do país. Depois, recebi o convite para ser o "head coach" da seleção principal e fiquei seis anos nesta função. Conseguimos duas classificações para Jogos Centro-Americanos e Caribenhos, resultados fantásticos pela estrutura que tínhamos. Aprendi muito com as dificuldades que enfrentamos, as condições longe das ideais", relatou.
Para Rafael, o mais importante que trouxe desta experiência foi a coragem, estampada nos olhos dos meninos haitianos, que mesmo diante de todas as dificuldades acreditavam em seus sonhos. Por isso, procura passar para seus atletas brasileiros o quanto é importante valorizar as condições de que dispõem para treinar, competir e viver dentro do esporte.
"Sou um cara muito vibrante, essa é uma característica minha. Durante os jogos vibro bastante com meus atletas, procuro sentir os atletas. Às vezes, quando perdem um, dois pontos, percebo que estão desanimando e não permito que isso os contagie. Quando eles percebem que estou ali, ao lado deles, eles voltam para o jogo, recobram a concentração e rendem aquilo que podem", concluiu o treinador.
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