Aos 18 anos, Leonardo Iizuka irá disputar seu primeiro Jogos Olímpicos. Foto: Wallace Teixeira (CBTM/fvimagem.com)
Por Por Comunicação CBTM
A escalada de Leonardo Iizuka rumo a Paris foi rápida. Destaque desde as categorias de base do tênis de mesa brasileiro e campeão sul-americano sub-19, ele se destacou no WTT Contender Rio deste ano ao bater adversários internacionais de melhor ranking e chegar às oitavas de final. Uma promessa que está se tornando realidade, Iizuka integra o time brasileiro na disputa dos Jogos Olímpicos que estão prestes a começar.
Com apenas 18 anos, terá a oportunidade de disputar pela primeira vez os Jogos Olímpicos. Experiente em competições internacionais desde muito jovem, o brasileiro estará em Paris como integrante da equipe que tentará a inédita medalha. "O ciclo olímpico foi um processo difícil para mim. Tinha muitos sonhos e expectativas e precisei trabalhar duro para conseguir realizar esse sonho. Aliás, era um sonho que se tornou objetivo após eu constatar o nível no qual eu estava. Neste ano, tive resultados expressivos", analisou.
"Foi um processo mentalmente difícil também. Em alguns momentos, cheguei a pensar que não iria conseguir, que talvez precisasse adiar para o próximo ciclo, afinal, temos atletas muito fortes no Brasil. Mas botei na cabeça que ia dar o meu máximo e consegui", acrescentou Iizuka.
Amadurecimento
No início do ciclo olímpico, logo após os Jogos de Tóquio 2020 (que foram disputados em 2021 em razão da pandemia de covid-19), Leo Iizuka ainda era um adolescente, competindo na categoria infantil, e a disputa dos Jogos de Paris, um sonho distante. Agora, ele integra, como suplente, a seleção brasileira olímpica.
"O amadurecimento precisa vir desde cedo, quando você começa a pensar no esporte como algo profissional para a sua vida. Creio que amadureci rapidamente, como atleta e como pessoa", afirma Leo, revelando que a transição da categoria de base para a adulta é algo complexo.
"Você pode ter ido bem na base, mas nota uma imensa diferença de nível quando chega ao adulto. O comportamento dos atletas, a experiência que você ainda não tem. Tudo é novidade. Mas consegui lidar bem com isso", explicou.
Gratificante
Iizuka estará em Paris na condição de suplente. Os titulares são Hugo Calderano, Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro. Em razão disso, ele terá a oportunidade de, além de adquirir vivência olímpica, observar atentamente o desempenho dos atletas e as características dos melhores do mundo bem de perto.
"Será muito importante para mim, pois ainda não tive a oportunidade de representar a seleção brasileira adulta em muitos campeonatos - na verdade, somente no último Sul-Americano. Vai agregar muito na minha carreira a experiência de ter estado numa Olimpíada com apenas 18 anos. Confesso que, para mim, ainda é uma coisa difícil de acreditar”, confessou.
E acrescentou: "Estar perto dos melhores do mundo, que estarão lutando por uma medalha olímpica, é muito gratificante. Sentir de perto o ambiente de treino, o ambiente de jogo. Toda a preparação executada no ciclo olímpico será posta em prática. Ser parte disso é emocionante, uma experiência única".
Exemplos
Para Iizuka, fazer parte da equipe do Brasil ao lado de Hugo Calderano, que atualmente é o sexto melhor mesa-tenista do ranking mundial - melhor posição já alcançada na modalidade por um brasileiro -, possui um significado todo especial.
"Poder conviver com um grande atleta como o Hugo, um dos melhores do mundo, que estará brigando por uma medalha olímpica, será muito especial. Poder observar o comportamento dos grandes atletas, também fora das mesas, será um grande aprendizado. Tudo que eu puder adquirir de experiência será importante para que, nos próximos Jogos Olímpicos, em Los Angeles 2028, eu já possa ir como titular", disse.
A trajetória de Leonardo Iizuka se assemelha à de Bruna Takahashi, que praticamente estreou na seleção brasileira adulta em Jogos Olímpicos - no caso dela, no Rio 2016. Para o jovem atleta, isso representa muito. "É muito legal, logo ao sair da categoria de base e ingressar na adulta, poder disputar a competição mais importante de todas. Mas é um pouco difícil se adaptar justamente por nunca ter vivenciado algo desta grandeza. É algo novo, coisa de outro mundo. Mas muito bom", garante.
Experiência alemã
Assim como outros atletas top do tênis de mesa brasileiro, Leonardo Iizuka mora e compete na Alemanha, pelo Ochsenhausen, um dos maiores clubes do mundo na modalidade. Sua adaptação ao estilo europeu de jogo, especificamente o germânico - e também ao modo de vida local - não foi tão simples, conforme ele explica.
"Foi difícil me adaptar, são culturas muito diferentes. O treino é mais intenso. O clube é um dos melhores do mundo, o ambiente de treinos é muito forte. Mas, apesar da dificuldade na adaptação, é algo que está me ajudando muito. Está sendo muito proveitoso para mim", revela Leo, que citou um fato atenuante na adaptação.
"Há outros brasileiros no clube e isso facilita muito, pois é possível manter o convívio de pessoas do mesmo país, da mesma cultura, que possuem os mesmos objetivos no esporte. É difícil estar longe da família para buscar os sonhos, então ter este contato com pessoas do mesmo país ajuda muito no dia a dia".
Pescaria
Mesmo sendo um atleta focado em seus objetivos e dedicado aos treinamentos, Iizuka é apenas um rapaz de 18 anos como muitos outros. Gosta de estar com os amigos, de pescar - principalmente quando está no Brasil. E como todo bom pescador, tem histórias para contar. "Já pesquei um tambacu, o nome é esse mesmo, que devia ter uns 20 quilos. Não posso afirmar que o peso era esse, pois não tínhamos balança na ocasião. Esse foi o meu maior peixe", conta.
Em razão de sua descendência e do gosto pela pesca, seria difícil que Leo não tivesse a comida japonesa como sua preferida. "Prefiro até mais do que um churrasco. Podem até me contestar, mas é minha opinião", brincou.
Sonho parisiense
Sobre Paris, onde terá a inesquecível experiência de disputar pela primeira vez os Jogos Olímpicos, Leonardo Iizuka comentou: "Paris é um sonho que cheguei a pensar ser impossível de concretizar. Numa fase em que não obtive grandes resultados, pensei que teria que adiar a ida aos Jogos Olímpicos para outras edições. Mas quando vi meu rendimento subir, vi que era possível", comentou.
Leo Iizuka nunca competiu na França. Contudo, realizou um período de treinamentos no país visando a disputa do Campeonato Mundial Juvenil da Tunísia, em 2022. Aliás, Paris é um sonho que acompanha Leo há algum tempo. Há cerca de dois anos, ele desenhou um logotipo dos Jogos Olímpicos em uma folha de papel e colou-a na parede de seu quarto como objetivo a ser alcançado. E assim o fez.
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