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Paris 2024 – Vivenciando um novo papel nos Jogos Paralímpicos, Carla Maia quer mostrar sua competência na mesa

Brasileira já teve a experiência de ir aos eventos como jornalista e, agora, como competidora

Depois de vivenciar os Jogos Paralímpicos como atleta, Carla Maia agora participa como atleta. Foto: Dhavid Normando (FVimagem/CBTM)

Por Comunicação CBTM

16/08/2024 13h15


Nunca é tarde para realizar um sonho. A frase se aplica perfeitamente a Carla Maia: aos 43 anos, ela disputará, em Paris, pela primeira vez, os Jogos Paralímpicos. A brasiliense, que exerce a profissão de jornalista em uma emissora pública de televisão, poderá desfrutar do ambiente agora como atleta, já que participou da cobertura midiática do evento em algumas edições anteriores.

Com mais de 20 anos de experiência no tênis de mesa, Carla Maia é oito vezes campeã brasileira e representou o país em outras competições internacionais com destaque. Ela conquistou o bronze no individual no Pan-Americano da modalidade em 2013, na Costa Rica; bronze no individual e prata por equipes no Pan-Americano da modalidade em 2009, no Peru; e prata por equipes nos Jogos Parapan-Americanos do Rio 2007.

"Será minha primeira Paralimpíada como atleta, pois já estive em outras como repórter. Era um sonho para mim poder participar como atleta. Batalhei muitos anos para conseguir. Vou competir no individual e em dupla com a Marliane (Santos) e estou muito motivada", afirma.

O início no tênis de mesa

Carla Maia - cuja deficiência física foi causada por um sangramento espontâneo na medula quando tinha 17 anos - não esquece a forma como iniciou sua trajetória na modalidade. Ela cursava faculdade de Publicidade e Propaganda, sua primeira graduação acadêmica, e tinha o sonho de trabalhar com televisão.

"Quando estive no hospital, internada durante quatro meses para tratar o problema que tive, uma das atividades utilizadas pelos médicos era a prática do tênis de mesa para os pacientes. Lá conheci um atleta paralímpico da modalidade, o Iranildo Espíndola; como ele era conhecido no meio, o entrevistei para meu programa experimental de TV", lembra Carla, prosseguindo:

"Após a entrevista, joguei um pouco com o Iranildo e recebi elogios do técnico dele, José Ricardo, que me disse: 'Você tem que jogar tênis de mesa, será uma das melhores do Brasil'. Na época, não havia muitas mulheres no Brasil nesta modalidade paralímpica."

Mesmo relutante pelo pouco tempo disponível para treinar devido ao seu projeto de programa de televisão, Carla aceitou o convite de José Ricardo para participar do Campeonato Para Pan-Americano que ocorreria em Brasília. Ela conquistou uma medalha de prata e quase se classificou para os Jogos Paralímpicos de Atenas 2004.

"Somente a campeã se classificaria. Treinei focada na competição, mas mesmo assim fui bem, até a final. E tinha vantagem de sets para ganhar o ouro e a vaga. Mas, no meio do jogo, minha adversária 'encontrou' um efeito diferente que não consegui superar, e ela acabou vencendo pela diferença que precisava. Fiquei com muita raiva e desde então nutri esse sonho de ir aos Jogos Paralímpicos - que vou realizar agora, vinte anos depois, em Paris. Chegou a minha vez", relembra Carla.

Do outro lado das câmeras

Além de cobrir como repórter os Jogos de Londres 2012 e Rio 2016, Carla atuou como comentarista de TV nos Jogos de Pequim 2008 e Tóquio 2020. Ou seja, ela conhece bem os bastidores da maior competição paralímpica do planeta como jornalista. Agora, como atleta, viverá o outro lado.

"É até difícil explicar o quanto estou feliz. Estou aproveitando a oportunidade, desfrutando cada momento. Venho treinando muito para dar o meu melhor e ter o melhor desempenho possível. Não tenho controle sobre o resultado, mas empenho e dedicação não vão faltar", garante.

Assumidamente "chocólatra" e fã de axé music, Carla Maia revela ter paixão por outra modalidade: a ginástica artística, que chegou a praticar antes da tetraplegia. "Fiquei maravilhada com a Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos. Ela tem movimentos sensacionais e um aspecto emocional maravilhoso também. É uma grande inspiração para mim", declara Carla.

A patologia

Carla conta que seu problema médico ocorreu na volta de uma excursão escolar, quando começou a sentir sintomas de torcicolo, que evoluíram para outros problemas, como dormência nas mãos e rigidez muscular. Após consultar vários médicos, foi pedida uma ressonância magnética, cujo resultado revelou o problema.

"O diagnóstico foi de sangramento na medula, possivelmente originado por má formação da medula espinhal. As consequências foram problemas na cervical e a sequela de uma tetraplegia. Minha deficiência é alta, tanto que sou da classe 1, aquela na qual estão os deficientes mais comprometidos, com a maior limitação física no tênis de mesa", explica Carla, falando também sobre como a prática do tênis de mesa mudou sua vida.

"Quando eu andava, fazia ginástica rítmica, atletismo. Adorava a prática esportiva. Quando me vi cadeirante, tetraplégica, não conseguia crer na possibilidade de praticar esporte algum. Não tinha noção do meu potencial. Até comecei a fazer natação, mas não me adaptei. Foi quando descobri que no tênis de mesa eu poderia amarrar a raquete na mão, pois perdi a sensibilidade e o movimento dos dedos", diz Carla, prosseguindo:

"Confesso que, se não tivesse acontecido meu problema, eu dificilmente teria ido para o tênis de mesa, pois gostava de esportes que desafiavam as próprias limitações e não de medir habilidades contra adversários, jogar contra alguém. Então, foi uma grata descoberta; o tênis de mesa me fez voltar ao esporte, a ser competitiva. Ganhar medalhas, conhecer vários países. O esporte me abriu muitas portas e só tenho a agradecer", revela Carla.

Recado à torcida

Quinta mesatenista do mundo na classe 1 e número 18 no ranking conjunto das classes 1 e 2, Carla Maia foi convidada pela Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), após indicação da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM), para a disputa dos Jogos Paralímpicos de Paris. Seus expressivos resultados em competições internacionais ocasionaram o convite.

"Peço a torcida de todos os brasileiros por nós. Estaremos representando o país e faremos o nosso melhor. Vamos buscar a vitória com todo o nosso empenho, e a energia da torcida é muito importante", conclama Carla Maia.

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