Paris 2024 - Dona de duas medalhas paralímpicas, Jennyfer Parinos chega à França buscando fazer mais história
Após ir ao pódio em competições por equipes no Rio 2016 e em Tóquio 2020, ela promete lutar por mais medalhas
Natural de Santos-SP, Jennyfer começou no tênis de mesa aos 12 anos. Foto: Mauricio Val (fvimagem.com/CBTM)
Por Comunicação CBTM
Conquistar medalhas em Jogos Paralímpicos não é algo inédito para Jennyfer Parinos. Fazem parte de seu currículo duas delas, ambas de bronze, em competições por equipes, no Rio 2016 e em Tóquio 2020. Agora, em Paris, ela terá a chance de aumentar sua coleção, subindo ao pódio também individualmente (seu maior sonho) e nas duplas femininas.
Além dos bronzes paralímpicos, Jennyfer (integrante da classe 9) possui outras importantes conquistas em sua carreira. Ela faturou ouro nas duplas femininas WD14-20 e prata no individual feminino e nas duplas mistas XD14-17 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; prata no individual nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; prata no Parapan de Toronto 2015; e bronze por equipes no Mundial da China 2014.
"Comecei no tênis de mesa aos 12 anos de idade. Brincando na mesa do prédio onde eu morava, fui vista por uma vizinha que era atleta paralímpica da modalidade, que me levou para um dia de treinos com os profissionais. Então, me apaixonei pelo esporte e voltei no dia seguinte, no outro também e estou até hoje", relembra.
Diagnóstico
Natural de Santos-SP e atualmente com 28 anos de idade, Jennyfer é portadora de uma doença chamada raquitismo hipofosfatêmico, que provoca o enfraquecimento dos ossos. Exercitando a memória, ela relata fatos sobre sua patologia e como o tênis de mesa melhorou sua qualidade de vida.
"Nasci com uma doença rara, chamada raquitismo hipofosfatêmico, ligada ao cromossomo X ou XLH. O diagnóstico foi feito quando comecei a andar, pois eu sentia muitas dores no joelho. Minha mãe me levou a 19 ortopedistas e nenhum descobriu o que eu tinha. Até que fomos à Santa Casa de São Paulo; lá, descobrimos realmente do que se tratava e iniciei o tratamento", conta Jennyfer, acrescentando:
"Tomava muita medicação desde pequena. Além disso, era muito tímida, e as sequelas da minha doença me deixaram com as pernas arqueadas; na escola, eu me sentia inferior às outras crianças, que me olhavam muito e perguntavam a razão daquilo. Quando ingressei no esporte, aos 12 anos, ele funcionou como uma inclusão para mim. Conhecer pessoas com outros tipos de deficiência colaborou bastante para o meu desenvolvimento pessoal", afirma.
Ídolo e anseios
Indagada sobre qual seria seu ídolo na esfera esportiva, Jennyfer aponta uma atleta de sua modalidade, pela qual nutre grande admiração: Lígia Silva, que participou dos Jogos Olímpicos de Sidney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012.
"Gosto e admiro muito a Lígia Silva. Não somente como atleta, mas como pessoa também. Ela sempre me deu muitos conselhos no esporte, e tenho muita gratidão, idolatria pela Lígia", revela.
Para Jennyfer, cada ciclo paralímpico é diferente. Apesar de já possuir duas medalhas na mais importante competição esportiva do planeta, ela nutre forte desejo de conquistar mais e espera que possa concretizar a meta em Paris. Além disso, ela espera poder ajudar, com sua vivência na competição, as companheiras de equipe menos experientes.
"Já consegui conquistar duas medalhas em Jogos Paralímpicos, mas almejo conseguir mais em Paris. Acredito que isso coloca um peso maior no desafio, ter medalhado nas duas edições que participei. E ficarei muito feliz por poder ser um espelho para as mais novas", declara.
A classificação de Jennyfer Parinos para os Jogos de Paris veio após vencer uma seletiva disputada em maio, na Tailândia. A brasileira recorda o momento e a emoção que sentiu ao garantir a vaga.
"Foi muito emocionante, como tudo na minha vida. Ainda mais pelo fato de, neste ano, eu ter enfrentado muitas adversidades. Me preparei bastante, dei tudo de mim e ter sucesso gerou um sentimento de triunfo. Por isso, estou almejando tanto uma medalha em Paris, para coroar o trabalho que venho fazendo", relata.
Gostos pessoais
Assumidamente preguiçosa quando não está nas mesas treinando ou competindo, Jennyfer curte coisas simples, como estar com a família ou na companhia do namorado. Seu passeio preferido é ir a restaurantes, principalmente os de comida japonesa, que é a sua predileta.
Quando o assunto é música, ela garante ser muito eclética, apreciando diversos estilos. Em sua "playlist" há lugar para uma grande variedade: funk, rock, eletrônica. Aleatoriamente, ela procura desfrutar de tudo.
A inspiração para concretizar seus sonhos, contudo, vem da força interior que possui, de seu talento e de sua superação. Que venham mais medalhas em Paris.
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