Por CBTM
Não é só de educação e saúde, prioridades na maioria dos municípios brasileiros, que vive a cidade de Santo André. Beirando as 46 décadas de existência, a cidade das UPAs (unidades de pronto atendimento), AME (Ambulatório Médico de Especialidades) e maciço investimento na educação, também tem o que apresentar quando o assunto é esporte.
À parte de polêmicas como o Estádio Bruno José Daniel, time de vôlei masculino e desempenho de equipes da cidade nos Jogos Regionais, fatos que levaram a administração a ser alvo constante de críticas de opositores, Santo André tem ao menos um trunfo a comemorar. Pelo menos no que diz respeito ao esporte de base, ou seja, o investimento direto naqueles que serão os atletas do amanhã, tem sido marca importante do meio andreense. O município investe cerca de R$ 30 mil anuais no Programa de Iniciação Esportiva.
Como diz o próprio nome, o projeto foca o pontapé inicial de crianças no meio esportivo nas modalidades de atletismo, basquetebol, futsal, futebol, ginástica artística, handebol, judô, karatê, natação, tênis de mesa, voleibol e xadrez, que variam entre os alunos de 7 a 16 anos, faixa etária que engloba o programa, presente no município desde o início da década de 2000. Por si só, Santo André oferece suporte aos alunos desde o material esportivo utilizado nas aulas até o uniforme de identificação.
Com uma hora de duração e duas vezes por semana, as aulas são monitoradas por professores da rede municipal. “Normalmente as inscrições são feitas em fevereiro, mas as vagas remanescentes ficam disponíveis durante todo o restante do ano”, aponta Maristela Maffei, coordenadora de Educação Física da Prefeitura e responsável pela coordenação do projeto. É justamente aí que entra o esporte de base. Cada aluno que apresenta potencial na categoria que desejou praticar acaba sendo encaminhado pela própria coordenadoria do Programa de Iniciação Esportiva a outro projeto, o PAF – Programa Atleta do Futuro.
SESI é maior parceiro
Fruto de parceria, Santo André encaminha os pequenos com potencial atlético aos centros de aprendizado do SESI (Serviço Social da Indústria). No caso, as modalidades aproveitadas pelo SESI são atletismo, ginástica artística e natação, sempre com foco de garimpar à cidade atletas com potencial diferenciado às equipes de base andreense. “O SESI oferece espaço, estrutura material e coordenação pedagógica enquanto Santo André oferece professores de Educação Física. Deste modo, o atendimento se torna gratuito”, explica Maffei.
Devido à especificidade do projeto, ao contrário do que ocorre com o programa do município, o PAF reúne turmas de apenas 25 crianças e adolescentes, divididos por nível de aprendizado. Ao todo, cerca de 280 alunos participam do projeto em parceria com o SESI. Conforme se desenvolvem como atletas, mirins ou juvenis, os alunos passam a atuar em competições representando Santo André na modalidade em que despontou.
“A proposta partiu do SESI e gerou grande interesse na Prefeitura, por poder oferecer para a população maior capacidade de atendimento, sem entrar em desacordo com a pedagogia aplicada em nossos cursos”, diz Maristela Maffei. O Programa Atleta do Futuro foi criado em 1991, em parceria com a Unicamp.
Hoje 44 cidades brasileiras possuem vagas para o projeto e atendem 22 mil crianças. Daniele Hypólito, medalhista em Jogos Panamericanos, é um dos exemplos de atletas que surgiram por meio do convênio municípios e o SESI.