Por CBTM
Ela não tem olhos puxados como a maioria dos mesatenistas. Ela também não entrou no esporte por influência familiar desde cedo. Mesmo assim, Lígia Silva hoje já tem o tênis de mesa no sangue, se inspira na cultura dos orientais e vai disputar em Londres a terceira Olimpíada da carreira.
Na última sexta-feira, na série especial de reportagens olímpicas que o ESPN.com.br está publicando diariamente, a personagem é um amazonense da capital Manaus, de 31 anos, que atualmente vive na cidade de Santos, onde treina duro para os Jogos e ainda trabalha como professora de educação física ajudando crianças carentes. Mesmo em um esporte dominado pelos chineses no qual o Brasil tem poucas chances de medalhas olímpicas, Lígia já teve suas conquistas na vida.
Lígia Silva vem de família simples, tem sete irmãos e começou a jogar tênis de mesa de uma maneira pra lá de curiosa. Ela queria mesmo era fazer natação, esporte que mais gostava como criança, mas acabou com a bolinha e a raquete nas mãos para escapar de uma bronca da mãe.
"Comecei com 12 para 13 anos, foi totalmente por acaso. Eu gostava muito de natação e fui me matricular na Vila Olímpica de Manaus, mas a única vaga aberta era para tênis de mesa. Eu tinha que chegar em casa com a carteirinha de alguma modalidade, senão o couro ia comer com minha mãe. Eu era muito danada, e minha mãe queria que eu fizesse algum esporte. Então, teve que ser o tênis de mesa mesmo. Quando cheguei em casa com a carteirinha, minha mãe disse: 'Ufa, estou livre'", contou, aos risos, Lígia Silva.