Por CBTM
Já ensina o samba de Arlindo Cruz e Mauro Diniz que Madureira é sorriso, é paz e prazer. E, naturalmente, a nova atração do bairro que inspira verso e prosa não poderia deixar de estar imbuída desse espírito.
Prestes a completar um ano no próximo dia 23, o Parque Madureira virou ponto de encontro de todas as tribos: nos finais de semana, segundo os administradores, o maior complexo de lazer do subúrbio carioca e terceiro maior parque verde do Rio (atrás apenas do Aterro do Flamengo e da Quinta da Boa Vista) recebe de 20 a 25 mil visitantes por dia em seus mais de 103 mil metros quadrados à beira da linha férrea.
Para o deleite dos frequentadores, o lugar guarda um clima das saudosas praças, com carrocinhas de maçã do amor, vendedores de balões coloridos, casais de namorados e famílias esparramadas no gramado.
Mas há também atrativos de um parque moderno, como pistas radicais de skate, cinema ao ar livre e estação digital com acesso à web. E ainda música: forró, rock, MPB, charme e — como não poderia faltar no berço da Império Serrano e Portela — samba da melhor qualidade.
--- Estou arrependida de não ter vindo antes. Tem espaço para todos: parquinho para as crianças, academia de ginástica para a terceira idade... Dessa vez, vim de avó, com minha netinha. Mas, na próxima, virei sozinha ou com as amigas, porque descobri que tem também pagode e cervejinha - disse a aposentada Francisca Luiz Nunes, de 76 anos, moradora da Pavuna.
Quase um ano depois de inaugurado, o espaço continua recebendo uma multidão de visitantes de primeira viagem. Muitos de bairros além da Zona Norte e de cidades vizinhas. As amigas Mônica, Cátia, Elaine e Eloísa saíram cada uma de um lugar, de Jacarepaguá a Nova Iguaçu, para botar o papo em dia num shopping.
Mas no meio da tarde resolveram esticar o passeio até o parque do qual só tinham ouvido falar. Agora, planejam voltar. Assim como produtor de moda Lucas Silveira, de 24 anos. Morador do Recreio dos Bandeirantes, até o domingo passado ele costumava jogar vôlei somente perto de casa. Até que aceitou o convite de um amigo para uma partida em Madureira.
--- É um pouco distante, mas valeu. Tinham me dito que encontraria um ambiente agradável e pessoas divertidas. Foi exatamente o que descobri - revela Lucas.
Esportes ao ar livre
O vasto parque favorece a prática de esportes. E esta é, sem dúvida, o grande atrativo para quem vai ao lugar. Além da quadra poliesportiva onde Lucas estreou no subúrbio, o espaço tem uma quadra para futsal e outra de areia, academias de ginástica, ciclovia, pista de 1,5 quilômetro para caminhadas e corridas, cancha de bocha e um campo de grama sintética.
É nesse campo que, toda semana, o balconista Marcos Souza, de 33 anos, morador de Cavalcanti, joga futebol com os amigos. Ele é só um dos frequentadores de carteirinha da área de lazer. Taylan Fagundes, de 17, e Johannes Gomes, de 15, vizinhos em Madureira, fizeram do parque um quintal de casa, onde praticam outro esporte que faz muito sucesso por ali: o tênis de mesa.
--- Antes, jogávamos na rua. A mesa era uma tabuleta de camelô. A rede, uma ripa de madeira - lembra Taylan.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal– Ministério do Esporte.