Notícia

Conheça a história do criador do site Paratleta Brasil, Israel Stroh

Por CBTM

11/06/2013 19h46


Israel jogando tênis de mesaDiante de inúmeros sites que falam de futebol, surge um que trata exclusivamente de esportes paraolímpicos. O Paratleta Brasil procura ajudar o atleta com deficiência a ter mais visibilidade e também trazer informações ligadas diretamente a seus interesses. O criador e quem atualiza o site é Israel Stroh, santista de 26 anos, formado em jornalismo. Ele também é paratleta e a descoberta da sua deficiência rende uma boa história. Israel pratica esportes desde os seus seis anos de idade e o fato de andar um pouco “duro” nunca tinha atrapalhado seu desenvolvimento.

Seus pais até o levaram no médico que fez seu parto, mas como não quis admitir qualquer erro que tinha cometido, só disse que ele andava “meio tortinho” e que era normal. Foi somente quando fez uma entrevista de emprego em 2010, que o alertaram para a possibilidade de preencher a vaga de pessoa com deficiência. "Isso me assustou em um primeiro momento, mas resolvi consultar outro médico, que diagnosticou paralisia cerebral sem hesitar”, conta Israel, “entendi isso como uma doença que não me afetava em nada, o que não chega a ser totalmente errado. Aceitei a vaga, mas ignorei o fato por um ano”.

Ele praticava badminton por lazer. Foi durante um campeonato paulista, que um técnico de Campinas perguntou o porquê dele não ir para o parabadminton. Ele não gostou da pergunta, mas entrou em contato com o responsável da Seleção Brasileira que o orientou a gravar uns vídeos dele jogando para que visse se poderia jogar e qual seria sua classificação. “Quando eu vi esse vídeo, pude eu me conhecer de fato e ver como eu andava. Não imaginava que era assim, pois não havia me visto andando, em outro vídeo”, comenta.

Mas foi com o tênis de mesa, esporte que pratica desde os 14 anos, que Israel se firmou como atleta. Competiu até os 20 anos de idade, quando diminuiu o ritmo para se dedicar à faculdade. Nesse período, esteve em categorias convencionais, sem ser paraolímpicas e em jogos universitários, como forma de lazer. Em 2011, voltou a participar de campeonatos, como o Brasileiro, o qual terminou em terceiro lugar. No ano seguinte, competiu em cinco, dos seis torneios nacionais e conquistou um terceiro lugar, dois vices e dois títulos. Dentre os títulos, o mais importante foi a medalha de bronze no Torneio Mundial da França.Israel jogando tênis de mesa em uma campeonato

“Quando eu conheci minha deficiência, resolvi voltar ao tênis de mesa, pois é o esporte que eu jogo melhor e tinha chances de ter futuro, não só por mim, mas pela estrutura do esporte”.

Israel chega a treinar quatro horas por dia, mas depois do lançamento do site, ficou difícil cuidar da parte física, que faz apenas duas vezes por semana. Sobre a criação do Paratleta Brasil, ele conta que teve um momento em que sentiu necessidade de criar um negócio próprio em que pudesse fazer seus horários. Trabalhar em uma redação impedia que ele continuasse no esporte, pois era necessário fazer plantões aos finais de semana, os horários eram incertos e muitas vezes trabalhava mais do que o acertado. “Além do que, o esporte paraolímpico vem em amplo crescimento, não só na sua população de envolvidos, como também em estrutura, investimento. Sem contar que a população de pessoas com deficiência no Brasil é muito grande. Então, uni a minha necessidade com a necessidade do público em ter seu próprio veículo e desenvolvemos o Paratleta Brasil”, conta.

Ser um veículo com conteúdo exclusivo para paratletas traz uma maior visibilidade para atletas com deficiência. Israel fala que o paratleta é carente não de recursos, mas de divulgação e o site tem como objetivo resolver esse problema, que pode trazer mais respeito e até patrocínios. Ele comenta, “entendo que o importante é a mídia perceber o potencial das modalidades paraolímpicas. Sinceramente, não entendo como não percebem. Todos nós sabemos o quanto um atleta é vencedor ao chegar nas Olimpíadas. Agora, imagine, chegar nas Olimpíadas sem uma perna, como o Oscar Pistorius, ou sem um braço, como a polonesa Natalia Partyka, do tênis de mesa. O esporte paraolímpico é uma lição de vida, uma demonstração do quanto é possível enfrentar barreiras em busca do sonho. Em um mundo onde todos querem ser vencedores, seja no esporte, na arte, na vida profissional, pessoal, os atletas paraolímpicos trazem mensagens poderosíssimas de superação. Não há quem não se emocione ao ver um deficiente visual jogando futebol, ou um jogador de bocha lançando a bola com a boca... Qualquer história serve de exemplo”.

Israel ao lado de um companheiro de equipe no pódio com a medalha de bronze no pescoçoApesar da vida corrida, como atleta e jornalista, Israel diz que consegue bons resultados no esporte, como a conquista nesse ano, de uma vaga na seletiva para o Campeonato Panamericamo e em três torneios, perdeu apenas um jogo na etapa da semifinal da Copa do Brasil, mas venceu a segunda em Santos.

Com essa rotina de treino e trabalho, Israel sonha em conquistar uma medalha nos Jogos de 2016 e obter o respeito aos paratletas. “Eu sei o quanto é difícil, mas estou pagando o preço necessário e, como disse, sei que é possível. Como jornalista, me sentiria com a missão cumprida se conseguisse trazer esse respeito aos paratletas que o Paratleta Brasil tem como objetivo.”

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