Por CBTM
Para comandar uma Confederação, além de conhecimento sobre a modalidade, também é preciso muito amor e dedicação. Afinal, o responsável precisa abrir mão de muita coisa, trabalhar com empenho e dedicação.
O Presidente Alaor Azevedo é um apaixonado por Tênis de Mesa, esporte que praticou na juventude e o acompanha ao longo da vida. É importante fazer uma comparação com o passado para mostrar que o país não ficou parado no tempo e vem se desenvolvendo graças ao trabalho realizado por várias gerações.
Se agora o Brasil é respeitado e está entre os melhores do mundo se deve ao fato de ter deixado para trás o amadorismo com que o esporte era administrado, e o Presidente Alaor Azevedo é um dos principais responsáveis por essa evolução.
Nessa entrevista, entre outros assuntos, Alaor falou sobre sua carreira de jogador, explicou como conseguiu conciliar a profissão de médico com o cargo que ocupa, falou sobre o desenvolvimento da modalidade durante a sua administração e sobre as metas que o país possui até os Jogos de 2016.
Imprensa CBTM - Quando começou sua carreira como mesatenista? Por que decidiu parar?
Alaor - Iniciei com 8 anos em minha cidade natal, Itajubá – sul de Minas Gerais. Um dia disputei uma final de um campeonato carioca, e só havia duas pessoas assistindo e o árbitro estava bêbado. Eu ganhei, mas ai pensei, eu sou campeão do nada! Ai resolvi parar de jogar e me dedicar a direção, creio que fiz uma decisão correta. Ademais, estava terminando a minha faculdade de medicina e tinha que me dedicar a carreira.
Imprensa CBTM - Como o senhor concilia a carreira de médico com a presidência na CBTM?
Alaor - Sem problemas, pela manhã vou ao hospital e a tarde a Confederação. Adquiri uma capacidade de delegar as coisas, eu só tomo decisão, as pessoas executam e montei uma ótima equipe de trabalho na CBTM.
Imprensa CBTM - A CBTM existe desde 1979. Quais as maiores mudanças que o senhor nota a partir de então?
Alaor - A realidade do Tênis de Mesa brasileiro hoje é outra, em todos os aspectos e áreas. O Profissionalismo passou a ser a palavra de ordem da entidade, que antes era administrada de forma romântica e amadora. Hoje o atleta da modalidade goza de uma estrutura muito superior do que há dez anos. Além do ‘Bolsa Atleta’, os principais jogadores passaram a ganhar mais uma bolsa incentivo oferecida pela CBTM.
Imprensa CBTM - Como a Confederação é mantida, já que não possui fins lucrativos?
Alaor - Recursos governamentais, entre eles Lei Agnelo Piva e Ministério do Esporte.
Imprensa CBTM - Qual sua opinião sobre o tênis de mesa no Brasil? O senhor acha que se a mídia desse mais espaço ao tênis de mesa aqui no país teria mais investimento?
Alaor - Creio que sim, mas nós temos que fazer nossa tarefa de casa também. Melhorar os resultados, etc.
Imprensa CBTM - O senhor nota alguma melhora sobre o conhecimento do esporte, desde que foi trazido ao Brasil?
Alaor - A história do Tênis de Mesa brasileiro é muito grande. Os iniciantes da prática no Brasil eram turistas ingleses que, mais ou menos em 1905, começaram a implantá-lo em São Paulo. Durante todos esses anos, várias gerações de atletas brasileiros se destacaram e contribuíram de alguma maneira para o desenvolvimento do esporte, dos pioneiros Ivan Severo e Dagoberto Midosi, passando por Claudio Kano e Hugo Hoyama, e agora a nova geração de Cazuo Matsumoto, Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano, Caroline Kumahara e outros jovens que estão surgindo. O desenvolvimento é permanente e se deve ao trabalho feito com profissionalismo e seriedade.
Imprensa CBTM - Quais as principais diferenças (quanto às regras) entre o tênis de mesa e o ping-pong?
Alaor - Tênis de Mesa é uma modalidade Olímpica, com pontuação e regras, enquanto o ping-pong é o jogado nos colégios, nas praças, nos prédios e as crianças inventam adaptações. Não há regras específicas para o ping-pong. O Tênis de Mesa é disputado em ginásios fechados, os jogadores devem bater a bolinha para o lado oposto dificultando ao máximo a rebatida do adversário, que pode não ocorrer ou ser feita de maneira deficiente. Quem errar menos, faz mais pontos e vence. Os jogos são divididos em sets, sempre em numero ímpar, e vence aquele que fizer 11 pontos primeiro. Caso a partida empate em 10 a 10, ganha o mesa-tenista que abrir dois pontos de vantagem.
Imprensa CBTM – Quais são as metas da CBTM para os próximos anos?
Alaor - A nossa meta de ter dois jogadores masculinos entre os 50 primeiros do mundo em dezembro de 2014. Sendo que antecipamos em quase dois anos essa meta, com Cazuo entre os 45 do mundo no ranking recente. Estando entre os 50 do mundo, significa que estamos entre os 30 melhores, pois há vários chineses no ranking mundial e somente três podem representar o país nos jogos Olímpicos.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.