Por CBTM
Cada país tem um povo com uma característica peculiar. Os russos são conhecidos pela sinceridade. E Alexander Popov, ex-nadador multimedalhista olímpico, não foge à regra.
Na última terça-feira, 30, ele atendeu a um grupo de jornalistas no Palau Sant Jordi, antes das finais da natação do Mundial de Esportes Aquáticos. Mas não era exatamente sobre o seu esporte que ele estava disposto a falar.
Membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e destacado para fiscalizar a organização dos Jogos Olímpicos de 2016, o russo escancarou a sua insatisfação com o que foi feito pelo Comitê Organizador da Olimpíada brasileira. De acordo com ele, “as pessoas precisam fazer alguma coisa”.
Veja abaixo a íntegra da entrevista dada pelo ex-nadador russo, embaixador da Omega, patrocinadora do Mundial de Barcelona.
Sem Michael Phelps, você acredita que a natação nos Jogos do Rio de Janeiro pode perder um pouco do seu brilho?
Nós estamos a três anos dos Jogos Olímpicos. Acho que qualquer coisa pode acontecer. Michael pode decidir apenas curtir sua vida, mas pode decidir voltar. Talvez ele volte. Acho que é um pouco cedo para fazermos comentários sobre quem estará lá, quem não estará. Mas eu tenho certeza que alguns destes nadadores que estamos vendo aqui farão um grande papel no Rio de Janeiro... Se as estruturas estiverem prontas.
Você acha que elas não estarão prontas?
É melhor que estejam, faço parte da comissão de coordenação...
Como membro, você tem preocupação em relação a isso?
A luz vermelha já está acesa. Em relação a alguns problemas, a luz vermelha já está acesa.
Qual são estes principais problemas que o Rio de Janeiro tem?
A principal preocupação é sobre quando as pessoas começarão a fazer alguma coisa. Esta é a maior preocupação. São três anos desde quando Rio foi escolhido como sede, e só em fevereiro nós estivemos lá e havia alguma melhora. Em janeiro, um novo CEO (diretor geral) foi contratado (Sidney Levy). E torço para que ele faça algo.
O que você acha que o Rio precisa aprender em relação ao que está sendo feito em Sóchi-2014 e o que foi feito em Londres-2012?
O Rio precisa aprender a trabalhar como um time. Londres foi uma fantástica Olimpíada, de fato, em termos de hospitalidade, em relação à Vila Olímpica, que era absolutamente sensacional. Em termos de localização, infraestrutura. Sóchi é diferente, porque são três vilas, e é uma edição de Jogos de Inverno. Mas tem de aprender a trabalhar em equipe.
De que forma o COI vê as manifestações e a violência que têm ocorrido nas ruas do Rio?
O Comitê Olímpico Internacional permanece de olho bem aberto em relação a isso. E, ocasionalmente, nos atualizamos, permanecemos alertas sobre o que está acontecendo na cidade. É uma preocupação. Mas é uma preocupação do Rio, não nossa (do COI).
A Rússia e o Brasil receberão os principais eventos esportivos do mundo nos próximos anos. Qual deles você acha que está mais preparado para isso?
A Rússia está mais preparada para receber os Jogos de Inverno em Sóchi, neste momento, com certeza. Mas o Brasil, por sua tradição no futebol, tem uma leve vantagem em termos de estrutura prontas hoje para receber a edição da Copa do Mundo. Elas já estão prontas, e ainda estamos começando na Rússia. Mas acho que os dois países são capazes de organizarem bons eventos.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal– Ministério do Esporte.