Por CBTM
O ursinho Misha emocionou o mundo nas Olimpíadas de Moscou, na ex-União Soviética, em 1980, quando "chorou" em um mosaico feito nas arquibancadas durante na cerimônia de encerramento do evento, no Estádio Olímpico, com mais de 100 mil pessoas presentes.
Na Rússia, mesmo hoje em dia, não é difícil encontrar lembranças dos Jogos, principalmente na casa do ilustrador Viktor Chiknikov, "pai" de Misha. Ao falar do personagem, mesmo mais de 30 anos depois, o artista que criou o mascote ainda se emociona.
--- Eu não gosto quando as pessoas choram. Mas eu percebi que essas lágrimas eram lágrimas de agradecimento. É bom saber que as pessoas amaram meu Misha. Não esquecendo que a despedida do Misha foi no último dia das Olimpíadas. E antes disso, o Misha foi tão adorado que é até difícil vocês terem uma ideia. No restaurante do complexo olímpico, as colheres tinham a marca do Misha. O meu Misha estava em todos os lugares --- lembrou Viktor, em entrevista ao repórter Bruno Côrtes, para o "SporTV News".
Filho e irmão de artistas, com mais de 100 livros publicados, o ilustrador russo desbancou outros 40 mil trabalhos três anos antes das Olimpíadas começarem. Segundo ele, ganhou o concurso por motivos simples.
--- Pelos seus olhos vinha uma pergunta para a humanidade. Qual pergunta? Se você, com atenção, olhar para o Misha, perceberá que ele está olhando de volta para você, com uma pergunta simples: como vamos viver adiante?
A realidade do país-sede das Olimpíadas em 1980 era de um governo socialista. Naqueles Jogos, o bloco socialista liderou o quadro de medalhas dos Jogos, enquanto os Estados Unidos e vários aliados a boicotaram.
--- Acredito que consegui passar a mensagem, porque o Misha não tem características de personagem da Disney. Sabe aquela forma como os personagens da Disney se comportam? O Pato Donald (Viktor o imita)... O Misha não tem essa característica idiota --- ironiza Chiknikov.
Em 1980, ele estava no Estádio Olímpico tanto na cerimônia de abertura, quando viu o ursinho voar, como no encerramento dos Jogos em Moscou. Viktor conta que o urso criador por ele sabia o "caminho de casa".
--- Interessante que o Misha, quando o soltaram, voou em direção à minha casa, na direção desta região de Moscou, a Krasnaya Presinskaya. Eu penso que ele não esqueceu onde foi criado.
Aos 77 anos, Viktor Chizhikov até hoje desenha e acredita que Deus o fez dar alma ao mascote mais famoso da história olímpica.
--- O meu Misha tinha a alma com que eu presenteei. Para mim, foi Deus que me deu. E eu dei para o Misha. Os outros ursos tinham outras almas.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal– Ministério do Esporte.