Por CBTM
Os Jogos Paralímpicos deixarão um legado de maior acessibilidade à cidade do Rio de Janeiro para as pessoas com deficiência. As Paralimpíadas ocorrerão logo depois das Olimpíadas de 2016 e trarão mais de 10 mil pessoas para os eventos, incluindo 4.200 atletas, de 150 países. A avaliação é do presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Parsons, na última semana de encontro na sede da Autoridade Pública Olímpica (APO), no centro do Rio.
--- Precisamos de jogos que deixem legados nas estruturas construídas e nos serviços disponibilizados, que gerem uma continuidade para beneficiar o cidadão. E que possamos aproveitar o momento para ampliar a consciência da sociedade em relação à pessoa com deficiência, principalmente junto às crianças e aos jovens --- disse Parsons.
O presidente do Comitê Paralímpico declarou ainda que é preciso implementar melhorias na cidade, a fim de possibilitar o livre trânsito de pessoas com qualquer tipo de deficiência, seja de locomoção, de audição, de fala ou de visão.
--- Nenhuma cidade do mundo é 100% acessível a pessoas com deficiência e o Rio de Janeiro também não é, principalmente no que diz respeito a sistema de transporte e a calçadas. Mas há que se aproveitar os Jogos para fazer isso. O prefeito do Rio [Eduardo Paes] anunciou um programa preliminarmente chamado de Calçada Lisa e há uma preocupação em tornar a cidade mais acessível após os Jogos ---
Parsons lembrou que garantir acessibilidade não é só trabalhar no rebaixamento e no melhoramento de calçadas. “Não é só a questão dos cadeirantes. Além de rebaixar as calçadas, tem todo o sistema de transportes. Tem que colocar entradas com rampas em prédios públicos e prédios privados. Informações em braile nos pontos de ônibus. Tem que ter acesso à informação. Como uma pessoa cega pode acessar o computador? Como um deficiente auditivo pode usar o sistema de telefonia? Acessibilidade é algo muito maior do que simplesmente rampas e calçadas lisas”, ressaltou.
O presidente em exercício da APO, Elcione Macedo, destacou que é importante haver uma integração nos sistemas viários que estão sendo construídos para os Jogos sempre visando a garantir o acesso às pessoas com deficiência. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo Macedo, estima que 12,5% da população brasileira tenham algum tipo de deficiência.
--- Os Jogos Paralímpicos são uma grande oportunidade de legado, de conscientização dos promotores e executores de políticas públicas em relação ao espaço urbano. O Rio tem uma grande chance de se tornar acessível. Estamos trabalhando em um projeto de caminhos com a ideia de que os polos de competição tenham um anel de alta performance acessível no transporte público, incluindo as estações intermodais [quando diversos meios de transporte se cruzam]. Um dos principais legados será garantir a acessibilidade plena nessas confluências. Um cadeirante poderá cruzar o Rio de Janeiro inteiro usando os meios de transporte públicos --- disse Macedo.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.