Por CBTM
Esporte e superação, geralmente, caminham lado a lado. No tênis de mesa não é diferente, principalmente para os atletas paralímpicos. Um belo exemplo disso é Alexandre Ank, mineiro de Juiz de Fora, mas que representa a Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo (APMDFESP). Na Copa Brasil, ele disputa a categoria sênior olímpica e a classe 4 paralímpica.
Vítima de um acidente automobilístico em 1996, Alexandre procurou a natação como primeiro esporte, em 2003. Mas, a eliminação precoce em uma competição disputada em Uberlândia mudou o seu destino.
"Em 2003, eu fui para Uberlândia para participar de um evento de natação. Numa prova de classificação funcional, que definiria quem seriam os participantes do evento, eu não me classifiquei. Caminhado pelo Praia Clube (local do evento), eu entrei em um ginásio e vi uma competição de tênis de mesa. O Benedito, que na época era técnico e coordenador da seleção brasileira paraolímpica, me chamou para jogar. Eu estava descalço, sem camisa, apenas de sunga.. Mas ele explicou que um atleta havia desistido e perguntou se eu gostaria de jogar. Disse a ele que só conhecia pingue-pongue, mas que poderia completar a equipe", relembrou Alexandre, que logo na estreia mostrou seu potencial.
"Aceitei o convite, participei do torneio e fui campeão entre os iniciantes e terceiro colocado entre os profissionais. Foi ai que começou minha trajetória na modalidade", conta.Empolgado com o novo horizonte que se abria, o mineiro de Juiz de Fora não perdeu tempo. Depois de procurar apoio em sua cidade, foi convidado para se mudar para São Paulo.
"Quando voltei, procurei as pessoas que praticavam e segui jogando. Pouco depois fui convidado para jogar pela AACD de São Paulo e os representei por uma temporada. A partir daí, começou a ascensão da minha carreira".
Em pouco tempo, Alexandre já ultrapassou as fronteiras do Brasil. Não foi fácil, mas valeu cada minuto de esforço para seguir alcançando seus objetivos.
"Em 2004 encarei uma viagem de 58 horas de ônibus até a Argentina. Lá, fui campeão do Aberto Mundial na minha categoria, que é a classe 4, e também por equipes. Passei a ser chamado para disputar Pan-Americanos, etapas mundiais e em 2007 fui campeão por equipes e bronze na classe quatro no Pan do Rio, e me classifiquei para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008”.
Além desses títulos, Alexandre já venceu todas as competições nacionais paralímpicas do calendário da CBTM, e já perdeu a conta de quantas vezes participou e venceu a Copa Brasil.
Mesmo com uma trajetória vitoriosa, além de jogar, Alexandre ainda trabalha pelo esporte. Aos 34 anos, ele é estudante de educação física e desenvolve o tênis de mesa em Juiz de Fora, sua cidade.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.