Por CBTM
Antes de sacar, é praxe: assopram a bola. Depois de um longo rali, costumam ir até o centro da mesa e passam a mão na parte próxima à rede. Rituais sem sentido? Não. Os jogadores suam as mãos e por isso as secam numa área da mesa que não interfira no jogo; assopram a bola para que não fique úmida, temendo uma possível interferência da sudorese em seu desempenho.
"Nossa, então eles devem emagrecer muito!" pensam os curiosos e leigos no esporte. Mas, afinal, quais são as verdadeiras contribuições do tênis de mesa para a fisiologia do corpo humano? Visando responder e elucidar essa e mais outras questões, a CBTM foi atrás de profissionais do esporte, produzindo um extenso material exclusivo e de grande interesse para os amantes da atividade.
Jorge Vieira, o segundo entrevistado, entrou de cabeça na questão fisiológica do esporte. Formado na Universidade Católica de Brasília, foi fazer mestrado em Campo Grande(MS), no ano de 2012, com o seguinte tema: Contribuições metabólicas no jogo de tênis de mesa. Duas colunas escritas por ele, em virtude desse trabalho, chamam a atenção pela riqueza de dados e pelas experiências, até então inéditas no Brasil, realizadas (confira os links: http://mesatenista.net/noticias/coluna-tempo-tecnico/3959-analise-das-contribuicoes-energeticas-no-jogo-de-tenis-de-mesa.html ; http://mesatenista.net/noticias/coluna-tempo-tecnico/3963-analise-notacional-no-jogo-de-tenis-de-mesa.html).
Através de um laboratório em Bauru, Vieira pôde utilizar uma equipamento que media o consumo de oxigênio durante uma partida. Chegou a conclusões muito interessantes, como por exemplo, a associação do alto rendimento dos atletas com o tempo que esperam entre um ponto e outro. Quanto mais pesquisava os melhores jogadores, maior era o tempo que os mesmos levavam entre um ponto e outro. O Brasil, segundo o pesquisador, não treina com esse foco da recuperação necessária entre os pontos. O desconhecimento a respeito do tema é notório.
"Os técnicos brasileiros, claro que não todos, não correm muito atrás da parte científica do tênis de mesa. As grandes potências, como EUA, China e Alemanha, possuem investimentos altíssimos nessa área. Não é a toa que estão onde estão. Não adianta também copiar tudo o que sabem que os melhores fazem, sem saber o porquê daquilo que estão executando, tornando-se uma mera atividade mecânica. É necessária a capacitação técnica de um preparador físico ou de um treinador." ponderou Vieira.
Ambos os entrevistados concordam que as lesões são comuns, ainda que sejam majoritariamente mais leves. Para Vieira, porém, justamente o fato do tênis de mesa ser um jogo de intensidade alta, com longos intervalos de recuperação, comprova que o treinamento pesado não é o ideal para todo o calendário, durante todo o ano.
"É preciso um modelo de periodização dos treinos. A maioria dos técnicos não adota um modelo de periodização, com a regularidade correta, prejudicando o rendimento do atleta. Além disso, é necessário que se estude também a periodização do calendários; Não tem a menor necessidade de um atleta , em formação, competir todas os meses do ano. Com o reajuste necessário, os atletas se machucarão menos e jogarão melhor. A quantificação de carga de acordo com o período é feita no ciclismo, na musculação... Por que não no tênis de mesa?" indagou Vieira.
O que você acha de trocar uma corrida na esteira ou uma pedalada por uma partida de tênis de mesa? Para Vieira, é completamente plausível. "Não saberia te informar, quantitativamente, as calorias gastas em uma partida ou outras estatísticas. O que posso afirmar é que o tênis de mesa apresenta um gasto calórico considerável, sendo uma alternativa no controle de peso. Outro benefício a se destacar é que o esporte leva a uma adaptação cardiovascular, fazendo o coração bater menos em repouso, evitando que faça esforço além do necessário, o que é extremamente positivo para o organismo. Já vi atleta de tênis de mesa com o coração batendo a menos de quarenta e cinco por minuto. É incrível" disse Vieira.
Recentemente, o programa "Além do Peso", da TV Record, convocou Henrique Narita, jogador profissional de tênis de mesa, para preparar um treinamento específico para os integrantes do programa. O objetivo do reality é fazer com que os participantes percam peso e fiquem mais saudáveis. Confira o link aqui: http://videos.r7.com/alem-do-peso-participantes-jogam-tenis-de-mesa-e-suam-a-camisa/idmedia/537d0c340cf2532c5864a30c.html
Seja para perder peso, melhorar a saúde, controlar os batimentos cardíacos ou pelo simples prazer de jogar, o tênis de mesa se mostra como uma atividade que vem crescendo cada vez mais no Brasil. Segundo fonte (http://esporte.esp.br/os-10-esportes-mais-praticados-no-brasil/), já é o terceiro esporte mais praticado no Brasil, atrás do futebol e do vôlei. Depois de tudo isso, vai ficar difícil não ter vontade de jogar uma partida, não é mesmo? Boa diversão!
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.