Notícia

Massao Kohatsu se divide entre raquetes, bolinhas, cadernos e livros

Por CBTM

23/10/2014 19h31


Revelação do Tênis de Mesa brasileiro está cursando Administração na Mackenzie (SP)
 

Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) - 23/10/2014
 

 “É bem puxada, corrida e cansativa” – é assim que Massao Kohatsu define sua rotina. O mesatenista de 18 anos, número 85 no ranking mundial sub-18, está cursando Administração na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, mas sem descuidar dos treinamentos.
 

“Acordo normalmente às oito horas e vou para o treino da manhã, que vai de nove ao meio dia. Então eu almoço, fico uma hora na academia e às 14h45 volto a treinar. Quando termino, às 17h, me arrumo o mais rápido possível para a faculdade e vou de van, já que a aula começa 18h40. Janto por lá mesmo e no fim, às onze da noite, a van me deixa na porta de casa. Só dá tempo de comer alguma coisa, mexer um pouco no celular e ir dormir”, detalha Massao, que recentemente levou a medalha de ouro na categoria juvenil no Aberto do Chile.
 

Mas quem pensa que para por aí, se engana. O empenho do mesatenista se estende aos dias fora do CT de São Caetano. “Quarta e quinta-feira de manhã eu treino em São Bernardo, na ACREPA (Associação Cultural e Recreativa da Paulicéia), com o Fumihiro Takahashi (ex-mesatenista da seleção brasileira). Nesses dias tenho que acordar às 7h e pegar dois ônibus pra chegar e voltar de lá, à tarde e à noite é o mesmo esquema”, conta o paulista.
 

Atualmente no segundo semestre do curso, Massao diz que ainda não se adaptou totalmente à rotina, mas reforça o desejo de trilhar um caminho paralelo ao tênis de mesa. “Eu ainda não consegui me acostumar com isso tudo. Sempre quis jogar, mas também sempre pensei em fazer outra coisa, para ter uma possível saída caso não desse certo. Escolhi administração porque meu pai tem um negócio e meu tio cursou, então ele fez toda a propaganda pra mim (risos)”, relata o jovem atleta, que completa com uma pequena confissão de culpa.


“Estou gostando, apesar do cansaço. Confesso que às vezes o sono pesa”, admite. Quando o assunto é a carreira do futuro, ele hesita e volta atrás. “Não (pensa em trabalhar com administração). Na verdade... penso. É complicado viver do tênis de mesa para sempre, carreira de atleta é curta né. Então pretendo sim seguir o caminho da minha formação, pelo menos em algum momento. Não na área esportiva, fora dela”, explica Kohatsu.


Se os treinos diários podem ser acomodados em diferentes momentos das aulas, o mesmo não acontece com as competições. Com as viagens somando-se à competição em si, o mesatenista perde geralmente em torno de uma semana de estudos. Nada que uma boa conversa não resolva, segundo ele.  


“Eu perdi só uma prova até agora e na escola perdia várias. Mas eles são bem compreensivos, sempre abonam minhas faltas e consigo fazer as avaliações em outras datas”, elogia. Na hora de praticar o esporte que virou profissão, vale tudo e mais um pouco.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.

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