Notícia

Tênis de Mesa de Joaçaba aposta na base e atrai atletas de outros estados

Por CBTM

29/10/2014 17h55


Joaçaba aposta na base, começa a colher resultados e atrai atletas de outros estados

De Joaçaba (SC), 29/10/2014

Sede do Campeonato Brasileiro de Duplas e Equipes que teve início nesta quarta-feira (29/10) e se encerrará no próximo domingo (02/11), Joaçaba (SC) tem uma bela história no tênis de mesa. Com grande investimento municipal e também da iniciativa privada, a cidade do Oeste catarinense vem realizando um belo trabalho de base e já conta com jogadores que representam o Brasil em competições internacionais.

“Começamos praticamente do zero aqui. A cidade tem um potencial muito grande, uma organização excelente, e começamos a fazer o trabalho mais focado na base e os resultados vêm aparecendo. O Daniel Godoy, que é daqui de Joaçaba mesmo, por exemplo, vem se destacando desde o ano passado e foi campeão latino-americano”, disse o técnico da Associação Pró Tênis de Mesa de Joaçaba, Luiz Fernando de Paula, apontando outros pontos positivos do trabalho.

“Hoje temos atletas de outros estados que vieram morar aqui para poder treinar em melhores condições. Além disso, há famílias que já estão em processo de mudança para cá também”, completou.

Da quase desistência a títulos internacionais

Em alguns casos, Joaçaba não só revela, mas também salva mesatenistas que pensaram em desistir por não terem apoio e estrutura o suficiente para seguirem treinando. Esse é o caso de Luiz Anjos (em primeiro plano na foto), que deixou Brasília (DF) para seguir em frente com o seu sonho.

“Morava em Brasília e estava quase desistindo de jogar tênis de mesa. Mas joguei a seletiva para o sul-americano da Argentina e acabei vencendo. Lá em São Caetano mesmo (local da seletiva), o Luiz Fernando me chamou para jogar aqui em Joaçaba e aceitei”, contou Luiz, que teve o apoio da família.

“Falei com a minha mãe e ela disse que, se essa fosse a minha vontade, ela apoiaria. Vim conhecer a cidade e gostei de tudo, dos treinamentos, do pessoal. Fiquei e estou aqui até hoje, treinando e estudando”.

Luiz conquistou o Campeonato Latino-Americano por equipes na Colômbia e ficou com o terceiro lugar no individual do Sul-Americano da Argentina. Mesmo com apenas oito meses de treinos em seu novo lar, ele já identifica algumas diferenças.

“Acho que o maior diferencial que senti foi o conhecimento dos treinadores. Tenho práticas de treino muito diferentes, tanto na parte técnica quanto na parte tática. Além disso, faço academia para aprimorar a parte física”, concluiu.

Experiência internacional enriquece trabalho em Joaçaba

Luiz Fernando aproveita uma experiência especial que teve para transmitir seu conhecimento para os atletas e envolvidos no desenvolvimento da modalidade em Joaçaba. Sempre pensando alto, ele quer ver o esporte cada vez mais difundido.

“Tive uma experiência na França e vi como eles trabalham a base lá. Eles desenvolvem um trabalho de coordenação muito forte logo na iniciação. Então, quando cheguei aqui, conversei muito com os professores, estudamos movimentos e o porquê deles serem feitos. O desafio foi trabalhar a mentalidade do alto rendimento e todas as suas vertentes”, explicou o professor, que mora em Santos, mas visita a cidade constantemente para trabalhar junto aos treinadores locais.

“Há um modelo de treinamento e quem o executa são os técnicos. Quando eu visito, faço apenas umas correções técnicas para que eles sigam em frente. Eles estão fazendo um trabalho excepcional nas escolas, onde temos muitas crianças jogando, então é preciso trabalhar o alto rendimento e a base, para que mais atletas possam alcançar um patamar maior”.

Projetos para o futuro envolvem equipes multidisciplinares

A exigência física e técnica dos atletas vem só aumentando nos últimos. Para um preparo completo, não basta apenas um bom treinador, mas uma equipe que envolve várias frentes. Essas equipes multidisciplinares são parte imprescindível para que um mesatenista obtenha êxito em sua caminhada.

“O alto rendimento exige uma equipe com diferentes profissionais. Além do treinador, é necessário fisiologista, nutricionista, médicos esportivos, preparador físico, entre outros. Estamos trabalhando para implementar isso num futuro próximo”, projetou Luiz Fernando, exemplificando a importância desse acompanhamento desde a formação do atleta.

“Na França, por exemplo, tive uma experiência curiosa. Havia vários atletas no local e todos eram proibidos de beber refrigerante. É claro que alguns bebiam, mas a mentalidade que frisa a importância de uma boa nutrição já está instalada na cabeça deles”.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte. 

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