Por CBTM
Mesatenista voltou a jogar após nove anos afastado
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 11/3/2015
Longe das mesas há quase dez anos, formado em publicidade, bancário aos 27 anos e com saudades do esporte - esse era o panorama de Diego Moreira no fim de 2013. Hoje na seleção brasileira paralímpica, o paulista de São Carlos embarcou nesta semana rumo a um novo ciclo na carreira e na vida.
“Eu comecei a jogar com 10 anos. Joguei por uns oito anos, mas a fase do esporte era outra. Apesar de ter nascido com deficiência, sempre joguei com olímpico. Com 18 anos tive que tomar a decisão de seguir jogando ou fazer faculdade e pela dificuldade que eu tinha, optei por estudar”, relembrou Diego, com a voz firme de quem não se arrepende das escolhas.
Mas mesmo com a vida profissional estabilizada na área administrativa de um banco em sua cidade natal, Moreira não havia desistido por completo do sonho. Mesmo depois de nove anos sem jogar, ele decidiu voltar e alcançou o terceiro lugar da classe 9 na Copa Brasil em Jaraguá do Sul (SC), em abril de 2014.
“Sempre tive muita vontade de ser jogador, de seguir carreira. Mas antes eu não tinha consciência do trabalho que era feito pela CBTM no paralímpico. Quando percebi que existia esse acompanhamento, falei com o Paulo (Camargo, técnico da seleção andante), que já me conhecia, e disputei minha primeira competição em Jaraguá. Depois ganhei quatro etapas e eles me convidaram para entrar no projeto da seleção”, contou.
O convite para integrar a equipe brasileira, no segundo semestre, exigia mais uma difícil decisão: se mudar para Piracicaba (SP), sede da seleção andante. Mas a escolha foi tomada com a tranquilidade que Diego passa no tom de voz e a mudança realizada de vez no início deste ano.
“Surgiu a oportunidade na área administrativa bancária e eu trabalhava lá em São Carlos. Mas bateu a vontade de voltar a jogar e eu larguei tudo e vim. Está dando certo, graças a Deus”, afirmou, que está pra lá de satisfeito com o cotidiano.
“Estou treinando bastante, temos uma rotina pesada e acredito que os resultados vão vir porque todos estão trabalhando muito duro. Temos uma equipe multidisciplinar muito confiável, focada em fazer a gente evoluir, além dos técnicos e do Goradz também”.
O esloveno Goradz Vecko, consultor internacional da CBTM desde 2012, foi alvos de elogios de Moreira, que em pouco tempo de seleção já demonstra confiança nos conselhos do técnico.
“É uma pessoa bem preocupada com a gente, que está pensando em desenvolver a modalidade no Brasil, pensando em todos os atletas e demonstrando que acredita no nosso potencial para alcançar grandes resultados”, explicou.
Expectativa positiva para período de treinamentos em Sheffield e Aberto da Itália
Diego Moreira fez sua primeira viagem para a Europa ainda em 2014, quando foi à França para a classificação internacional – na ocasião, ele ficou na classe 9. Agora, embarcou com a delegação brasileira para um período de treinamentos no Centro Olímpico de Sheffield, antes da disputa do Aberto da Itália, sua primeira competição internacional.
“Minha expectativa é conseguir um bom resultado para já entrar bem posicionado, pois além do Parapan-Americano, o ranking também é um caminho para os Jogos Rio 2016. E com o nível de treinamento que estamos realizando acredito que posso conseguir coisas boas contra atletas bem ranqueados”, projetou Diego.
Na primeira edição da Copa Brasil 2015, em Piracicaba (SP), o mesatenista faturou o ouro na classe 9. No olímpico, chegou a vencer Yuri Bavaresco, que disputou a Copa Latina, e William Kumagai. Prestes a encarar o maior desafio da carreira, ele não perde de vista os próximos: as etapas do Circuito Mundial, os Jogos Parapan-Americanos e o grande alvo que são as Olimpíadas no Rio, em 2016.
“A viagem é um passo importante e é necessário enfrentar adversários diferentes, novos estilos, outros perfis de jogos, características de saque, recepção, para na hora decisiva estarmos preparados para as adversidades. Essa oportunidade de treinar e jogar com pessoas diferentes é fundamental para conseguir bons resultados nas competições que são nossos grandes objetivos”, concluiu Diego, que demonstra enorme confiança na seleção.
“Hoje em dia temos a consciência de que nosso trabalho juntos é mais importante do que tudo. Trabalhando bem, todos vão evoluir e vamos conseguir os resultados para o esporte, que é nosso foco. Não é individual e sim a modalidade, até pelas categorias de duplas, equipes, que também permitem resultados expressivos nas grandes competições caso estejamos entrosados e focados”.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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