Por CBTM
Chinesa naturalizada brasileira vive o melhor momento da carreira e terá torcida especial em casa
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 21/4/2015
Dá para perder a conta enumerando os motivos que fazem o Campeonato Mundial individual 2015 ser tão especial para Lin Gui. Além de ser a primeira vez que disputa a competição – ela já participou apenas do evento por equipes –, a brasileira de 21 anos vive o melhor momento da carreira, jogará no país onde nasceu e ainda terá a torcida dos pais, que viajarão apenas para vê-la. Elementos que, segundo ela, dão muita força para buscar um resultado histórico.
Lin Gui está se sentindo muito bem tanto técnica quanto mentalmente. A mesatenista alcançou em março o maior título da carreira até aqui: o ouro individual do Campeonato Latino-Americano, disputado na Argentina. Com o resultado, assumiu o posto de melhor brasileira no ranking mundial, na 130ª posição. Semanas antes, havia assinado contrato por um ano com o Linz, clube austríaco que acaba de ser vice-campeão europeu.
Os bons resultados são frutos não apenas do crescimento técnico, mas também psicológico. Desde o início do ano, Lin Gui passou a ter um acompanhamento especializado que faz questão destacar.
“Depois do Latino, ganhei muita confiança. E estou muito feliz por poder treinar no Linz com algumas das melhores do mundo. Isso me passa muita confiança, estou adquirindo mais experiência a cada dia. Quando você consegue melhorar a parte mental, a técnica sai mais naturalmente”, analisou.
No Mundial, que será disputado de 26 de abril a 3 de maio, em Suzhou, na China, Lin Gui terá a chance de colocar à prova este novo momento. A seu favor, conta o fato de jogar em uma de suas casas. A mesatenista deixou o país aos 11 anos para um intercâmbio no Brasil, onde ficou de vez, se naturalizou e, desde 2012, passou a defender a seleção.
Ao mesmo tempo em que não esconde a empolgação por defender o Brasil em um Mundial, Lin Gui cita a alegria por jogar na China.
“Passei toda minha adolescência no Brasil, praticamente cresci no Brasil. Quero fazer o melhor pelo Brasil. E também estou muito feliz por jogar o Mundial na China, onde nasci. É a minha casa também. É uma sensação que não sei explicar”, contou.
A mesatenista terá um apoio especial na arquibancada. Seus pais sairão de Nanning, onde Lin Gui nasceu, para acompanhar suas partidas em Suzhou, distante 2h30 de avião. Apesar de se falarem diariamente, eles se encontram apenas uma vez por ano, quando a atleta, filha única do casal, viaja de férias para a China.
“Será a segunda vez que eles irão me ver jogar. Também foram aos Jogos Olímpicos de Londres (em 2012). Converso com eles todos os dias, mas estou ansiosa”, afirmou.
Enquanto não se encontram em Suzhou, Lin Gui trabalha para manter o foco nos treinamentos.
“Quero que chegue logo, mas tenho colocado os pés no chão para trabalhar passo a passo. A ansiedade não irá ajudar. O importante é treinar firme, a cada dia, para chegar mais forte ao Mundial”, concluiu.
Além de Lin Gui, a seleção brasileira terá outros seis representantes no Mundial de Suzhou: Caroline Kumahara (143ª) e Ligia Silva (160ª), no feminino, e Gustavo Tsuboi (54º), Hugo Calderano (60º), Cazuo Matsumoto (107º) e Thiago Monteiro (156º).
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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