Por CBTM
Biriba se destacou em 1961 – podem Hugo Calderano e Gustavo Tsuboi brilhar?
Da ITTF – 24/4/2015
A Cerimônia de Abertura do Campeonato Mundial 2015 se aproxima. A primeira bola será sacada no próximo domingo (26) e dará início ao torneio que desembarca pela quinta vez na China.
Surpresas e partidas inesquecíveis certamente acontecerão, mas será possível comparar este torneio com o sentimento de sediar o primeiro de todos, em Pequim, entre os dias 5 e 14 de abril de 1961? Um brasileiro de 15 anos derrotou o campeão mundial para chegar aos 16 avos de final do torneio individual masculino - foi uma sensação.
Nascido em uma quinta-feira, em junho de 1945, Ubiraci Rodrigues da Costa, conhecido como “Biriba”, causou frenesi quando derrotou Rong Guoton, o jogador que ganhou o título do Torneio individual masculino dois anos antes, em 1959, em Dortmund, na Alemanha.
Mais do que isso, Rong Guoton era um ícone, um herói nacional. Seu título na Alemanha foi o primeiro título mundial conquistado por um atleta chinês, em qualquer esporte. Contudo, o sucesso de Biriba não foi muito longe: ele foi derrotado na próxima rodada, as oitavas de final, por outro chinês, Hu Taopen (21/18, 21/14, 21/16).
O feito do jovem de São Paulo permanece, porém, como a melhor performance de um brasileiro em torneios individuais de campeonatos mundiais. O feito foi depois igualado por Claudio Kano, na Índia (1987), que também chegou às oitavas.
E agora, Brasil?
Mais de cinco décadas depois do feito de Biriba e pouco menos de três décadas da realização de Claudio Kano, será que o time brasileiro para este Mundial conta com algum atleta que pode ir tão bem quanto seus compatriotas? Gustavo Tusboi e Hugo Calderano estão entre os atletas mais bem ranqueados para o torneio individual masculino no Mundial 2015.
Gustavo Tsuboi, atualmente com 30 anos e número 43 no ranking mundial, teve uma carreira de sucesso no Circuito Mundial infantil e juvenil quando mais novo. Hugo Calderano é o número 46 do ranking. Para chegar às oitavas, ambos terão que superar as expectativas, mas suas missões não são impossíveis. Se os sorteios pesarem a favor de Tsuboi e Calderano, será possível que um deles, ou até mesmo os dois, alcancem um feito ainda maior que Biriba e Kano?
No início deste ano, eles chegaram juntos à final do torneio de duplas masculino no Aberto do Catar, etapa do Circuito Mundial 2015. Em Suzhou, também jogarão juntos. Eles são a dupla de número 24 no ranking.
A atuação em Doha provou que os dois podem brilhar. Em 2011, Tsuboi foi campeão da Copa Latino-Americana e no mesmo ano assegurou a conquista da Copa Intercontinental, em Paris. Se alguém ainda duvida que eles podem responder a pressão, ainda há Hugo Calderano.
Nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, em Nanquim, Hugo Calderano ganhou medalha de bronze no torneio individual masculino – a primeira e única medalha olímpica do país na modalidade. A pressão agora está em cima dele, no que parece ser uma chance única em sua vida.
Hugo Calderano representa uma nova era no tênis de mesa: com porte físico avantajado nos membros superiores que podemos observar nos melhores jogadores da China, especialmente Fan Zhendong.
Uma geração antes, Gustavo Tsuboi conserva um estilo de jogo baseado no ataque rápido, onde o forehand é sua arma letal. Se você comparar ele a um jogador chinês, não escolherá o agora aposentado Chen Qi? Aos 31 anos, ele é um ano mais velho que Tsuboi.
Totalmente diferentes
A comparação entre os estilos de Gustavo Tsuboi e Hugo Calderano reflete as mudanças pelas quais o tênis de mesa passou neste século. Comparemos com Ubiraci Rodrigues da Costa – o Biriba – e Claudio Kano; ambos são totalmente diferentes dos atuais membros da seleção. Biriba e Kano eram caneteiros: era o estilo dos mesatenistas sul-americanos na época, enquanto só Cazuo Matsumoto mantém a tradição na equipe que está em Suzhou.
Em 1961, seis dois oito jogadores nas quartas de final eram chineses – mas todos eram caneteiros. O resultado ainda é possível em 2015, com Ma Long, Xu Xin, Zhang Jike, Fan Zhendong, Fang Bo e Liang Jinkun em ação, mas apenas Xin é caneteiro.
Além disso, a vida de Tsuboi e Calderano não será mais fácil do que a de Biriba? Certa vez o mesatenista sueco Jan-Ove Waldner, campeão mundial (1989 e 1997), olímpico (1992) e europeu (1996) e um dos maiores da história do esporte, disse que o problema é que quando você bate um chinês, outro está esperando.
Em Suzhou, o número máximo de chineses que os brasileiros poderão ter pela frente pelo ranking do torneio será três. No caso de Biriba, que está prestes a completar 70 anos, nada menos do que 36 chineses jogaram o Mundial – e 32 competiram no torneio individual! Para Tsuboi e Calderano certamente a vida é mais fácil, só seis chineses, não pode ser tão ruim, certo?
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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