Por CBTM
Mesatenista representará a seleção na disputa do Aberto Paralímpico da Alemanha, na próxima semana
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 22/5/2015
Bruna Alexandre viveu grandes experiências nas últimas três semanas. Primeiro, brilhou no Aberto Paralímpico da Eslovênia ao conquistar um ouro individual e uma prata por equipes, ambas na Classe 10. Depois, passou um intenso período de treinamentos com a seleção francesa infantil, em Nantes. Por fim, colocou o aprendizado à prova no Aberto da Croácia, evento olímpico que faz parte do Circuito Mundial 2015, conseguindo grandes atuações na mesa.
Prestes a embarcar para o Aberto Paralímpico da Alemanha, que terá início na próxima quarta-feira (27), Bruna contou como foram as últimas semanas em entrevista exclusiva:
Como foi essa semana de treinamentos com a seleção francesa infantil?
Desde novos, eles são muito habilidosos, erram muito pouco. É um jogo diferente. Normalmente, treinamos sempre com as mesmas pessoas. Lá, são vários estilos de jogo e todos acertam muito. Se levantar bola, já largam o braço. Não pode bobear em nenhuma bola. Eles também possuem uma preparação física muito boa, são muito rápidos na mesa.
Foi importante para a disputa do Aberto da Croácia?
Ajudou muito. Eles já jogam num nível muito alto para a idade deles. No começo, foi um pouco difícil, mas me acostumei à bola e consegui jogar bem melhor contra eles.
Como uma competição olímpica, como o Aberto da Croácia, ajuda no seu desenvolvimento?
Comecei pelo olímpico e depois fui para o paralímpico. Por isso, hoje consigo jogar bem o paralímpico, estar bem posicionada no ranking. Acho que parte do resultado que estou tendo no paralímpico é graças ao início no olímpico e às competições atuais. Essa experiência faz muita diferença. Num 9/9, acho que vou ter mais experiência.
Qual a avaliação da sua atuação na Croácia?
Lá, o nível foi muito forte. Mesmo perdendo alguns jogos, consegui atuar num nível bom. Fiz muitas bolas boas, consegui colocar na mesa tudo o que vinha treinando. O psicológico e o lado físico também estão melhores. Fiquei muito feliz com o meu desempenho.
Na Alemanha, você poderá enfrentar a chinesa Yang Qian, segunda colocada do ranking mundial (Bruna é a terceira, apenas 61 pontos atrás). Ela não esteve na Eslovênia e é uma das rivais para 2016. Como você vê esse confronto?
É sempre um jogo muito disputado. Ganhei a última, mas é muito duro. Teremos quatro grupos, então acho que será muito disputado na Alemanha. Todas ali estão em um nível bom, crescendo. Ela está melhorando. Jogamos a última vez antes do Mundial, certamente ela cresceu. Vamos ver no que vai dar.
Antes dos treinos com a seleção francesa, você conseguiu grandes resultados e foi muito elogiada pela comissão técnica. Como você se sentiu durante a competição?
Na Eslovênia, estava muito preparada. Desde 2012, minha preparação está muito boa: em termos físicos, de treinamento, o que tem de melhorar... A cada campeonato, estou muito preparada. Mesmo sendo cabeça de chave número um, estava muito confiante. E consegui jogar muito bem. Coloquei na mesa o que estava planejado e o psicológico esteve forte também.
Tanto na Eslovênia quanto na Eslováquia, na semana seguinte, a seleção paralímpica conseguiu grandes resultados. Como você vê o nível do tênis de mesa paralímpico brasileiro?
O tênis de mesa brasileiro está crescendo. Há um tempo atrás, não ganhava medalhas no Circuito Mundial. Agora, vence alguns top 10 do ranking e está evoluindo muito. Tem tudo para brilhar no Rio 2016. A China não esteve nos últimos eventos, mas ganhar dos europeus já faz muita diferença.
Depois da Alemanha, quais os próximos passos?
Ainda não definimos a programação. A ideia é disputar algumas etapas do Circuito Mundial olímpico e treinar na China. Pode ser que só dispute eventos paralímipicos em 2016.
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