Por CBTM
Mesatenista que também brilhou nos gramados conta com amizade para disputas no Rio
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 29/5/2015
Principal destaque da seleção brasileira nos Abertos Paralímpicos da Eslováquia e da Eslovênia, no início do mês, Cátia Oliveira hoje brilha no tênis de mesa, mas tem suas raízes no esporte em outra modalidade: o futebol. Durante o Campeonato Brasileiro individual e de duplas, que está sendo realizado no Centro Esportivo Miécimo da Silva, no Rio de Janeiro (RJ), ela voltou às origens graças a uma torcedora em especial na arquibancada: Michele Reis, amiga e ex-companheira de equipe que segue brilhando nos gramados.
As duas se conhecem desde 2007, quando atuaram juntas pelo Botucatu (SP). A parceria durou apenas alguns meses: em outubro, no dia em que chegou a ser convocada para a disputa do Mundial sub-17 pela seleção, Cátia sofreu o acidente que a deixou paraplégica. A distância, no entanto, não afastou as amigas.
“Foi pouco tempo de amizade no clube, mas foi algo muito intenso. Então, nunca perdemos o contato. É uma amizade para a vida. Mesmo longe, pelo menos uma vez por ano ela ia em casa, passava uma semana lá”, disse a mesatenista.
Há dois anos, Cátia conheceu o tênis de mesa e rapidamente se encantou. Em 2014, decidiu que faria da modalidade a sua vida. O investimento tem se mostrado certeiro: a brasileira já é uma das principais atletas da Classe 2. Prova disso é que voltou dos Abertos da Eslovênia e da Eslováquia com quatro medalhas – foram uma prata e um bronze individuais e dois ouros por equipes, ao lado de Carla Azevedo.
“Você conhece uma pessoa jogando futebol, daí acontece essa fatalidade que interrompe a carreira, mas, anos depois, começa a praticar tênis de mesa. A superação dela tem sido um exemplo para mim”, contou Michele, que hoje atua pela equipe da Marinha e disputará os Jogos Mundiais Militares deste ano, na Coreia do Sul.
Cátia se distanciou do futebol, mas manteve o carinho pela modalidade.
“As pessoas que estão ao meu redor falam muito que, por ter sido atleta, mantive meu espírito esportivo e consegui chegar aonde estou. Acho que é verdade, por toda essa ligação que eu tive”, afirmou.
De quebra, a mesatenista ainda trouxe uma nova torcedora para o tênis de mesa.
“Foi a Cátia que me apresentou ao tênis de mesa. Já é a segunda vez que venho vê-la jogar. A primeira foi no ano passado, na Copa Brasil de Piracicaba. É muito legal e emocionante ver a superação de todos. Mexe muito comigo”, disse Michele, que ainda não se arriscou na mesa.
“Ainda não tentei, mas meu negócio é futebol mesmo (risos)”, brincou.
As duas se falam com frequência, especialmente para levar boas notícias.
“Ela sempre vem com aquela: ‘tenho uma notícia para te dar’. Aí o coração já acelera, você não sabe se é boa ou ruim... Está sempre me matando do coração, mas é sempre de alegria”, afirmou Michele, que há uma semana recebeu uma destas ligações.
“A última foi para dizer que vinha ao Rio e queria encontrá-la. Mas que antes tinha uma notícia: ‘vou para o Parapan’. Ela ficou uns segundos sem falar e pensei: ‘ela está chorando’. Dito e feito (risos). É uma pessoa muito importante na minha vida. Faço questão de contar a ela assim que tenho alguma novidade. Quero dividir com ela essas coisas boas”, emendou Cátia.
O próximo desafio internacional da mesatenista será o Jogos Parapan-Americanos de Toronto, em agosto, no Canadá. Cátia espera conquistar o título para garantir sua vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
“Estou trabalhando muito para trazer uma medalha de ouro para o Brasil e para mim. Quero garantir a passagem para os Jogos Paralímpicos”, concluiu.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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