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ENTREVISTA DA SEMANA: Gustavo Tsuboi comemora título com superação em Cuba

Por CBTM

03/06/2015 21h57


Brasileiro levou o ouro masculino na Copa Latino-Americana, no último fim de semana

Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 3/6/2015

Ao subir no topo do pódio da Copa Latino-Americana, no último domingo (31), em Havana (CUB), Gustavo Tsuboi viu sua superação ser recompensada. Além de uma intensa temporada na Europa, o brasileiro de 30 anos – completados naquele dia, inclusive – teve de passar por cima de dores no pé e do forte calor da capital cubana para levar o ouro. Aproveitando agora um merecido descanso, o paulista analisou sua participação no torneio e projetou seu próximo desafio: os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá, em julho.

Como você estava se sentindo durante a competição para buscar esse título?
Fiquei muito contente com esse título porque eu não estava nas minhas melhores condições, mas mesmo assim consegui administrar bem a situação e usar minha experiência e conhecimento para ter um bom desempenho. Quando estava na Alemanha, uma dor no pé esquerdo vinha me incomodando. Descansava, mas voltava a sentir um pouco a dor quando treinava. Estava treinando quatro vezes por semana, um período só. Não foi a preparação ideal para o torneio. No Brasil, ainda estava sentindo o pé.

E como fez para lidar com essa situação em Havana?
Foi importante termos o Renato como fisioterapeuta lá. Ele me ajudou a resolver o problema, amenizar a dor. Nos primeiros dias, senti um pouco, mas já no último estava bem, quase não senti.

Ter superado essa situação fez a conquista ser ainda mais especial?
Por esses motivos, acho que fui melhorando a cada dia. Fui crescendo, mais descansado, sentindo menos o incômodo no pé. Tive vários fatores adversos que poderiam me colocar para baixo. Administrei bem. Se fosse um tempo atrás, me incomodaria muito mais do que hoje. Consegui superar essas coisas e pensar só em jogar, lutar.

Na final, você enfrentou o Cazuo, que você conhece muito bem. Qual foi a chave para a vitória?
Foi o jogo mais difícil, por já nos conhecermos desde a época de juvenil. Conhecemos um ao outro e dessa vez não foi diferente. Sempre é um jogo muito equilibrado. Foi a partida em que senti mais o calor, foi um jogo duro. Comecei mal. Ele foi muito regular o jogo inteiro, mas eu estava bem abaixo do que podia no início. Mudei minha estratégia, o jeito de jogar, e isso permitiu que eu pudesse reverter a situação.

Um resultado como esse, contra adversários que estarão no Pan, mostra mais uma vez a força brasileira no continente?
Não é de hoje que os brasileiros mostram que estão num bom caminho. Em todos os anos, sempre conquistamos medalhas e bons resultados para o Brasil. Não só na América Latina, mas também no restante do cenário internacional. Fazemos frente a jogadores fortes. No masculino, estamos num caminho certo, com boas expectativas. Mas nunca é fácil aqui na América Latina. Apesar de estarmos sempre vencendo, é muito difícil. Entramos como favoritos, os outros não tem muito o que perder. Jogam muito relaxados. É um pouco desconfortável para nós. Mas, como já passamos por isso diversas vezes, temos experiência para controlar a situação. É notório que o nível da América Latina evoluiu de uma forma geral.

Quais seus próximos passos na preparação para o Pan?
Tenho um período agora de descanso. Minha temporada foi bem longa, com torneios internacionais, Liga Alemã, treinamentos na Europa... Fiquei muito tempo no exterior. É um momento que tenho para recuperar as energias, comemorar esse título e respirar um pouco. Ainda não tive tempo de comemorar o aniversário com a família. No dia 10, volto a treinar.

Com o título em Cuba, você garantiu a chance de disputar mais uma vez a Copa do Mundo individual. O que espera dessa oportunidade?
Vou ter mais uma oportunidade de jogar com os melhores do mundo. Vai ser na Suécia, e, como já estarei na Alemanha, será uma mão na luva, ali pertinho. O principal é poder jogar com esses caras. Todos nós que jogamos essa Copa Latino-Americana sabíamos da importância dessa vaga.

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