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ENTREVISTA DA SEMANA: Danielle Rauen está pronta para maior desafio na temporada

Por CBTM

17/06/2015 15h50


Após grandes resultados no Circuito Mundial, catarinense espera brilhar no Parapan de Toronto

Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 17/6/2015

Danielle Rauen não se imaginava onde está há quatro anos, quando passou a se dedicar ao tênis de mesa: sétima melhor do mundo na Classe 9, com grandes resultados internacionais e prestes a disputar os Jogos Parapan-Americanos de Toronto, que poderão lhe valer a sonhada vaga nos Jogos Paralímpicos Rio 2016. Dona de uma carreira meteórica, a catarinense de 17 anos reconhece que tudo aconteceu muito rapidamente, mas garante estar pronta para lidar com os grandes desafios.

O próximo compromisso será no Canadá, de 7 a 15 de agosto, quando fará sua estreia em Parapans. Os resultados internacionais desta temporada mostram que Danielle vive um grande momento: em três etapas do Circuito Mundial, foram quatro pratas, um bronze e expressivas vitórias sobre rivais acima no ranking. Agora, a mesatenista faz os últimos ajustes para manter a boa fase no compromisso mais importante da temporada.

Você está no tênis de mesa há apenas quatro anos. Como a modalidade mudou sua vida?
Primeiramente, mudou minha autoestima. Antes, eu só ia para a escola, não tinha vontade de fazer muita coisa. Tudo isso mudou. E também sou muito feliz pelos amigos que faço e pela vontade que tenho de treinar e competir por esse esporte que tanto gosto.

Há quatro anos, imaginava que hoje estaria às vésperas do Parapan, na briga para ir aos Jogos Paralímpicos?
Imaginava que ia apenas competir. Tanto que nem estava no paralímpico antes, disputava apenas as competições olímpicas. A partir da hora em que fiz minha classificação (funcional), pensei que fosse apenas competir, ganhar alguns jogos e talvez algumas medalhas. Nunca pensava que estaria na seleção, perto de um Parapan que valerá vaga nas Paralimpíadas. Foi tudo muito rápido.

Nesses quatro anos, qual foi o momento mais especial que você viveu no tênis de mesa?
Acho que foi a primeira vitória sobre a Olga, no Aberto da França. Não imaginava que ganharia dela em tão pouco tempo na nova classe. Esse foi o pontapé inicial. A partir daí, ganhei dela na Itália, com mais facilidade. No decorrer daquela partida, ganhei mais confiança no meu jogo e no meu trabalho também.

Nesse período, qual evolução você viu no tênis de mesa paralímpico brasileiro?
Mudou muito o cenário. Antes, tínhamos poucas chances contra os europeus. Agora, com o trabalho que fazemos com o Paulo (Camargo, técnico da seleção andante) juntamente com a equipe multidisciplinar aqui em Piracicaba, tenho plena convicção de que demos passos à frente e estamos muito perto deles. Logo logo, todos estarão competindo de igual para igual com eles. Chegaremos com muita força ao Parapan e, espero, às Paralimpíadas.

Em Piracicaba, você teve sua primeira experiência fora de casa, morando sozinha. Como esse amadurecimento fora da mesa ajudou seu jogo?
Foi difícil para mim nos três primeiros meses. Chorei muito, é difícil ficar longe dos pais, da família e das pessoas de quem você gosta. Fui pegando mais maturidade, vendo que, para conseguir o que quero, que é ganhar o Parapan e ir para as Paralimpíadas, tinha de deixar algumas coisas de lado. Agora está tudo certo, estou muito bem aqui. Quanto mais maturidade você tem, vai crescendo a cabeça, acertando as coisas que faz na vida. Foi um ponto muito importante na evolução do meu jogo.

Como você tem se sentindo em relação ao Parapan?
Procuro não pensar muito. Estou me preparando muito bem, mas penso um pouco a cada dia. Se pensar tudo de uma vez, posso ficar nervosa. Eu e a Jennyfer (Parinos, companheira de equipe na Classe 9) vamos lá buscar o melhor resultado. A cada dia, vamos fazendo uma preparação muito intensa nesse período que temos até a competição.

Como avalia as chances das equipes brasileiras no Parapan?
Como sempre somos favoritos aqui na América, vamos tentar manter a hegemonia e conseguir as metas que colocaram para nós. Vamos buscar no Parapan as vagas para as Paralimpíadas. Nossos jogos na Europa foram muito bons para ganharmos confiança, irmos em frente no trabalho que está sendo feito aqui. Isso vai refletir muito lá na frente.

O que deve ser trabalhado nessas últimas semanas antes do Parapan?
Vou tentar não mudar muito meu jogo, mas fechar alguns pontos que estão faltando ainda. A preparação agora é mais física e mental, para aguentarmos fuso, clima. E para que nada nos atrapalhe lá e que possamos chegar na nossa melhor forma.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.

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