Por CBTM
Brasileiro estreia em evento continental menos de dois anos depois de se juntar ao esporte paralímpico
Daniel Leal, em Toronto (CAN) – 8/8/2015
Quando decidiu voltar ao tênis de mesa após ficar nove anos sem disputar sequer uma partida, Diego Moreira tinha um objetivo claro: faria de tudo para estar nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá. Neste sábado (8), às 17h (de Brasília), ao ir à mesa para enfrentar o mexicano Ariff Vásquez, o sonho do mesatenista da Classe 9 estará realizado.
Diego, de 28 anos, jogou entre os atletas olímpicos até os 17. Sem perspectiva de se profissionalizar na modalidade, decidiu seguir outro caminho. O paulista de São Carlos (SP) se formou em publicidade e trabalhava como bancário até decidir voltar ao esporte.
“Na época, ainda não tinha informações o suficiente para seguir o caminho paralímpico. Então, decidi parar de jogar”, contou.
Ao seguir o novo rumo, Diego decidiu se afastar de vez do tênis de mesa. Ao longo de nove anos, o maior contato que teve com a modalidade foi em conversas com amigos e eventuais “flertes” com sua antiga raquete.
“Ela ficava guardada lá em casa. Vira e mexe, ia lá, olhava, pegava a bolinha, brincava um pouco. Mas não jogava”, disse.
A caminho de volta ao tênis de mesa começou a ser traçado em 2013, durante a disputa dos Jogos Regionais, na sua cidade. Lá, reencontrou conhecidos de longa data, como o técnico da seleção paralímpica andante, Paulo Camargo, e Thiago Monteiro, atleta da equipe brasileira olímpica.
“Comecei a bater uma bola e, no início de 2014, voltei a jogar, apostando no esporte paralímpico”, afirmou Diego, que desde o início teve o Parapan como motivação para voltar ao esporte.
“Era uma meta clara. Foi o projeto que iniciei lá em São Carlos. Parei quase tudo o que estava fazendo para me dedicar a isso. Fazia musculação, tinha 20kg a mais. Tive de perder isso em três, quatro meses, para voltar a jogar”, completou.
O retorno às mesas aconteceu em janeiro de 2014. Em outubro, Diego foi convidado a se juntar à seleção permanente. Neste ano, participou de etapas europeias do Circuito Mundial paralímpico e voltou seus treinamentos para chegar na melhor forma ao Parapan.
“É um grande passo, a realização de um sonho. É um momento especial na vida do atleta. Temos contato com atletas que são referência no esporte paralímpico. Isso motiva, dá uma sensação bacana. Uma responsabilidade boa de defender o Brasil, buscar bons resultados”, concluiu.
As disputas individuais do tênis de mesa tiveram início neste sábado, com as rodadas iniciais das fases de grupos. As finais estão marcadas para domingo (9) e segunda-feira (10). Os torneios por equipes serão realizados de terça (11) a quinta (13).
Seleção brasileiro em Toronto
A seleção brasileira conta com 28 atletas em Toronto. Destes, 15 treinam diariamente com as equipes permanentes: Cátia Oliveira (Classe 2), Joyce Oliveira (4), Jennyfer Parinos (9) e Danielle Rauen (9), no feminino, e Aloisio Lima (1), Bruno Braga (1), Guilherme Costa (2), Ronaldo Souza (2), Iranildo Espíndola (2), Claudiomiro Segatto (5), Israel Stroh (7), Paulo Salmin (7), Luiz Manara (8), Diego Moreira (9) e Carlos Carbinatti (10), no masculino.
A eles, se juntaram outros 13 convocados por seletiva ou indicação técnica: Thais Severo (3), Maria Luiza Passos (5), David Freitas (3), Welder Knaf (3), Jorcerley Moreira (3), Alexandre Ank (4), Eziquiel Babes (4), Ivanildo Freitas (4), Carlo di Franco (6), Luiz Medina, o Kaíque (6), Erick Higa (9), Claudio Massad (10) e Lucas Maciel (11).
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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