Por CBTM
Catarinense de 17 anos dá importante passo nas disputas individuais da Classe 9/10 feminina
Daniel Leal, em Toronto (CAN) – 8/8/2015
Ao irem à mesa para se enfrentarem neste sábado (8), Danielle Rauen e Jennyfer Parinos sabiam que teriam outros adversários na partida. Além do nervosismo pela estreia nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, classificatório para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, precisariam deixar de lado a grande amizade que possuem. Não à toa, saíram da área de jogo com lágrimas nos olhos. As de alegria eram de Dani, que venceu por 3 sets a 0 (11/6, 12/10 e 11/8) e deu um importante passo rumo ao ouro na Classe 9/10 individual feminina.
“Somos muito amigas, melhores amigas. Ela me ajuda muito no dia a dia, então foi bem difícil enfrentá-la. Mas estou muito feliz. Não vou conseguir demonstrar em palavras a felicidade que estou sentindo no meu coração”, disse a vencedora, ainda emocionada, após a partida.
Dani e Jennyfer são, respectivamente, as duas primeiras cabeças de chave do torneio. Assim, em condições normais, se enfrentariam apenas na última rodada do grupo único, que conta ainda com a argentina Analia Longhi e a chilena Francisca Araya. No entanto, por serem compatriotas, foram obrigadas a duelar logo na primeira partida.
“É muito duro começar já pelo jogo mais difícil. Estava nervosa, estou até agora. Foi difícil separar tudo isso: a estreia, nossa amizade. Ela é minha melhor amiga”, afirmou Jennyfer após o jogo, já voltando as atenções para as próximas partidas.
“Vou agora me concentrar para os próximos jogos, que serão muito difíceis também”, completou.
As duas voltarão à mesa ainda neste sábado. Às 19h40 (de Brasília), Dani enfrentará a argentina Longhi, enquanto Jennyfer terá pela frente a chilena Araya. Na última rodada, no domingo (9), às 14h20, as adversárias se invertem.
Forte amizade
Jennyfer, 19 anos, já fazia parte da seleção permanente quando Dani, 17, se juntou à equipe, em Piracicaba (SP). As duas logo criaram uma grande amizade. Morando juntas, passaram a dividir a mesma rotina dentro e fora da mesa.
“Vivemos juntas. Desde que entrei na seleção, ela me apoiou muito, me deu muita força. Treinamos e moramos juntas. Estamos, literalmente, 24h por dia juntas. Foi muito difícil jogar contra ela”, disse Dani.
Mais experiente, apesar de também jovem, Jennyfer acolheu a catarinense, ajudando-a no período de adaptação à nova realidade.
“Estamos sempre juntas, treinando, jogando e fora da mesa. Quando não estamos treinando, saímos, vamos ao shopping. Conversamos sobre tudo”, contou Jennyfer.
As duas já haviam se enfrentado em diversas oportunidades em eventos nacionais. No entanto, pela primeira vez estariam em lados opostos da mesa em um evento tão importante.
“Tentei me concentrar o máximo possível. Como treinamos juntas, nos conhecemos muito bem. Ela sabe meus erros, eu conheço os dela. Não sabíamos o que ia acontecer. Fiquei muito focada durante esses dias aqui, preocupada ao máximo com meu jogo”, concluiu Dani.
As disputas individuais do tênis de mesa tiveram início neste sábado, com as rodadas iniciais das fases de grupos. As finais estão marcadas para domingo (9) e segunda-feira (10). Os torneios por equipes serão realizados de terça (11) a quinta (13).
Seleção brasileiro em Toronto
A seleção brasileira conta com 28 atletas em Toronto. Destes, 15 treinam diariamente com as equipes permanentes: Cátia Oliveira (Classe 2), Joyce Oliveira (4), Jennyfer Parinos (9) e Danielle Rauen (9), no feminino, e Aloisio Lima (1), Bruno Braga (1), Guilherme Costa (2), Ronaldo Souza (2), Iranildo Espíndola (2), Claudiomiro Segatto (5), Israel Stroh (7), Paulo Salmin (7), Luiz Manara (8), Diego Moreira (9) e Carlos Carbinatti (10), no masculino.
A eles, se juntaram outros 13 convocados por seletiva ou indicação técnica: Thais Severo (3), Maria Luiza Passos (5), David Freitas (3), Welder Knaf (3), Jorcerley Moreira (3), Alexandre Ank (4), Eziquiel Babes (4), Ivanildo Freitas (4), Carlo di Franco (6), Luiz Medina, o Kaíque (6), Erick Higa (9), Claudio Massad (10) e Lucas Maciel (11).
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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