Por CBTM
Classificado, cearense promete dedicação exclusiva ao tênis na preparação para os Jogos Rio 2016
Daniel Leal, em Toronto (CAN) – 10/8/2015
A meses de disputar mais uma edição dos Jogos Parapan-Americanos, em Toronto, no Canadá, David Freitas se viu diante de um dilema: por razões pessoais, teve de dedicar mais tempo ao trabalho, dificultando a sua agenda de treinamentos. O cearense, no entanto, não abriu mão de nenhum dos compromissos. A exaustiva rotina e as poucas horas de sono foram compensadas nesta segunda-feira (10), ao conquistar pela primeira vez o ouro individual da Classe 3 no evento continental. Garantido nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ele avisa: sua prioridade agora será o tênis de mesa.
“Todo esforço tem sua recompensa. Tive jogos muito difíceis, mas entrei muito focado. Consegui um resultado muito expressivo, até melhor do que esperava. Consegui o que buscava tanto profissionalmente quanto esportivamente”, comemorou.
A campanha rumo ao ouro teve dois momentos marcantes. Nas semifinais, disputadas no domingo (9), David superou por 3 sets a 0 o argentino Gabriel Copola, quinto colocado do ranking mundial e seu algoz na decisão do Parapan de Guadalajara, no México, em 2011.
Na decisão, mais uma pedreira: o compatriota Welder Knaf, medalhista paralímpico – prata por equipes – nos Jogos de Pequim, em 2008. Com mais uma grande atuação, o cearense venceu por 3 a 0 (11/6, 11/8 e 11/7).
“Fazia um tempo que eu não tinha esse privilégio de ouvir o hino nacional no pódio. Foi muito gratificante. Faço uma reflexão do que eu era antes desse Parapan e do que eu serei depois. A perspectiva é muito boa, estou muito feliz. Me sinto privilegiado, honrado com tamanha vitória. É inexplicável o que eu estou sentindo agora”, disse, ainda emocionado, após o ouro.
Os percalços inesperados no caminho ajudam a explicar o tamanho da felicidade de David. Agente de trânsito concursado no estado do Ceará, o mesatenista passou a fazer fiscalizações à noite, em um turno extra, este ano. Para não abrir mão dos treinamentos, teve de se desdobrar.
“Acabei tendo de me dedicar mais ao meu trabalho do que ao tênis de mesa. Ficou difícil conciliar o trabalho com os treinos. Consegui liberação mais cedo para treinar. Lá mesmo no local de treinamentos, tomava banho, colocava minha farda e voltava a trabalhar à noite. Era muito cansativo. Chegava da fiscalização por volta de meia-noite”, contou.
Na reta final da preparação para o Parapan, David decidiu quebrar a rotina para os últimos ajustes antes de embarcar para Toronto.
“Um mês antes do Parapan, comecei a fazer um treinamento específico. Fui para Brasília treinar com a seleção permanente e isso clareou a mente para que o resultado saísse”, avaliou.
Já pensando nos Jogos Paralímpicos do ano que vem, David garante que não passará pelas mesmas dificuldades.
“Esse ano tive de dar prioridade ao meu trabalho, mas agora será diferente. A prioridade será o tênis de mesa. O estado já estava ciente de que era um forte candidato a buscar essa vaga. Eles estão de acordo e, então, pedirei licença para que possa me dedicar exclusivamente à modalidade”, disse.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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