Por CBTM
Jovens fizeram história ao serem as primeiras brasileiras a conquistarem um torneio adulto do Circuito Mundial, no Aberto do Chile
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 1/10/2015
A última semana de setembro de 2015 ficará marcada para sempre na história do tênis de mesa brasileiro. Uma das razões disso é o primeiro título feminino conquistado por brasileiras na categoria adulta em uma etapa de Circuito Mundial: feito de Bruna Takahashi e Leticia Nakada – de 15 e 17 anos, respectivamente - no Aberto do Chile.
“Na verdade não pensei muito sobre ser a primeira, mas fiquei muito feliz com meus resultados. Dei o meu máximo tanto nos jogos individuais quanto nos jogos de dupla, ao lado da Leticia”, contou Takahashi, que também foi campeã do torneio sub-21.
Bruna (172ª colocada no ranking mundial) e Leticia (285ª) garantiram o ouro ao superarem as argentinas Camila Arguelles (384ª)/Ana Codina (328ª) por 3 a 1 (11/9, 7/11, 11/7 e 11/8). Antes, elas bateram as também argentinas Candela Molero (524ª)/Agustina Iwasa (517ª) por 3 a 0 (11/3, 11/8 e 11/4) – e as chilenas Natalia Castellano (406ª)/Paulina Vega (300ª) – 3 a 2 (12/14, 14/12, 11/8, 13/15 e 11/9).
Para Leticia, a vitória sobre Natalia e Paulina, que levou as brasileiras à decisão, foi um dos momentos mais marcantes da competição.
“Foi muito importante o jogo da semifinal contra o Chile. Havíamos ganhado duas vezes delas antes, no Aberto da Argentina. Começamos perdendo por 1 a 0 e 10 a 6 no segundo set. Felizmente, conseguimos virar o jogo e garantir uma vaga na final”, comemorou.
Para os espectadores, o ponto do título e a comemoração da parceria brasileira chamou a atenção. Após estar atrás no placar na reta final do set, Leticia e Bruna marcaram quatro vezes consecutivas - sendo o último um toque na rede, o que levou as brasileiras a praticamente não comemorarem ao fim da partida.
“Ficamos meio sem jeito de vibrar nessa última bola (risos), mas depois comemoramos”, garantiu Leticia.
“Realmente demoramos um pouco, pois o ponto foi de ‘redinha’, não foi muito bonito, mas ganhamos e depois nos abraçamos”, completou Bruna.
Vitória da tática e motivação extra para a sequência da carreira
Mais do que a boa atuação técnica e o lado mental, ambas as campeãs fizeram questão de destacar o sucesso do plano de jogo traçado para a final diante das adversárias. Do lado de fora da quadra, o técnico Hideo Yamamoto foi o responsável por orientar as atletas.
“Antes do jogo, tínhamos conversado bastante sobre como elas jogam e como nós tínhamos que jogar. Felizmente, conseguimos por em prática tudo o que havíamos planejado”, destacou Bruna.
“Estávamos muito mais entrosadas nessa partida, então conseguirmos executar a tática com mais eficiência”, observou Leticia.
O primeiro título da parceria entre as duas jovens entrou para a história, mas também entrará na mesa. Após a conquista no Circuito Mundial, elas focam em seus próximos desafios individuais, antes de voltarem a unir forças.
Bruna Takahashi será uma das representantes da América Latina no Desafio Mundial de Cadetes, que acontece no Egito a partir do dia 23 de outubro – o brasileiro Guilherme Teodoro também faz parte da delegação.
“Esta vai ser a quarta e última vez que participo do Mundial de Cadetes. Estou me preparando para chegar o mais longe possível, é difícil, mas não impossível”, declarou Bruna, de olho no título, mas sem perder de vista o futuro a longo prazo.
“Acho que esses resultados no Chile indicam que estou no caminho certo, mas vou continuar batalhando para alcançar meus objetivos, que são jogar nas Olimpíadas e conseguir chegar ao lugar mais alto do pódio em um Mundial”, decretou.
Já Leticia Nakada volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro Sanei de Verão, que será realizado em Lauro de Freitas (BA), a partir de 28 de outubro.
“Vou tentar treinar bem até lá e corrigir algumas falhas que percebi no meu jogo durante esses torneios no exterior”, concluiu Leticia, que recentemente também levou os títulos de campeã latino-americana juvenil e campeã sul-americana sub-21.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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