Por CBTM
Treinador francês valorizou muito os triunfos sobre Tiago Apolonia e Tang Peng
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 20/10/2015
Na Suécia, Gustavo Tsuboi fez história ao recolocar o Brasil nas quartas de final de uma Copa do Mundo masculina após 26 anos – e como não poderia ser diferente, o técnico da seleção, Jean-René Mounie, exaltou a grande performance e campanha do comandado.
“Em resumo, acho que o Brasil pode ficar orgulhoso da campanha do Gustavo”, declarou o francês.
A competição tem a seguinte fórmula: os oito melhores ranqueados avançam direto para as oitavas de final, enquanto o restante dos competidores se dividem em grupos e disputam duas vagas em cada grupo de três mesatenistas.
Assim, o brasileiro – 65º colocado no ranking mundial - caiu no grupo 2, que tinha Tiago Apolonia (22º) e Omar Assar (35º). A lógica diria que Tsuboi e Assar disputariam a segunda vaga, com o português e medalhista de bronze no Campeonato Europeu, menos de uma semana antes, garantido – contudo, a lógica não foi à mesa em Halmstad.
Logo na estreia, o paulista derrotou justamente Apolonia, por 4 a 3, em uma grande partida – parciais de 8/11, 5/11, 11/9, 8/11, 11/7, 11/4 e 11/8.
“Foi um desempenho muito interessante, é muito raro o Thiago perder para um jogador abaixo dele no ranking. O Gustavo conseguiu usar uma estratégia ótima, com boas escolhas nos momentos certos”, analisou Mounie.
Após perder as duas primeiras parciais, o brasileiro teve de se recuperar mental e tecnicamente – e essa retomada foi alvo de elogios da parte do treinador.
“Fiquei um pouco frustrado no início e imagino que o Gustavo também, pelo jeito de jogar. Após o 2º set foi bem melhor, com mais ambição e convicção. No quarto set ele passou a sacar bem, se mexer bem e achou um jeito de jogar com a esquerda paralela com efeito lateral que atrapalhou bastante o adversário”, detalhou.
Com o resultado, a confiança cresceu e isso permitiria ao brasileiro voltar a surpreender na competição. Segundo Jean-René, o processo foi totalmente natural, devido ao tamanho do feito.
“Não estou dizendo que vencer o Apolonia durante a Liga Alemã não tem importância, mas posso dizer que ganhar esse tipo de jogador durante um Mundial ou Copa do Mundo é realmente muito bom", observou.
Na sequência, a derrota para Omar Assar por 4 a 3 (13/11, 9/11, 8/11, 11/7, 11/6, 8/11 e 6/11) não tirou a liderança do grupo de Tsuboi, que viria a encarar mais um grande desafio nas oitavas: Tang Peng, 15º do mundo, de Hong Kong.
“Contra um jogador como Peng você precisa mudar sua estratégia dez vezes durante o jogo. Em geral, é fundamental evitar jogar forte demais na esquerda dele, por causa do pino curto, e administrar bem as mudanças de ritmo em relação a cada situação especifica", explicou Mounie.
Mais uma vez, Gustavo fez uso de toda a sua concentração, só que de forma diferente. Ele saiu na frente e teve a oportunidade de abrir 3 a 0 no placar, mas sofreu cinco pontos consecutivos e viu o adversário renascer no jogo, ao fim do terceiro set. No final, vitória por 4 a 3 (12/10, 11/9, 10/12, 6/11, 11/9, 6/11 e 14/12), no terceiro jogo consecutivo decidido no sétimo set.
"Mesmo que o Gustavo não tenha conseguido aproveitar a oportunidade naquele momento, podemos dizer que ele mostrou muita força mental para ganhar depois. Para mim, o mais importante foi a capacidade dele de resolver os problemas, de mudar o ritmo de jogo quando Tang Peng se acostumou”, destacou o francês.
História escrita: Tsuboi havia superado o próprio desempenho anterior, de 2011, e igualado uma lenda do tênis de mesa nacional, Claudio Kano – que em 1987 e 1989 havia chegado às quartas de final.
A fase seguinte colocou o japonês Jun Mizutani (6º) à frente do brasileiro, no que seria a última partida do torneio para Gustavo, que foi superado por 4 a 0 (11/2, 11/6, 11/5 e 11/7). Despedida lamentada, mas sem mágoas diante de um grande oponente.
“Ele não achou o ritmo contra o Mizutani, foi muito difícil. Tsuboi chegou a relaxar e jogar mais solto no último set, mas no geral não fez o seu melhor jogo, enquanto seu adversário foi perfeito”, afirmou Mounie, dando todos os méritos ao rival das quartas.
Sobre o seu trabalho fora da mesa, Jean-René também fez questão de conferir ao comandado todos os louros pela força mental e dedicação em partidas tão disputadas e equilibradas.
"Não tenho realmente um trabalho motivacional com o Gustavo, ele não precisa de mim para brigar e ter consciência que está representando o Brasil. Mas acredito que eu possa ajudar ele a administrar o jeito de jogar, ter um bom olhar durante os momentos difíceis, propor estratégias especificas”, enumerou o técnico, que também não recusa uma adrenalina extras nas disputas de alto nível.
“Tive muito prazer em acompanhar ele. Ter jogo 4 a 3, perdendo ou ganhando por esse placar, faz parte de nossa modalidade, estou sempre pronto para esse tipo de briga e gosto disso”, finalizou.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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