Por CBTM
Em intercâmbio acadêmico, membro mais jovem do Fast Track vive e respira tênis de mesa na Europa
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 23/10/2015
Há pouco mais de um mês, Raphael Moreira embarcava para um intercâmbio em Educação Física na Universidade do Porto. Com grandes sonhos e ambições na bagagem, o estudante de 21 anos afastava-se temporariamente da USP para vivenciar o ensino esportivo europeu e aprender na prática com grandes treinadores.
O processo já havia começado no Brasil, a partir do programa Fast Track da CBTM para formação de técnicos de alto nível. Nele, Raphael conheceu o português Ricardo Faria, consultor internacional da instituição, e o francês Michel Gadal, instrutor no intercâmbio que Raphael e outros dois treinadores – incluindo Jorge Fanck, campeão latino-americano com a Seleção mirim masculina – fizeram na China em dezembro de 2014. Ambos foram fundamentais para o jovem traçar seu caminho em Portugal.
“Quando eu contei ao Ricardo que viria, ele falou que tentaria algum clube para mim aqui na região do Porto. Ele conseguiu o contato do Pedro Rufino, que até esse ano era o técnico da seleção masculina adulta de Portugal. A gente marcou uma reunião e ele me contou que treinava o Guilhabreu, clube da primeira divisão da Liga Portuguesa. E ele queria, a princípio, que eu jogasse pelo clube e o ajudasse como técnico auxiliar, principalmente com as crianças”, relatou o rapaz.
Pedro Rufino havia sido campeão europeu com a seleção portuguesa em 2014. No mesmo ano, foi considerado pela ITTF o melhor treinador do mundo. Raphael não arriscaria perder tamanha oportunidade.
“Eu aceitei imediatamente. Eu estava há muito tempo parado como atleta, mas, além de gostar de jogar, era uma maneira de eu estar lá no clube aprendendo com ele. Então eu vou praticamente todos os dias para lá, para treinar, principalmente, mas ajudo quando dá. Fico atento ao que ele fala, ele me mostra algum aspecto do aluno, treino com atletas mais novos e vou corrigindo-os. Venho tendo essas experiências e aprendo bastante com ele”, relatou Raphael.
Faculdade, treinos e competição. Parece muito difícil conciliar tantas tarefas. Dedicado, Raphael ainda encontra tempo para outros projetos:
“Como a Liga começou e eu estou jogando pela equipe a semana inteira, exceto às terças. Nesses dias, vou ao Dragão Caixa, complexo poliesportivo do Futebol Clube do Porto para ajuda nos treinos da equipe de deficientes intelectuais. No Brasil, eu também estagio com desporto adaptado, sempre gostei da área e vi no site do Porto que eles tinham uma equipe de tênis de mesa. Eu me ofereci para ajudar e eles aceitaram. A equipe tem os principais atletas portugueses da categoria, sempre ganha os campeonatos, e está sendo uma experiência bacana. Eu estou trabalhando com uma população com necessidades especiais, de um grande clube, com uma estrutura fantástica”, declarou, empolgado.
Raphael pretende aproveitar a estadia para conhecer centros de excelência da modalidade na Europa. Michel Gadal tem orientado o pupilo na formação desse roteiro.
“Minhas aulas acabam na metade de janeiro, mas fico aqui até o fim de fevereiro. Gadal está me orientando e me indicando os locais que, na visão dele, eu não posso deixar de visitar para ter esse contato mais aprofundado com o que há de melhor no tênis de mesa europeu. Eu estou aprendendo muito e isso com certeza vai contribuir muito para a minha formação como técnico”, afirmou Raphael.
O rapaz fez questão de valorizar todo o auxílio que obteve de Faria ao aterrissar em solo português.
“Eu e Ricardo nos falamos o tempo todo. Assim que contei que procuraria o Pedro, ele ficou na expectativa, quis saber como tinha sido. Ele tem se mostrado bem atencioso e com certeza foi muito importante nessa porta aberta com o Rufino”, declarou.
Raphael não poupou elogios ao mestre português e detalhou seu aprendizado no Guilhabreu.
“O Pedro tem sido uma pessoa fantástica. Desde que eu cheguei, ele esteve muito disposto a me ajudar, me colocando para jogar no clube e me dando todo o suporte necessário. E, apesar de eu não estar 100% como técnico, ele tem me dado muitas dicas e eu tenho observado muito como ele age, como ele trata a mim, aos atletas em formação... Tenho aprendido muito com ele”, afirmou o estudante.
O jovem treinador avaliou ainda o desenvolvimento da modalidade em Portugal e no Brasil.
“O tênis de mesa português tem conseguido bons resultados – foram campeões dos Jogos Europeus e tem essa geração muito forte do Marcos Freitas, Tiago Apolónia e João Monteiro. Mesmo assim, Tsuboi e Cazuo já tiveram vitórias excepcionais sobre eles, e aqui eu tenho visto que o Brasil não está nem um pouco atrás dos penúltimos campeões europeus”, afirmou Moreira.
Ele traçou também um paralelo entre as iniciativas dos dois países no fortalecimento da modalidade.
“A Federação Portuguesa tem um projeto de formação contínua de treinadores. Nele, há vários módulos e os profissionais têm de cumprir uma quantidade de créditos para poderem atuar. Eu participei de um desses cursos, que o próprio Pedro ministrou. É uma iniciativa bem parecida com o Fast Track, mas não é algo tão pessoal como o nosso, no qual temos a possibilidade de estar mais perto do Gadal. É um curso mais geral, mas também foi uma experiência bem interessante”, comparou Raphael.
Quanto ao tênis de mesa brasileiro, Moreira realizou uma breve análise.
“Temos tido muito investimento, muitos intercâmbios, além de levar seleções fortes às competições internacionais desde a base. O Fast Track, de formação de treinadores; o Diamantes do Futuro, de detecção e desenvolvimento de talentos; os intercâmbios, levar essa garotada nova para a China... todas essas ações têm sido muito positivas para o tênis de mesa brasileiro e eu acredito que estamos no caminho certo”, afirmou.
Profissional, acadêmica e particularmente, Raphael está aproveitando ao máximo sua estadia.
“A faculdade tem uma estrutura sensacional, principalmente em relação às aulas práticas. Eu só tenho a agradecer a Deus e à USP por me proporcionarem essa oportunidade de estar em Portugal, em contato direto com o tênis de mesa de alto nível, convivendo com um técnico conceituado e voltando a praticar o esporte que tanto gosto a nível competitivo. Tem sido muito legal. Agradeço a todos os contatos que conheci através do Fast Track e espero poder contribuir para o desenvolvimento do tênis de mesa no Brasil”, concluiu.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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