Notícia

Após temporada vitoriosa no adulto, Eric Jouti quer voar mais alto em 2016

Por CBTM

28/12/2015 18h27


Mesatenista de 21 anos pretende continuar a evoluir como atleta e sonha em disputar o Pré-Olímpico

Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 28/12/2015

O primeiro título no Circuito Mundial adulto, o título brasileiro em Lauro de Freitas, vitórias sobre atletas top 100, crescimento na Europa e, para fechar com chave de ouro, a classificação para o Latino-Americano – esse foi o 2015 de Eric Jouti, que aos 21 anos quer ainda mais.

Em meados de 2014, o jovem paulista resolveu encarar o desafio de morar sozinho na Alemanha, em busca da melhor preparação. Para ele, essa escolha teve um papel crucial em seu recente crescimento.

“O principal fator da minha evolução foi treinar com gente forte. Mantive o ritmo de competição jogando a terceira divisão, mas o principal eram os treinos. Era de domingo a domingo, e, de vez em quando, apenas um dia de folga”, afirmou.

Toda a dedicação e entrega renderam frutos rapidamente. Após a bela campanha na terceira divisão da Liga Alemã de 2014, em que foi o melhor jogador da competição, com 35 vitórias e apenas uma derrota, Eric recebeu um convite para atuar na liga de cima, pelo Weinheim. Conquistou, ainda, seu primeiro ouro nos Challengers Series, torneio que reúne boa parte da elite do tênis de mesa europeu.

A rotina intensa e o alto nível dos colegas, entretanto, não encerram as vantagens do treinamento em solo alemão. Um experiente e rígido mestre, o chinês Jianxin Qiu, dava o tom ao trabalho. Além dele, o japonês Masataka Morizono (28º colocado no ranking mundial) era um dos companheiros de treino que participaram no seu crescimento.

“Lá, o treinador me orientava em saque e outros fundamentos. Todos o respeitavam muito. Com o Morizono nem todo mundo queria treinar, porque era muito difícil e ele era um pouco exigente (risos). Aí eu acabava treinando quase sempre com ele. Desenvolvi uma relação legal com ele e todos os colegas de treino”, contou o jogador.

Já em continente americano, os triunfos lhe acompanharam. Foi finalista de duas das três edições de Copa Latina na temporada. Na primeira, em 2015, chegou à decisão após vitória inconstestável sobre o argentino Gastón Alto, além de vencer, de virada, o compatriota Gustavo Tsuboi, atual 46º do mundo.

“Eu acho que foi muito importante ter ganhado dele (Tsuboi), porque isso mostra evolução que eu venho tendo em conseguir encarar de igual pra igual o pessoal da seleção principal. Isso mostra que eu não estou longe deles e que no meu nível atual posso substituí-los em competições”, declarou um satisfeito Eric.

Em setembro, viria a conquista mais importante de sua carreira: o Aberto da Argentina, primeiro ouro no Circuito Mundial adulto. Em seguida, na República Tcheca, Jouti manteria a boa sequência de grandes atuações contra jogadores mais experientes e melhor ranqueados: superou o francês Mehdi Bouloussa, então 166º colocado no ranking mundial, e o alemão Ricardo Walther (95º), em seu primeiro triunfo sobre um top 100.

“Com certeza as etapas na Europa me ajudaram muito a chegar bem mais preparado e confiante para o Aberto da Argentina, onde fiz um dos melhores campeonatos da minha vida. Me senti bem em todos os aspectos: pernas, coordenação, feeling e psicológico. E no Aberto da República Tcheca pude bater de frente com Tiago Apolonia, que era número 18 do ranking na época, além de ganhar de vários jogadores bem melhores no ranking que eu”, lembrou.

Aumento na confiança e evolução técnica: aquisição de maturidade que Jouti sentiu na pele, mesmo quando o ouro não veio. No Campeonato Sul-Americano, em setembro, foi medalhista de prata, após ter sido superado pelo equatoriano Alberto Mino na decisão por 4 a 2 (11/9, 11/7, 7/11, 11/3, 8/11 e 11/9). Ainda assim, o crescimento de um ano para o outro era notório.

“No campeonato em geral, já estava me sentindo bem melhor em questão de nível também, sabia que podia ganhar o título, mas não foi o que aconteceu porque enfrentei um adversário de altíssima qualidade que é o Mino. Acho que melhorei muito do ano passado para esse, consegui ganhar campeonatos que tinha vários jogadores fortes, consegui me sair bem na pressão também jogando contra adversários mais fracos”, comemorou o atleta.

O destino lhe reservava, contudo, a glória internacional na semana seguinte. Em sua quinta decisão em solo argentino naquele mês, venceu o anfitrião Pablo Tabachnik por 4 a 3 ( 4/11, 11/8, 11/7, 8/11, 11/5, 8/11 e 11/5), assegurando a primeira conquista no adulto a nível mundial. Até então, Mendoza já havia lhe rendido a prata individual no Sul-Americano adulto e sub-21. Em seguida, na etapa do Circuito Mundial, foi novamente prata sub-21 individual e nas duplas, ao lado de Massao Kohatsu.

“Eu tinha ficado quatro vezes em segundo lugar naquele torneio e não iria aceitar isso mais uma vez. Acho que a vitória já estava reservada pra mim pelo tanto que eu vinha treinando e me dedicando para aquele campeonato. E na final ainda joguei contra um atleta da casa, vieram com uma pressão grande pra cima de mim. Graças a Deus deu tudo certo, não senti pressão nenhuma naquele momento e meu pensamento era só em como ganhar e levar esse título para casa”, relatou Jouti.

Mesmo diante do ótimo retrospecto recente, Eric não se dá por satisfeito. Além de continuar a trabalhar intensivamente pelo crescimento como mesatenista, o jovem tem, ainda, sonhos ambiciosos: o primeiro deles é brigar por uma vaga na Rio 2016.

“Minha expectativa é continuar nesse caminho de vitórias, aumentar a potência dos meus golpes e melhorar minha parte mental, que muitas vezes me faz perder jogos. Meu grande objetivo é jogar o Pré-Olímpico, sei que só jogam três, mas se abrir uma vaga gostaria muito de jogar”, concluiu.

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