Por CBTM
Treinador ressaltou a importância do trabalho coletivo e da experiência internacional contínua para que o país cresça ainda mais na modalidade
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 1/1/2016
Mirar o alto rendimento desde a base: eis a principal arma do Brasil para alcançar a excelência. Dos esforços de renovação e evolução, nasceram iniciativas como o Diamantes do Futuro, programa de detecção e desenvolvimento de jovens talentos que já rende resultados expressivos nas competições continentais. Após um mês de intercâmbio das jovens promessas na China, o português Ricardo Faria, coordenador do projeto, defendeu a continuidade dessa linha de trabalho.
"2015 foi extremamente positivo para o programa. Estamos traçando uma direção, reunindo os melhores, trabalhando em conjunto, buscando o alto rendimento e o máximo de experiência internacional possível. Isso culminou nesse intercâmbio à China, com um conjunto de atletas de nível cada vez melhor, mais coeso, com mais experiência, tanto em nível nacional quanto no internacional. Me parece que estamos num bom caminho, mas agora só no futuro os resultados o dirão", declarou.
Além de reunir os jovens atletas para um período intensivo de treinos no Brasil, o programa aposta principalmente nos estágios em potências do tênis de mesa para oferecer-lhes conhecimento e experiência. Em dezembro, 16 atletas de 10 a 14 anos passaram um mês em Chengdu, na China, aprendendo novas técnicas e dedicando-se exclusivamente à modalidade. Para Faria, a rodagem garantida pelos intercâmbios é o principal motivo de sua eficácia.
"Eles podem treinar entre eles e com os atletas do país anfitrião, jogar contra adversários de diferentes estilos de jogo, o que aumenta seu leque de respostas no futuro. Esta é uma modalidade em que cada adversário joga de forma distinta, diferenciada, e quanto mais plásticos, flexíveis e resilientes eles estiverem, mais próximos estarão do alto rendimento”, disse Ricardo, justificando, a longo prazo, o papel central das imersões.
“Estamos trazendo-os para proporcionar a eles diferentes experiências, em diferentes competições, com o intuito de atingir o alto rendimento o mais rápido possível. Queremos criar uma multivariedade de esquemas mentais, comportamentos e atitudes, tendo um fio condutor para os nossos atletas, que procuram voltar no mais alto nível ao Brasil", explicou.
Além de Ricardo, consagrado por levar a seleção portuguesa da trigésima ao top 5 do ranking mundial da ITTF, três treinadores brasileiros acompanharam os jovens mesatenistas em Chengdu. Andrews Martins, Emerson Jerônimo e Jorge Fanck também puderam também se aperfeiçoar na maior potência da modalidade. Faria ressaltou a importância desse aprendizado para os técnicos e relembrou a primeira ida de Diogo Silva, Eduardo Tomoike, Gustavo Gerstman e Rafael Torino à China.
"Estamos formando um grupo que desde 2014, 2015 tem estado várias vezes juntos. Deste grupo, quatro já estiveram no Shandong Luneng por 21 dias em janeiro; dessa vez, vieram 16 atletas e três técnicos. Este trabalho não visa só formar e dar oportunidade a jovens atletas, mas, em consonância, desenvolver nossos técnicos do Brasil. O atleta não cresce sozinho, cresce também com um bom técnico, e esse é um dos objetivos que a CBTM tem traçado como prioridade desse projeto”, disse Ricardo.
Jorge Fanck é um dos integrantes do Fast Track, voltado à produção de treinadores de alto rendimento. Ambas as iniciativas perseguem o mesmo fim: aprimorar o processo de formação dos profissionais de tênis de mesa, buscando o mais alto nível desde a base e disseminando o conhecimento adquirido e a filosofia de trabalho pelos quatro cantos do país.
"Não se consegue chegar ao fim do projeto sem reunir um conjunto de condições materiais, humanas, financeiras, uma linha de orientação em termos de trabalho. O que estamos fazendo aqui é queimar etapas, é congregar os melhores de todos os estados e trabalhar no sentido de alcançarmos o topo mais depressa. Deste grupo, esperamos que saia mais um talento, como neste momento nós podemos nos vangloriar por termos cada vez mais atletas no topo, como o Hugo Calderano e a Bruna Takahashi”, afirmou Faria, que crê na eficácia do modelo brasileiro.
“Só traçando um trabalho mais profissional em que os melhores estejam reunidos o maior número de vezes possível, com diferentes competições e aprendizados, é que o Brasil se tornará mais forte, como tem demonstrado nos últimos anos. Na América Latina, já tem dominado, agora o próximo objetivo é ir um pouco mais longe, destacando-se na Europa e almejando posições mais ambiciosas em termos de Ásia e a nível mundial. Vamos dar um passo de cada vez e ver o que conseguimos construir”, projetou, determinado.
Não só de intercâmbios, entretanto, é constituído o programa de detecção. O português comentou sobre a influência dos treinamentos no Brasil, ponderando a necessidade de adequar a busca pelo alto rendimento à rotina escolar dos jovens atletas. Elogiou, ainda, o trabalho coletivo dos treinadores brasileiros e o empenho da CBTM em trazer ao país profissionais como ele e o Michel Gadal, consagrado técnico francês que levou Jean-Phillipe Gatien ao título mundial.
"É extremamente importante, claro que não é onde se vai resolver todos os problemas ou encontrar todas as soluções, mas, de qualquer modo, é aquilo que é possível em consonância com suas atividades e proporções escolares. O apoio e o enquadramento proporcionados pela CBTM têm sido o melhor possível, com a minha vinda e a vinda do mentor de todo esse projeto, o Gadal, juntamente aos treinadores dos clubes e as parcerias que têm sido estabelecidas com os coordenadores técnicos de cada um dos estados”, disse Faria.
Para 2016, o planejamento já está definido. Se os olhos do mundo estarão voltados para o Rio de Janeiro, a equipe por trás do Diamantes concilia a torcida pelo Brasil nos Jogos Olímpicos com a tentativa oferecer as melhores experiências possíveis aos jovens atletas.
“A ideia é mantermos esses dois momentos anualmente. Tanto a detecção quanto os estágios já estão traçados para 2016, mas não podemos prometer nada sem criar ideias, revermos balanços e estimar o que conseguimos fazer para o projeto. Como todos sabem, em 2016 os esforços se voltam para o objetivo mais ambicioso, que são as Olimpíadas, então vamos ver o que se consegue proporcionar a esses jovens atletas que são, com certeza, o futuro do tênis de mesa brasileiro", declarou.
Faria considera que o país tem muito a comemorar com os resultados recentes, mas não se dá por satisfeito. Ele defende a constante troca de ideias e o esforço coletivo como os principais instrumentos para que o Brasil alce voos cada vez mais altos no futuro.
“O objetivo é termos cada vez mais gente falando a mesma língua, mais técnicos trabalhando nesse sentido. Não pode ser só a CBTM, todos nós temos de trabalhar com um fio condutor, uma linha de orientação e o mesmo fim. Ainda há uma caminhada bem longa a fazer, mas os primeiros passos têm sido dados e temos que nos orgulhar disso. Temos que partilhar ideias visando elevar o Brasil ao mais alto nível e cada vez mais nos orgulharmos de nosso país e do que somos capazes à mesa", concluiu.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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