Por CBTM
Treinador defendeu a continuidade dos projetos de formação para que o país cresça ainda mais no cenário internacional
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 3/1/2015
No primeiro ano de seleção, a hegemonia continental. Aos 28 anos, o técnico Jorge Fanck teve um 2015 inesquecível e vitorioso no comando dos atletas mirins e pré-mirins. Sua trajetória é uma das que compõem o sucesso do programa Fast Track, iniciativa da CBTM voltada à formação de treinadores de excelência. E, se o projeto é uma das frentes amplas de desenvolvimento do tênis de mesa brasileiro, ele também representa uma grande oportunidade de crescimento profissional.
“Foi o divisor de águas na minha carreira. Sempre trabalhei muito e almejei chegar à seleção, era o meu sonho como atleta e passou a ser meu sonho também como técnico. Entrar no Fast Track me possibilitou aprender muito sobre alto rendimento e me abriu as portas para começar a trabalhar com a seleção”, afirmou Fanck.
Além do objetivo final – formar profissionais de alto rendimento - e do método - o intercâmbio em potências mundiais do esporte -, o Fast Track compartilha com o Diamantes do Futuro origem e data de nascimento. Em 2014, uma detecção nacional de talentos da CBTM selecionou 10 treinadores e 18 crianças entre 9 e 12 anos para o Next Generation, que os reuniu em Piracicaba para quatro dias de atividades de capacitação.
“Sempre procurei participar de todas as ações propostas pela CBTM e, quando saiu a nota oficial do Fast Track, logo enviei email para me inscrever. Não tinha muita esperança, pois existem muitos técnicos bons e experientes no nosso país. Mas sempre acreditei no meu potencial e sabia que no mínimo teria uma semana de muito aprendizado com vários técnicos brasileiros e com o Gadal, que é um expert na nossa modalidade”, disse.
O desfecho daquela semana superou as expectativas do treinador gaúcho. A partir dela, formou-se o primeiro grupo dos Diamantes, ao passo que Fanck, Eric Mancini e Raphael Almeida foram selecionados para um aperfeiçoamento mais profundo sob a tutela de Michel Gadal, ex-técnico do campeão mundial Jean-Philippe Gatien. Após um ano de aprendizado, Fanck ressaltou a influência do mestre francês em sua evolução.
“Felizmente pude trocar muitas ideias com o ele, conversar sobre toda a minha vida como atleta e técnico e minhas ambições na carreira. Acredito que consegui chamar a atenção dele por algum motivo e fui um dos escolhidos para o programa, que transformou totalmente a minha carreira como técnico. Posso dividi-la em antes e depois de conhecer o Gadal. Ele é peça fundamental para tudo que aconteceu em minha vida este ano”, declarou.
E não foram poucas as oportunidades desde então. Ainda em 2014, os três jovens treinadores foram à maior potência da modalidade para acompanhar o Mundial Juvenil, em Xangai, e conhecer a rotina de treinos do Shandong Luneng. Pertencente à estatal francesa State Grid, parceira da CBTM, o clube possui uma grande estrutura para o tênis de mesa e havia acabado de conquistar o bicampeonato nacional.
“A primeira viagem foi a realização de um sonho, pois sempre quis ir à China para jogar e estudar sobre tênis de mesa. Tive esta oportunidade em dezembro de 2014, quando pude assistir o Mundial Juvenil e ainda observar durante alguns dias os treinamentos no Shandong Luneng, clube campeão chinês. Foi uma imersão de 10 dias em tênis de mesa de altíssimo rendimento, uma experiência maravilhosa”, relembrou o treinador.
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Depois da observação, a hora de colocar as lições em prática não tardou a chegar. Ao lado do experiente Guilherme Simões, Fanck embarcou para Lima e encarou seu primeiro desafio à frente da seleção de base, o Sul-Americano mirim e pré-mirim. A bagagem voltou mais pesada: foram 10 medalhas conquistadas, sendo seis ouros, duas pratas e dois bronzes.
“Viajar para a primeira competição como técnico da seleção me emocionou muito. Realizei um dos sonhos da minha vida e sinto muito orgulho em poder representar minha nação. O Guiga também estava presente como técnico e em todos os momentos me transmitia confiança e me passava um pouco da sua experiência”, contou Jorge, satisfeito por conseguir auxiliar os pupilos.
“Saber lidar com a emoção dos atletas em momentos decisivos e transmitir a eles confiança para desenvolverem o seu melhor foi um dos pontos-chave da campanha. Subir no primeiro lugar do pódio pela primeira vez como técnico de seleção e ouvir o hino nacional foi um dos momentos mais felizes da minha carreira”, declarou.
No mês seguinte, um desafio ainda maior o aguardava. O Campeonato Latino-Americano, sediado em Cuba, seria o primeiro voo solo do gaúcho, no comando de sete jovens atletas. Dois deles, Wanessa Wu e Henrique Noguchi, do pré-mirim, enfrentariam sua primeira experiência internacional.
“O Latino em Cuba foi uma experiência e tanto. Admito que fiquei um pouco nervoso, mas os desafios sempre me motivam. Cuba é um país muito diferente do nosso e tivemos que superar muitas dificuldades, só quem esteve lá sabe. Na mesa foi muito interessante, pois os países da América Central são muito sanguíneos, assim como os argentinos, vibram em todos os pontos e não se entregam nunca”, contou.
Não era uma tarefa fácil. O Latino-Americano exigiria de Fanck a estratégia de um mestre, a vibração de um torcedor e a empatia de um psicólogo. Deu certo: invicta no mirim masculino, a seleção trouxe três ouros, uma prata e muito amadurecimento para casa.
“Minha atuação passou não só pelo lado técnico e tático mas também na questão psicológica dos nossos atletas, foi bem interessante. Gostei muito da nossa campanha, mas perdemos 5 quartas de final, o que nos deixou com um gostinho amargo, podendo trazer mais medalhas para o Brasil. Mas todos fizeram o seu melhor e, apesar dos empecilhos, acredito que fizemos muito bem a nossa parte”, afirmou ele.
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Para fechar a grande temporada, Jorge teria a chance de repetir a viagem que tanto marcou sua carreira – dessa vez, à frente dos Diamantes. Mais maduro, ele coordenou os 16 atletas brasileiros por um mês em Chengdu, ao lado dos colegas Ricardo Faria, Andrews Martins e Emerson Jerônimo.
“Poder retornar a China um ano depois é maravilhoso. Com certeza minha cabeça é outra, outras vivências, outros conceitos. O tênis de mesa de alto rendimento é muito diferente do que pensava ser, é impressionante o que aprendi neste pouco tempo. Esta viagem foi muito proveitosa, pois viemos com 16 atletas para 30 dias de treino e pudemos atuar em todos os treinamentos, seja através de pequenas correções, lançando bolas, propondo exercícios ou em conversas com o grupo. Lá, pude aprender mais ainda e pôr em prática pouco do que venho aprendendo neste último ano”, declarou.
Se a constante renovação e busca pelo alto rendimento do Diamantes é crucial para desenvolver os atletas, o grande trunfo do Fast Track é seu potencial disseminador. A partir da formação de técnicos de ponta, a maturação dos jogadores é diretamente impactada. Além disso, os treinadores compartilham com os colegas o conhecimento adquirido lá fora, propagando também indiretamente as lições aprendidas. Para Fanck, continuar nessa direção fará com que o Brasil galgue ainda mais posições no cenário internacional.
“Quanto mais capacitarmos técnicos, mais atletas com condições de brigar lá em cima teremos. Claro que necessitamos de toda uma estrutura, são muitos aspectos a serem desenvolvidos quando falamos de alto rendimento. Mas capacitar treinadores é um deles, esta viagem que fizemos com 16 atletas de 10 a 14 anos para a China é outro. Acredito que, se a CBTM continuar com este belo trabalho, colheremos muitos frutos logo a frente, e espero poder colaborar para esta evolução”, projetou.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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