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Com parcerias e gestão inovadora, Federação do Amapá mira a elite nacional

Por CBTM

04/01/2016 20h01


O estado aposta na inclusão social para formar novos atletas e árbitros, estreitando relações com o poder público para ajudar a desenvolver o tênis de mesa brasileiro

Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 4/1/2015

Dedicação, planejamento, ambição, coletividade e muito trabalho: assim pode ser descrita a gestão recente do tênis de mesa amapaense. Do investimento em escolas à recuperação de detentos, a determinação do estado em desenvolver a modalidade têm transformado vidas e evidenciado o potencial inclusivo do esporte. Apostando em parcerias, a Federação de Tênis de Mesa do Amapá (FTMA) se fortaleceu ainda mais em 2015, dando o exemplo em gestão esportiva e conquistando resultados expressivos.

“2015 foi o ano de afirmação do nosso programa de trabalho, voltado para o fortalecimento das relações com o poder público e com a CBTM. Produzimos documentos importantes, harmonizamos nossas ações e hoje temos um planejamento para cumprir. Não foi fácil, tanto o governo quanto a CBTM nos exigiram muito, tivemos que evoluir sobremaneira para dar conta das responsabilidades, mas conseguimos nos ajustar de forma surpreendente”, avaliou Alan Cardoso, presidente da instituição, comemorando uma temporada de grandes conquistas.

“Num ano de crise, ganhamos um CT, um técnico de alto de rendimento e, principalmente, credibilidade dentro do estado. Fomos eleitos personalidade do Esporte Amapaense em 2015, o que nos honra e nos mantém motivados pra continuar o trabalho. Posso dizer que conseguimos criar um elo harmonioso no que considero o tripé fundamental dos projetos do Amapá: detecção, alto rendimento e social”, celebrou.

Nos três segmentos, são justamente as relações institucionais o principal trunfo dos amapaenses. Federação estadual, Governo e Confederação atuam de maneira integrada para formar atletas, impactando de forma significativa a inclusão social na região. No âmbito da detecção, o Amapá transforma escolas públicas em clubes de tênis de mesa. Além de fornecer uma atividade aos alunos e organizar uma rede de instituições esportivas no estado, a iniciativa já tem dado retorno no que diz respeito à difusão da prática da modalidade.

“Em parceria com o programa federal ‘Mais Educação’, criamos os clubinhos-escolas, que realizam detecções de talentos, escolhem um nome e um mascote pro clubinho. A Federação consigna mesa e rede e indica o monitor, enquanto a escola, com o recurso do programa, remunera o monitor e adquire mais uma mesa, rede e bolinhas, todos aprovados pela ITTF e/ou referendados pela CBTM”, explicou, comemorando o alcance obtido e o sucesso na iniciação ao alto rendimento.

“Muda-se, assim, a cultura do ping pong, e introduz-se de fato materiais de tênis de mesa no treinamento dos alunos. Cada escola atende no mínimo 20 crianças entre 08 a 15 anos de idade. Em 2015, foram fundados quatro clubinhos - um deles numa comunidade quilombola - e surgiram mais de 80 novos praticantes”, contou Alan.

O trabalho nos clubinhos-escola tem um forte viés inclusivo, mas não é o único a seguir nessa direção. Em convênio com o Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), envolvendo a Vara de Execuções Penais e o Instituto Penitenciário do Amapá (IAPEN), a federação criou o projeto Sacando à Liberdade. Oferecendo uma alternativa concreta aos presidiários, a instituição ajuda a sociedade a ressocializá-los. Em troca, forma atletas, árbitros e demais profissionais de tênis de mesa, fortalecendo o cenário estadual.

“Considero esta umas das áreas mais importantes do nosso trabalho, em que fechamos parcerias fundamentais para ações ousadas. O objetivo é introduzir a modalidade no presídio de forma sistêmica, de modo que as atividades de formação de árbitros, fabricação de raquetes e treinamento de tênis de mesa contemplarão os participantes com o benefício da remissão de pena, inédito no Brasil. O projeto piloto formou 20 árbitros e realizou uma clínica de técnicas da modalidade, atendendo cerca de 50 internos”, relatou.

Assim como os clubinhos-escola, outro programa amapaense utiliza a educação e o esporte para evitar que cidadãos em risco social caiam na criminalidade. O Segurança Resgatando Valores (Segresv) inova e surpreende não só no setor esportivo: é uma verdadeira política de segurança pública que tem como prioridade a prevenção estratégica.

“Outra parceria importante foi com a Polícia Militar, que culminou no Segresv. Com ele, realizamos uma grande detecção de talentos num dos maiores conjuntos habitacionais do estado, considerado de alta vulnerabilidade social. Participaram mais de 60 crianças e foram selecionadas 15, que serão custeadas pela PM, com equipamentos e transporte, para treinarem no novo CT”, declarou Cardoso.

Para investir no alto rendimento desde a base, a referência veio de cima. A exemplo das seleções paralímpicas brasileiras e do modelo chinês, que implanta e integra centros de treinamento municipais, provinciais e nacionais, o pontapé inicial do Amapá foi a criação da seleção estadual permanente.

“Criamos a seleção amapaense permanente de tênis de mesa, um grupo que passou a treinar junto para as competições nacionais, o que facilitou a captação de recursos para custeio de viagens. Essa verba era aplicada também às competições que envolviam somente clubes e não seleções estaduais, pois os atletas deste grupo eram custeados pelo Estado por fazerem parte da seleção. Tal alternativa ajudou principalmente os clubes menos desenvolvidos e melhorou sobremaneira o nível de treinamento”, explicou.

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Com sucesso meteórico em 2015, Cátia Oliveira é exemplo da filosofia das seleções paralímpicas

Em outubro, o estado concretizou a contratação do treinador cubano Pavel Oxamendi Mendizabal, medalhista pan-americano e maior recordista da história de Cuba em campeonatos nacionais individuais. Só faltava uma sede, e, mais uma vez, as parcerias mostraram sua eficácia: em solo amapaense, o primeiro centro de treinamento público brasileiro será inaugurado no ano que vem.

“Por intermédio de parceria entre a CBTM, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a FTMA e o Governo do Amapá, este treinador fará uma experiência de um ano em Tucuju e coordenará o primeiro centro público de alto rendimento do Brasil, que já está 95% construído e marcará uma nova era da modalidade na região Norte. Já recebemos da CBTM pisos e mesas e, agora, a mão de obra especializada. Trabalharemos muito duro em 2016 para colocar o Amapá na elite nacional, pois nos deram as ferramentas e, Deus, o talento”, declarou, determinado.

Tamanha organização e relevância não se constituíram da noite para o dia. Antes de alçar voos mais altos, foi preciso investir na estrutura e nos atletas já existentes, além de promover mais competições na região a fim de fortalecê-los e divulgar a modalidade. Com a revelação de jovens talentos, os resultados nacionais começaram a aparecer.

“Mudamos a filosofia de trabalho em 2009, com a presidência de Biracy Guimarães. Passamos a incrementar nossos campeonatos, buscar patrocínios e, principalmente, oferecer melhores condições de treinamento aos atletas. Tivemos a grata revelação de uma geração muito talentosa, capitaneados por Caio Lobato Silva. O Amapá ainda revelou Djalma Del Castillo, Jorge Brito e Luan Morais, que nos levaram ao vice-campeonato brasileiro infantil em 2012, atrás somente de São Paulo. No mesmo ano, Caio foi vice individual no infantil, perdendo na final para o promissor Isaac Zauli”, relembrou Alan.

E, se a Federação hoje celebra a chegada de Mendizabal, um mestre experiente e conceituado era uma de suas necessidades de longa data.

“A partir de 2012, percebemos que poderíamos atingir níveis mais altos, mas não tínhamos o principal: um técnico de alto nível. Assim, passamos a investir em intercâmbios com o eixo Guiana Francesa-Antilhas e trouxemos grandes nomes do cenário para ministrarem clínicas, como Thiago Monteiro, Adilson Toledo e Yuri Bavaresco”, contou.

Foi nessa época que o nome de Pavel surgiu como uma possibilidade. E quem a apresentou aos amapaenses foi outro grande treinador cubano já consagrado no Brasil: Francisco Arado, o Paco.

“Ainda em 2012, fizemos o primeiro contato com a Federação Cubana durante as seletivas para os Jogos Olímpicos de Londres, sediadas no Rio de Janeiro. Por indicação do Paco, do São Caetano, conhecemos o trabalho do Pavel, que veio ao Amapá no ano seguinte e passou 90 dias numa experiência que não deixou dúvidas sobe seu potencial, quando novamente atingimos o vice-campeonato nacional - agora no juvenil, com a mesma geração de 2012”, relatou Cardoso, que já tinha intenções de estreitar o vínculo.

“Desde então, começamos a trabalhar na sua vinda com contrato de trabalho para o Brasil, algo muito complexo e burocrático, mas que enfim conseguimos concretizar agora em 2015. Em 2014, dois atletas de ponta da seleção cubana também estiveram no Amapá. Jorge Campos e Yohan Mora passaram conosco cerca de 180 dias, em um trabalho fenomenal que subsidiou definitivamente nossa decisão de permanecer com a escola cubana no segmento de rendimento”, afirmou.

Integração com outros clubes, grandes projeções, referências de sucesso e, finalmente, recursos. Para Cardoso, a base do desenvolvimento amapaense foi o incentivo dos órgãos do governo. Além de investir na estrutura e nos recursos humanos internos, a Federação teve ainda a oportunidade de enviar alguns de seus atletas a intercâmbios nas potências mundiais.

“O que mais impulsionou o alto rendimento no Amapá foi o poder público. Em todas as ações, tivemos o apoio financeiro da Secretaria Estadual de Esporte e Prefeitura de Macapá. Conseguimos mostrar a importância destes investimentos nos atletas de alto nível, que inclusive chegaram a realizar treinamentos no Japão e China com ajuda do Estado”, declarou.

Longe de se restringir ao Amapá, a filosofia do crescimento por meio de parcerias e renovação é uma diretriz nacional. Alan considera que a recente ascensão brasileira no cenário internacional, com participações cada vez mais competitivas nos torneios mundiais e a consolidação como potência continental, está relacionada aos investimentos expressivos que a CBTM vem conquistando.

“A CBTM está, de fato, conseguindo dar uma identidade para o tênis de mesa brasileiro. O aumento na captação de recursos via Ministério do Esporte/COB/CPB e demais parceiros permitiu um nível de investimento nunca antes experimentado por todas as categorias que compõem as seleções. Além disso, o aumento de competições internacionais, contratação de técnicos e sparrings elevou significativamente o nível de jogo dos nossos atletas e hoje vivemos a real expectativa de uma medalha olímpica por equipes”, analisou Alan.

Para continuar evoluindo, o dirigente acredita que os principais trunfos são as iniciativas de desenvolvimento e difusão de mão-de-obra qualificada Brasil afora: o Fast Track e o Diamantes do Futuro. Ele ainda elogiou a atuação da Confederação junto aos estados.

“O programa de detecção de talentos e formação de novos técnicos é o que considero a grande vitrine das ações da CBTM. O investimento nos estados também foi significativo, através de programas que passaram a valorizar e incentivar todas as federações, desde a reorganização e atualização documental até o fomento de equipamentos de ponta e a implantação dos centros de treinamento. Estamos num caminho cada vez mais sólido. Espero que os investimentos federais continuem para que a modalidade possa ser desenvolvida em todos os cantos do Brasil com qualidade”, defendeu o presidente.

Diante de tantas conquistas, os amapaenses têm motivos de sobra para trabalhar ainda mais em direção ao topo. E Cardoso sabe exatamente os próximos passos para chegar lá. No futuro, a FTMA voltará seus esforços para a realização do evento Guiana-Antilhas, o lançamento oficial do Sacando à Liberdade, o desenvolvimento do projeto paralímpico e a promoção de iniciativas na área do lazer. Por trás de medidas como essas, existem metas ambiciosas.

“Pretendemos triplicar o número de atleta federados, atingir o nível de captação de recursos federais, adquirir uma sede própria com a construção de um CT nacional, fundar cinco novos clubinhos-escolas, garantir a manutenção das ações através de emendas parlamentares, contratar sparrings, alcançar as seleções brasileiras nas categorias de base e importar equipamentos via zona franca de livre comércio de Macapá e Santana. Por fim, o objetivo mais ousado de todos: em dez anos, tornar o Amapá a maior potência nacional da modalidade”, projetou.

A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.

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