Por CBTM
Presidente da CBTM exaltou resultados em Toronto e investimentos nas categorias de base
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 6/1/2016
Após um ano histórico para o tênis de mesa brasileiro, com conquistas em todos os níveis, tanto no olímpico como no paralímpico, o balanço do dirigente máximo do esporte no país, Alaor Azevedo, só poderia ser extremamente positivo.
“A ITTF foi criada em 1926 e um latino-americano nunca havia ganhado um título mundial. Bruna Takahashi começou campeã por equipes com a América Latina no Egito e logo depois conquistou o primeiro título mundial individual das Américas, Africa e Oceania, o primeiro título mundial individual fora do eixo Ásia-Europa”, destacou o presidente da CBTM.
O grande combustível para o avanço do tênis de mesa no país foi a escolha da capital carioca como cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. Takahashi surgiu praticamente em paralelo com a decisão.
“Além do talento, ela usufruiu de todo o novo trabalho que começou em 2010, logo após a vitória do Rio como sede dos Jogos de 2016. Com 10 anos, ela pôde treinar ao lado de Hugo Calderano, Gustavo Tsuboi, Caroline Kumahara, entre outros, em São Caetano do Sul, e acreditar que podia ser uma campeã no esporte”.
Se a conquista espetacular de Bruna, aos 15 anos, representa um grande futuro para a modalidade, o presente também vai muito bem. Prova disso é o desempenho igualmente incrível nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá.
“Saímos invictos no masculino, perdendo apenas para nós mesmos, e no feminino ganhamos três medalhas, o que não acontecia há 16 anos. Mostramos força e competência gerencial para todo o mundo. Se havia dúvidas de que o Brasil era a China das Américas, isto acabou em Toronto”, exaltou Azevedo.
A supremacia no masculino aconteceu tanto por equipes quando no torneio individual, onde Hugo Calderano terminou campeão, com Gustavo Tsuboi sendo vice e Thiago Monteiro medalhista de bronze. Os resultados são frutos de muito estudo e aproveitamento de inúmeras ferramentas, como o sistema de vídeo análise Dar Fish, utilizado em diversos esportes de alto rendimento.
“Temos de destacar o treinador Jean-René Mounie, que soube fazer a preparação perfeita para estes Jogos. Usamos todos os recursos disponíveis no mundo, incluindo o Dart Fish. Filmamos dezenas de jogos do nosso principal adversário, Eugene Wang, e analisamos seus pontos fracos e fortes. Muitos não entenderam nada quando Calderano abriu 7 a 0 contra ele nas equipes. Neste jogo já se vislumbrava o nosso poderio”.
A campanha perfeita em solo canadense, contudo, por pouco não sofreu um grande baque antes mesmo de começar. A menos de um mês dos Jogos, a seleção brasileira treinava na Escola de Educação Física do Exército (EsEFEX), no Rio de Janeiro (RJ). Até que, certa noite, Gustavo Tsuboi sofreu um grave acidente com vidro, e por pouco não fica fora do Pan – e até correu risco de ter que encerrar a carreira.
“Tivemos um grande susto com Tsuboi, que por milímetros poderia ter tido lesões permanentes nos ligamentos e nervos da mão esquerda. Menção especial ao médico Ricardo Laranjeira, um dos maiores especialistas em mão do Brasil, que fez as recomendações corretas para o atleta. Ele recuperou-se totalmente e levou a equipe ao heptacampeonato, desta vez invicto, e foi até a final individual”, lembrou Alaor.
Com o fim do Pan, teve início a disputa paralímpica em Toronto – e o Brasil não só confirmou a hegemonia continental como aumentou sua lista de recordes. Foram 31 medalhas, sendo 15 de ouro, e um início avassalador, que chegou a permitir que o tênis de mesa brasileiro competisse “diretamente” com outros países.
“Não canso de mencionar o fantástico desempenho das equipes. No terceiro dia de Parapan, se declarássemos independência, seríamos os terceiros no quadro de medalhas de ouro, somente atrás do próprio Brasil (27) e do México (13). E por uma única medalha não empataríamos com o México”, destacou o presidente da CBTM, antes de ressaltar o grande trunfo do país.
“A conquista de 31 medalhas mostra que também no Paralímpico somos a China das Américas. Mostra o acerto das seleções permanentes, onde os atletas paralímpicos tem o mesmo tratamento e rigidez dos olímpicos, treinando todos os dias, morando junto e imbuídos do mesmo espírito de sucesso e alto nível mundial”, concluiu.
A ascensão do tênis de mesa paralímpico é motivo de orgulho para o mandatário, que diferente de outras Confederações, assumiu o esporte adaptado e vem obtendo resultados históricos.
“Para a CBTM, que assumiu o Paralímpico em 2008 e sofreu diversas críticas, duras e injustas, é uma satisfação grande mostrar que estamos no caminho certo e muito mais brilhantes resultados virão no futuro. Agradeço a todos os envolvidos, mas em particular ao José Ricardo Rizzone e Paulo Camargo pelo espetacular trabalho que desenvolveram, com destaque para a evolução do feminino e para a renovação dos atletas”, declarou.
Investimentos na base e novas sementes locais – a receita para um futuro ainda mais dourado
Tanto sucesso não poderia ficar restrito ao ano de 2015 – por isso, a CBTM investiu pesado em novas parcerias e a criação de novos polos de formação de jogadores em todo o país. Ainda no tênis de mesa paraolímpico, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) foi a escolhida como grande catalisador na formação de novos jogadores.
“Viajamos por todo o mundo atrás de algum modelo de formação. Infelizmente, não encontramos e tivemos que desenvolver o nosso próprio. Pensamos em ir para escolas, mas seria complicado. Assim, após muitos estudos, procuramos a AACD, uma das maiores instituições de reabilitação física no país”, explicou Azevedo.
O trabalho realizado pela organização utiliza o esporte como um dos principais meios de recuperação dos deficientes físicos. Foi lá que a campeã parapan-americana Joyce Oliveira começou no esporte, e as atuais atividades são realizadas em local familiar a outra figura da modalidade, Luiz Henrique Medina, o Kaíque.
“Estabelecemos um convênio onde investimos em mesas importadas, mesas nacionais, pisos, separadores, raquetes e bolas. Os pacientes, ao final do tratamento, são encaminhados para o CT Lar Escola São Francisco, onde o Kaíque morou durante muitos anos. Lá são preparados e se evoluírem são encaminhados para clubes locais, para continuarem a caminhada rumo ao sucesso ou aos nossos dois centros – Piracicaba e Brasília”, completou Alaor.
No olímpico, onde hoje o Brasil também tem atletas de ponta, o foco foi igualmente nas categorias de base – principalmente através do fortalecimento do programa Diamantes do Futuro.
“Fizemos diversos treinamentos muito produtivos em 2015 e mais estados se sensibilizando para fazer as detecções estaduais, tão importantes para o sucesso do projeto”, revelou Alaor.
Principal aposta da entidade na revelação de novos talentos, o Diamantes do Futuro já rende frutos mais do que concretos: nos campeonatos sul-americano e latino-americano mirins – até 13 anos – o país conquistou títulos individuais, por equipes e de duplas.
Entre os dias 20 de novembro e 20 de dezembro, o programa realizou um intercâmbio de um mês em Chengdu, na China, numa parceria entre Ministério do Esporte e Governo Chinês que beneficiou 16 mesatenistas. Em janeiro, a própria CBTM levou quatro jovens para a potência.
“A ida para a China foi muito importante para motivar, mas principalmente para mostrar aos jovens o que é o esporte de alto nível. Muitos podem até não ter significativa melhora técnica imediata, mas certamente mudaram a mentalidade e passaram a acreditar mais. Iremos investir cada vez mais neste segmento”, acrescentou o presidente da CBTM.
O programa tem como objetivo atender todas as etapas da carreira de um atleta, desde a identificação como talento até a manutenção na elite do esporte.
“Com a implantação do Diamantes do futuro, direcionado para atletas de 6 a 10 anos, fechamos o ciclo de desenvolvimento. Estamos apoiando os atletas desde o início e até a fase adulta, claro que junto com os clubes e federações. Sendo assim, os eventos continentais são fundamentais para avaliarmos nossa evolução”, destacou.
Para auxiliar no processo de formação e dar continuidade ao trabalho da entidade nos quatro cantos do país, nada melhor do que criar locais para a prática da modalidade no mais alto nível. Assim, Centros de Treinamento estaduais estão sendo montados com equipamento de primeira linha, cedidos em parte ou em sua totalidade pela CBTM.
“Os CT’s estaduais estão indo de vento em popa. Alagoas e Amapá, onde inclusive a CBTM contratou um treinador cubano para desenvolver o projeto de Alto rendimento naquele estado, já inauguraram. Em 2016 devemos ter mais quatro centros. Nosso desafio é ter cada vez mais atletas de fora de São Paulo nas diversas seleções brasileiras”, finalizou Alaor.
Mesmo com os grandes objetivos alcançados em 2015, o desejo do dirigente é aumentar a receita da modalidade, com o intuito de não só manter os investimentos atuais, mas ampliá-los. Para tal, novas receitas estão sendo buscadas constantemente.
“A busca de um patrocinador forte é uma obsessão da CBTM e para tanto abrimos um escritório em São Paulo, específico para esta conquista. Batemos na trave duas vezes em busca do patrocínio de duas empresas de padrão mundial, mas mostrando que estamos no caminho certo”.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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