Por CBTM
Especialista em preparação mental, que faleceu no último sábado, foi consultor internacional da CBTM
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) – 8/4/2016
O mundo do esporte perdeu, no último sábado (2), uma importante figura por trás de grandes campeões: François Ducasse. O francês foi vítima de uma parada cardíaca e não resistiu, mas deixou lições fundamentais para aqueles que tiveram a oportunidade de trabalhar com ele.
Durante mais de três anos, começando após os Jogos Olímpicos de Londres (2012), o preparador mental, autor do célebre livro “Cabeça de Campeão”, passou a fazer parte da equipe multidisciplinar da CBTM, como consultor internacional.
Ducasse chegou à seleção por indicação do técnico Jean-René Mounie. Os dois trabalharam juntos por cinco anos na equipe francesa. Em geral, Ducasse vinha ao Brasil uma vez por ano. Em outras oportunidades, ia a Ochsenhausen, na Alemanha, onde está baseada a seleção masculina permanente, e ainda fazia um acompanhamento remoto constante, por telefone ou Skype, diretamente com os atletas.
Como forma de homenagem, atletas e técnicos fizeram depoimentos direcionados ao profissional, que possui um longo e vitorioso currículo em termos de preparação psicológica, incluindo trabalhos por quase duas décadas com grandes estrelas do tênis, como os ex-líderes do ranking mundial Pete Sampras, Lindsay Davenport e Maria Sharapova. Confira abaixo:
Jean-René Mounie – técnico da seleção brasileira
O François contribuiu bastante para a mentalidade dos jogadores evoluir, ajudando eles a quebrarem limites, propondo ferramentas concretas para encarar os problemas que os atletas do alto nível tinham.
Não tenho o vocabulário necessário para falar dele em português, mas se eu tivesse que definir o trabalho dele com uma frase, seria: ele é a pessoa que pergunta as boas questões. Isso foi fundamental: sua maneira de pensar é que as perguntas são mais importantes do que as respostas. Por causa disso, ele te permite pensar melhor e sempre achar sua própria solução. Tenho muita admiração por ele, sempre cultivou o diferente. Uma pessoa única.
Hugo Hoyama – técnico da seleção brasileira
Infelizmente perdemos um grande profissional, que desde que trabalhou com a gente na seleção, só teve pontos positivos. Ajudou muito no trabalho mental de todos os atletas e espero que esse trabalho seja mantido por cada um deles, para alcançarem os resultados deixados também por ele.
Francisco Arado – técnico da seleção brasileira
Fraçois foi um preparador mental extremamente competente, conhecedor como poucos da alta performance. Ele deu aos nossos atletas as ferramentas para eles conseguirem controlar diversas situações que acontecem na parte psicológica do esporte. Mostrou a nós, técnicos, formas de podermos ajudar os jogadores e como devemos agir em momentos importantes de tensão. Sem dúvida é uma grande perda para a nossa equipe.
Caroline Kumahara – atleta
Foi uma sorte enorme ter tido a chance de conhecer e trabalhar, mesmo que tenha sido pouco, com o François e com certeza um choque e uma tristeza muito grande em ter nos deixado tão cedo. Ele era e continua sendo em nossos corações um cara incrível e muito especial. Ele me ajudou demais em todas as vezes em que veio para o Brasil e sempre se mostrou disponível para quando eu precisasse (precisei e ele sempre arrumou um tempo para mim por Skype), mesmo estando longe. Aprendi com ele lições que me ajudaram desde o primeiro contato, me ajudam muito até hoje e com certeza vou levar para a minha carreira toda e para a vida também. Apesar de conhecê-lo há pouco tempo, devo muito a ele, porque com certeza os ensinamentos dele fizeram diferença em muitas conquistas. Agradeço muito por tudo o que ele me ensinou e ao Jean-René por ter nos promovido essa oportunidade de conhecê-lo. Ainda tínhamos muito o que aprender com ele, mas espero que ele esteja descansando em paz.
Lin Gui – atleta
Uma frase que o François me ensinou foi “Nós achamos nosso objetivo, não espere nada dele, apenas aproveite!”, e esse foi o nosso lema no Mundial da segunda divisão, em Tóquio, 2014. Lá conseguimos o título inédito e pela primeira vez depois pudemos jogar a primeira divisão. Eles nos deixou, mas os ensinamentos continuaram, gostaria de agradecer tudo que ele fez pela seleção.
Ligia Silva - atleta
Ele foi um cara que só veio pra somar e somou de verdade! Nos preparou para passar por situações quase impossíveis de acreditar. Nossas preparações para o Mundial do Japão e para os Jogos Pan-Americanos de Toronto foram conversas marcantes. Aplico até hoje no meu dia a dia e nas competições o que ele me ensinou. Foram palavras sábias, curtas e claras.
Jessica Yamada - atleta
Tive o prazer a sorte de fazer um trabalho individual com o François, ele era uma pessoa muito especial, tinha muito amor e paixão pela sua profissão e uma energia contagiante. Ele ajudou a seleção a evoluir e conquistar títulos cada vez melhores, alguns inéditos. Só tenho que dar meus sinceros agradecimentos por tudo que ele fez por nós e tudo que me ensinou, sempre levarei suas palavras comigo, tanto em cada jogo como em cada decisão da minha vida. Vamos sentir falta dele, foi uma grande perda para o tênis de mesa brasileiro e para o mundo do coaching esportivo.
Hugo Calderano - atleta
O François foi muito importante pra mim. Ele me ajudou a crescer como atleta e como pessoa e me ensinou formas diferentes de pensar e de agir. Ele vai fazer muita falta, mas o que eu aprendi com ele vou levar comigo pra sempre.
Thiago Monteiro - atleta
Eu fui um dos que escolheu não fazer um trabalho específico com o François, mas ele sempre se colocou à disposição para nos ajudar. Pelo fato de estarmos hospedados sempre no mesmo hotel, acabávamos tendo contato em almoços e jantares. Foi nesse tipo de discussão que convivi mais com ele, falando sobre esporte e foi uma troca muito legal. Acho que temos que creditar uma parte dos resultados recentes a ele, porque trabalhou com a seleção várias vezes e deu a devida importância para a preparação mental. Lamentamos muito porque ele ainda tinha muito a contribuir e só vamos levar coisas boas do que ele ensinou.
Cazuo Matsumoto - atleta
O François com certeza foi uma pessoa muito boa. Quem conseguiu conviver com ele um pouco sentia a energia positiva que ele transmitia. Gostaria de agradecê-lo pela ajuda que ele nos deu e passar meus sentimentos para a família. Ele com certeza continuará nos olhando lá de cima.
Gustavo Tsuboi - atleta
O François foi importantíssimo na minha carreira, preparador mental com muita experiência no meio do alto nível profissional. Ele usava um método diferenciado e novo para mim, que me agradou e logo mostrou-se eficaz. Foi um dos responsáveis pelos bons resultados que obtive e pela evolução no ranking mundial. Seus ensinamentos foram e ainda serão essenciais na minha carreira.
Alaor Azevedo – presidente da CBTM
Grande pessoa, que ajudou muito o desenvolvimento da nossa modalidade e dos nossos atletas com o seu conhecimento sobre o tênis de mesa. Lamentamos profundamente a sua perda.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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