Ex-jogador, Afonso Valente Filho 'voltou' ao tênis de mesa após curiosidade do filho. Hoje, ajuda diversas crianças em iniciativa com o Sest/Senat
Alexandre Araújo, em Toledo (PR) - 07/10/2016
Foto: Christian Martinez
De uma garagem aos principais campeonatos de tênis de mesa do Brasil. Esse poderia ser um breve resumo do projeto comandado por Afonso Valente Filho, atual treinador do Sest/Senat- São Vicente - SP, que chegou à Copa Brasil Sul-Sudeste II -Toledo com quatro representantes. Afonso foi jogador de tênis de mesa entre 1968 e 1974 e chegou a integrar a seleção brasileira que atuou no Sul-Americano de 1971. A vida caminhou e ele acabou se afastando da modalidade, mas o filho, Renan, aos oito anos passou a se interessar pelo esporte que o pai praticava e a paixão pelas raquetes e bolinhas aflorou voltou a despertar.
"Meu filho começou a ver as medalhas, troféus e outras coisas que eu tinha, passou a fazer perguntas e quis praticar. Foi a brecha que encontrei para voltar (risos). A partir daquele momento, voltou os sonhos que eu tinha com o tênis de mesa e passei a pensar em diversos projetos quase 24 horas por dia. Passei a treinar com meu filho e foi quando resolvi montar a minha escolinha", lembra.
A primeira tentativa, em um clube próximo de casa, em Santos, começou muito bem, mas teve um desfecho inesperado para Afonso. Decepcionado, porém, com muita vontade de passar à frente os conhecimentos que tinha sobre o esporte, comprou duas mesa e, na garagem da mãe, Dona Idalina, que morava em Marapé (Santos), começou a dar asas ao antigo desejo. Chegou a ser chamado de louco no começo, mas, em pouco tempo, viu o local com cerca de 35 crianças querendo saber mais e aprender como praticava o esporte das raquetes e bolinha.
"As pessoas me questionavam se eu estava bem da cabeça. Chegaram a falar que onde minha mãe morava era ruim de chegar, que não iria ninguém. Eu falava: "Não tem problema. Qualquer coisa, dou aula apenas para o meu filho". Em pouco tempo, aquele monte de criança mostrou que essas pessoas estavam erradas. Eu me emociono só de lembrar aqueles olhos brilhando a cada aula", recorda.
Então, veio o convite do Sest/Senat para montar um plano em conjunto. Ele agarrou a oportunidade com unhas e dentes e hoje vê 85 crianças praticando o tênis de mesa e chegando às competições com grandes chances de alcançarem o lugar mais alto do pódio. Aos 62 anos, garante estar realizado.
"Acredito que quando fazemos algo com amor, dedicação e perseverança, o resultado vem. E ele veio para mim. Poder fazer parte deste projeto e ajudar a proporcionar tantas coisas boas a essas crianças mostra que estive no caminho certo esse tempo todo. É um projeto totalmente gratuito e que auxilia diversos meninos e meninas. Isso é uma coisa extraordinária", afirma.
Mas engana-se quem pensa que a academia na garagem de Dona Idalina foi fechada. Leandro Gois, um dos alunos do local e atleta do Sest/Senat, atualmente comanda, mais ou menos, 15 crianças da localidade, dando continuidade ao projeto de Afonso.
"Eu não poderia fechar aquele lugar. Ali foi onde tudo nasceu e há diversas crianças que contam com isso. O Leandro, que foi meu aluno lá e é super dedicado, está tocando a escolinha. Minha mãe, infelizmente, já foi para o céu, mas há ali todo um legado que estamos levando à frente", ressalta, com os olhos marejados e um sorriso no rosto de quem sabe que o dever está sendo bem cumprido.
O Sest/Senat chegou à Copa Brasil Sul-Sudeste II - Toledo com Leandro Gois, Giovanna Grilo, Luis Felipe Libânio e Vinícius Souza.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.
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