Com material reciclado, alunos fazem raquetes e tênis de mesa ganha adeptos no Macapá
Por CBTM
Janeth Freitas, coordenadora do projeto em escola estadual, ressalta democracia da modalidade
Da redação, no Rio de Janeiro (RJ) - 19/04/2017
Foto: arquivo pessoal Janeth Freitas
Os cadernos que outrora auxiliaram na compreensão das matérias em sala de aula, também podem ajudar na prática de esporte. Com muito esforço e criatividade, um projeto realizado na Escola Estadual Maria do Socorro Andrade Smith, no Macapá, tem colocado alunos ainda mais perto do tênis de mesa. Nele, a falta de recursos para raquetes passa longe de ser um obstáculo, uma vez que elas são produzidas com material reciclável pelos próprios jovens.
Janeth Freitas, coordenadora do programa, que também conta com aulas teóricas, ressalta que a ideia surgiu em uma tentativa de oferecer algo diferente aos alunos da instituição e, diante de algumas dificuldades, apareceu a ideia da produção de raquetes.
"Na Educação Física, geralmente, é oferecido futebol, handebol, vôlei e basquete. Tentamos algo diferente com eles. Fiz o treinamento da federação e gostei bastante. Comprei alguns kits, mas não era o suficiente para todos os alunos. Então, pesquisei e vi que havia uma forma dos próprios alunos fazerem as raquetes. Utilizamos capa dura de caderno para isso, reciclando material. São necessárias quatro capas para fazer uma raquete e usamos também EVA (material emborrachado)", explica ela, que completa:
"Queríamos também que eles pudessem fazer algo que ficasse com eles, que foi gerado pelo esforço deles".
Ao falar sobre a receptividade da ideia por parte dos alunos, Janeth se mostra emocionada e ressalta que alguns já até se tornaram propagadores da iniciativa.
"A raquete e o fato de eles mesmos a produzirem serve como incentivo para a prática da modalidade. Eles receberam tudo muito bem, de forma muito positiva. Todos gostaram muito. Alguns deles já até passam à frente o que aprenderam. Uma aluna, por exemplo, ensinou para as primas, fizeram também uma rede e jogam na sala de casa", disse.
A professora salienta que o tênis de mesa também foi bastante inclusivo e, quando não tem as atividades, os alunos fazem questão de demonstrar que sentiram falta de jogarem:
"Acredito que esse projeto vá fazer diferença na vida deles, até mesmo pela questão da prática de esporte. O tênis de mesa é muito democrático e mostramos isso, que é um esporte para todo mundo. Agora, nas aulas de Educação Física, todos participam de alguma forma. E quando não tem aula, muitos reclamam que queriam ter jogado tênis de mesa".
A quantidade de interessados cresceu a ponto de Janeth já estar programando a participação da Escola Estadual Maria do Socorro Andrade Smith nos Jogos Escolares. Ela avisou ainda que uma visita da Federação de Tênis de Mesa do Amapá está agendada ao local para que o projeto possa crescer ainda mais em breve.
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.