Copa Brasil: Jovens de projeto social no Ceará derrubam barreiras e chegam ao pódio
Por CBTM
Pablo Souza e Maria Fernanda dos Santos levaram o bronze no Super Pré-Mirim Masculino e Feminino, respectivamente
Alexandre Araújo e José Augusto Assis, em Brasília (DF) - 22/04/2017
Foto: Christian Martinez / RGB Studios / CBTM
Enquanto recebia a medalha de bronze do Super Pré-Mirim Masculino, Pablo Souza chorou. Já Maria Fernanda dos Santos, ao subir no pódio para receber o bronze do Super Pré-Mirim Feminino, abriu um largo sorriso. As reações foram diferentes, mas os caminhos que levaram os atletas do Icasa/Crajubar/Andro-CE à Copa Brasil Centro-Norte-Nordeste I, em Brasília (DF), são parecidos. Oriundos de um projeto social na cidade de Juazeiro do Norte, as crianças enfrentaram algumas batalhas antes de encarar os adversários na mesa de jogo. Na capital do país, souberam derrubar mais alguns obstáculos para estar entre os melhores das respectivas categorias.
"Eles choram, e eu choro também! Este projeto existe em Juazeiro há cerca de um ano e trabalha com jovens de 6 a 16 anos. Atualmente, tem cerca de 120 alunos. Lá é uma comunidade bem carente, de poucas práticas esportivas, e não tínhamos muita estrutura para realizar algumas coisas, mas temos recebido bastante apoio e suporte da prefeitura. Nada mais justo que agradecermos com bons resultados", disse Jonathan Silva, que completou:
"Eles conseguiram bons placares frente a pessoas que já jogam há muito tempo. Foi muito legal e estamos muito felizes"
Segundo Jonathan, idealizador da iniciativa batizada como "Vai e Vem" - em referência ao movimento da bolinha do tênis de mesa -, um dos focos do projeto é o trabalho com as categorias de base e ressalta que utilizou como referência boa parte do planejamento no modus operandi do Diamantes do Futuro, programa de detecção de talentos da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
"Como trabalhamos com muitos jovens, nos espelhamos no plano do Diamantes. E nossa intenção é, pouco a pouco, buscar parcerias e crescer. Queremos levá-los para Maringá (Copa Brasil Sul-Sudeste I) e outras competições. Também estamos viabilizando de alguns atletas poderem fazer um intercâmbio em Portugal em breve", afirmou.
Ex-atleta, ele lembra como foi que começou a trabalhar com crianças e garante passar por um momento especial na vida.
"Parei de competir há cerca de dois anos. Eu atuava por um clube de Recife e meu antigo treinador, Ailton Silva, me levou para realizar um trabalho em uma área carente da cidade. Ali comecei esse contato com as crianças. Alguns anos depois, visitei Juazeiro e surgiu a ideia de ir para lá. Arrumei um emprego na cidade, minha mulher também, mas a escolinha cresceu de tal forma que saí do emprego para me dedicar integralmente a ela. Hoje sou um privilegiado e consigo viver do tênis de mesa".
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa conta com recursos da Lei Agnelo/Piva (Comitê Olímpico do Brasil e Comitê Paralímpico Brasileiro) – Lei de Incentivo Fiscal e Governo Federal – Ministério do Esporte.