Notícia

Histórias alicerçam medalhas nas disputas de seleções estaduais paralímpicas do 53° Campeonato Brasileiro

Por CBTM

12/12/2019 12h49


“Essa medalha vai para todos que não acreditaram em mim”, diz paralímpico

Crédito da Foto: Daniel Zappe.

 

São Paulo (SP), 12 de dezembro de 2019.

Por: Júnior Martins – Especial para a CBTM

José Henrique da Silva e Karina Becker Moura conquistaram medalhas de ouro no Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais Paralímpicas, nas categorias Classe 10 Masculina e Classe 9 Feminina, respectivamente, durante o 53° Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa Interclubes 2019, que ocorre de 11 a 15 de dezembro, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, na zona sul de São Paulo. E o professor Benedito de Oliveira aponta avanço no paralímpico.

Para um dos membros da seleção estadual de Pernambuco (PE), o mesa-tenista José Henrique da Silva, ouro na Classe 10, a medalha simboliza a superação das dificuldades e do descrédito. Segundo ele, sua história no tênis de mesas iniciou aos 13 anos, quando caminhava por cerca de uma hora para treinar numa associação, e, atualmente, aos 26 anos, mantém a rotina de treinos. Ele é fiscal de supermercado, trabalha até nove e meia da noite e treina após as 22 horas.

“Foi uma surpresa vencer a seleção de São Paulo, que é o estado mais forte no tênis de mesa. Até me emociona falar disso, pois as vezes é muito difícil. Tem pessoas que chegam em você e dizem que você não vai conseguir, mas, mesmo assim, você insiste e consegue. Agora vou com essa medalha no peito mostrar para minha esposa e para minha filhinha de um ano. Elas e meus pais sempre acreditaram em mim”, diz, com a voz embargada, o campeão José Henrique.

A maior dificuldade de um dos membros da seleção estadual paulista, ouro na Classe 9 Feminina, Karina Becker, 16 anos, são os gastos com logística para os treinamentos. Segundo ela, para participar de três treinos semanais, precisaria gastar mil e duzentos reais por mês para se deslocar de Santos para o centro de treinamento em São Paulo-SP. Um gasto muito elevado para ser absorvido de forma integral pela renda familiar, que, conforme ela, é de dois salários mínimos.

“Agradeço ao tênis de mesa e meus professores, pois foi por eles que consegui bolsa de estudos na escola. Competir foi uma nova experiência e foi incrível. Mas não sei como me manter nos treinos. Moro com minha avó, ela é aposentada e não ganha o suficiente para pagar os gastos com o transporte. Eu até criei uma vaquinha online, mas muita gente viu e poucos ajudaram. Agradeço muito quem ajudou. Estou preocupada com isso, mas empenhada”, conta a campeã, Karina.

Um dos técnicos mais experientes do Paraná, Benedito Rodrigues de Oliveira, mais conhecido como ‘professor Bene’, treinador de tênis de mesa desde 1987, competiu com delegação de 18 paratleta e foram responsáveis por conquistar quatro medalhas por seleções estaduais paralímpicas, sendo dois ouros, uma prata e um bronze. E, de acordo com ele, o esporte é fundamental para qualquer deficiente físico, pois é uma ferramenta que eleva a autoestima das pessoas.

“Não importa o tipo de lesão que a pessoa tenha tido. O esporte consegue tirá-la da depressão e mostra-lhe que pode fazer muita coisa na vida. Não é por usar cadeira de rodas que não pode ir em qualquer lugar. Pode ir, sim. E, hoje em dia, nós temos paralímpicos que são profissionais e jogam tênis de mesa em alto nível e vivem disso. Não era assim algum tempo atrás. Então já existe um caminho para o paratleta ter uma carreira profissional”, reflete o professor, Benedito de Oliveira.

 

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