Atletas da AVE reunidos no CT do Clube, no Sul de Minas Gerais.
Por Assessoria de Imprensa - CBTM
A prática do esporte como ferramenta para tirar as crianças de situações de vulnerabilidade para transformá-las em grandes campeões, no esporte e na vida. A proposta da Associação Varginhense de Esportes (AVE) é a que vamos retratar agora em mais uma reportagem da série Clubes do Brasil. Uma equipe que vem investindo na modalidade há seis anos e começa a colher os frutos, com grandes campeões e cidadãos.
Fundada em 2000, a AVE iniciou a trajetória esportiva como uma equipe de futebol, já voltada para atender crianças e adolescentes carentes e em situação de vulnerabilidade em Varginha, a 320 quilômetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Campeã mirim do Sul Mineiro em 2002 e vencedora em várias olimpíadas de cidades vizinhas e campeonatos municipais, chegou a ter 400 meninos atuando quando passou a oferecer o futsal.
Em 2014, a ida de Lucas Paiva, um dos atletas de futsal do clube, para jogar tênis de mesa com o principal atleta da modalidade em Minas Gerais, Wesley Rosa, gerou a oportunidade de a AVE ingressar no esporte. Inicialmente, eram apenas duas mesas na sede. Depois, alugaram um pequeno galpão e o número de mesas dobrou. Em 2015, a primeira competição nacional: a Copa Brasil, em Piracicaba, com sete atletas e duas medalhas conquistadas, por Lucas Paiva e Maria Eliza. No fim da primeira temporada, já eram 11 medalhas no Circuito Nacional.
Atualmente, a AVE é a principal equipe do estado, sendo tricampeã estadual por equipes e individual, nos dois naipes. Mas o projeto social é o que chama mais a atenção. Com quase 50 atletas federados treinando num dos Polos de Desenvolvimento Regional homologados pela CBTM e contando com material de legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os frutos começam a aparecer.
“É comum encontrar ex-atletas da AVE trabalhando no comércio e empresas da cidade e sempre lembram de nós como técnicos. O primeiro jogador de Varginha a jogar a série A do Campeonato Brasileiro de Futebol foi o Natan, que atuou pelo Goiás e depois foi para o Inter. Esse menino fez parte da equipe da AVE campeã mirim Sul Mineira, em 2002”, diz Carlos Paiva, responsável pelo projeto, que complementa com um exemplo vindo do tênis de mesa:
“Temos pouco tempo na modalidade e o caso mais interessante é do atleta Thiago Castro, que aos 14 anos disputou o Campeonato Brasileiro e foi campeão em 2018, sendo campeão da Surdolimpíada Nacional no ano passado e que iria representar o Brasil no Campeonato Mundial de Surdos, na Áustria, caso o torneio não tivesse sido cancelado devido a pandemia de coronavírus. É um menino de família humilde, estuda em um colégio público, que passou acompanhar a AVE no Facebook, até que um dia um professor dele levou ele até a nós e passou a fazer parte da equipe”.
De 2015 até agora, os atletas da AVE já conquistaram 709 medalhas nos Circuitos Nacional e Estadual. Wesley Rosa, atualmente terceiro do ranking nacional do Absoluto A, e Lucas Paiva líder do Absoluto B e segundo do Juventude Masculino, são orgulhos dos dirigentes locais. O sonho? “Formar atletas para a Seleção Brasileira e transformar a AVE numa das dez melhores equipes do país”, diz Paiva. Mas nenhum sonho de conquistas será mais importante do que o papel exercido até hoje: o de gerar oportunidades.
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