Atletas de Santo André brilham há quase 50 anos no tênis de mesa brasileiro. Foto: Daniel Zappe.
Por Assessoria de Imprensa - CBTM
O taiwanês Lee Kou Tin, iniciou sua trajetória no esporte há exatos 72 anos. Há quase 50 está no Brasil, em uma história magnífica de intercâmbio entre um craque do tênis de mesa e um país. Na 16ª reportagem da série Clubes do Brasil, é a vez de conhecermos o Santo André/ADSA, o sonho de um craque do outro lado do mundo que construiu um grande legado no ABC Paulista.
Lee Kou Tin nasceu em Taiwan, em outubro de 1938, e colocou a República da China (nome oficial do país), em lugar de destaque do tênis de mesa mundial, ao conquistar, com apenas 20 anos, o ouro individual nos Jogos Asiáticos de Tóquio-1958. Vale lembrar que a conquista de um título asiático equivale quase a um título mundial, tamanha a relevância dos países daquele continente na modalidade.
Em plena Guerra Fria, Taiwan e República Popular da China haviam rompido relações e tomado direções opostas no âmbito político-econômico há menos de dez anos. A tensão entre os países era grande e a rivalidade invadia as arenas esportivas. Lee Kou Tin foi recebido pelo presidente da República, desfilou pela cidade em carreata. Afinal, era o primeiro chinês (entre nascidos na China e Taiwan) a quebrar a hegemonia japonesa no tênis de mesa.
Tin voltaria a brilhar nos Jogos Asiáticos de Bangkok-1962 e se tornou famoso em seu país. Chegou a ser convidado para participar do intervalo de um jogo dos Globetrotters, o grupo de basquete famoso por seus truques e habilidades e que faz exibições em todo o planeta. Mas, declinou do convite. Recebeu inúmeras ofertas para excursões de exibição e intercâmbios. Um deles, em 1968, plantou uma semente que germinou de maneira formidável. Foi a primeira passagem dele pelo Brasil.
“Ele viajou para diversos países do mundo, mas se identificou com o Brasil e vislumbrou um país novo, promissor, com futuro, uma oportunidade para estabelecer as suas raízes, junto com a família”, conta Lee Yen Hua, filha e ex-atleta da Seleção Brasileira.
O casamento do taiwanês com o tênis de mês brasileiro não aconteceu de imediato. Ele dirigiu, por três temporadas, a seleção nigeriana. Até que veio o irresistível convite da antiga CND (Confederação Nacional de Desportos), para comandar a Seleção Brasileira. No ano seguinte, em 1972, a Prefeitura de Santo Andre acenou com a possibilidade de implantar a modalidade no município. Nessa época, com 34 anos, casado e pais de três filhos, abraçou o desafio e se mudou para o Brasil no ano seguinte, trazendo toda a família.
Foi nas ruas que ele achou a mão de obra para montar sua primeira equipe. Chamou algumas crianças que estavam brincando para jogar ping-pong. Era a primeira de uma série de gerações vitoriosas, com conquistas de Jogos Regionais, Jogos Abertos, campeonatos estaduais, nacionais e internacionais.
Sua filha hoje gerencia o projeto. Atleta de sucesso na Seleção Brasileira, representou o país nos Jogos Pan-Americanos de 1987, em Indianápolis. Ao seu lado, o técnico Fernando Shigetomi e os assistentes Rafael Acencio e Paulo Stein, seguem levando o legado do mestre.
Atualmente, a estrutura conta com a formação esportiva, com pessoas que gostam do esporte, sem restrição de idade; o Projeto Centro de Formação (PCF), para onde são encaminhados os que têm condições e desejo de seguir no treinamento sistemático e contínuo, com o objetivo de formação de atletas; e a Equipe de Treinamento, com a elite do município nas suas diversas categorias.
A Prefeitura de Santo André segue apoiando o projeto, que busca construir um CT próprio, com espaço específico e exclusivo para o tênis de mesa. É a perpetuação do legado do mestre, para diversas gerações, naquilo que inicialmente era apenas um sonho.
“O projeto técnico está pronto, e a viabilização financeiro estava encaminhada. Pretendíamos iniciar neste ano, quando nos deparamos com a pandemia. Como tudo no mundo, teremos de aguardar. O desafio será sempre trabalhar em busca de evolução técnica e de gestão sem perder a filosofia inerente e implantada por Lee Kou Tin”, diz Lee Yen Hua, com orgulho do caminho trilhado pelo pai.
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