Por Nelson Ayres, Rio de Janeiro-RJ
O TMB Platinum – Campeonato Brasileiro de 2020 foi histórico, por ser a retomada do esporte no país, em meio a uma pandemia. E esse momento único teve uma mulher no comando do torneio, predominantemente disputado por homens. Flávia Vilanova foi a árbitra geral, conduzindo a competição com brilhantismo.
Ela tem vinte anos de atuação na modalidade. Ainda criança, começou como atleta, no colégio. “Um técnico me viu jogando e falou que eu tinha jeito. No ano seguinte, com 17 anos de idade, fiz curso de arbitragem e, após alguns anos, passei a ser apenas árbitra”, lembra.
O TMB Platinum não foi a primeira experiência de Flávia como árbitra-geral, nem em competições nacionais. Mas deve ser a mais marcante de sua carreira. Poucos dias antes do início, ela descobriu que estava grávida. E teve que enfrentar o desafio de conduzir um torneio cheio de novos protocolos, por causa da Covid-19.
“O maior desafio é o momento que estamos passando. Já fui árbitra geral outras vezes na CBTM e na Federação do Rio, mas desta vez é tudo muito diferente. Protocolos, coisas que nunca passamos antes. É tentar fazer certo. Os atletas também estão aprendendo com essa situação. Há os abraços, as máscaras. O tênis de mesa é uma família. É um encontro de pessoas que não se veem há meses. Como neste ano não tivemos competições, todos estavam muito saudosos”, reconhece.
Flávia Vilanova é representante de uma nova geração de árbitras internacionais na modalidade. E ela tem três grandes árbitras que são inspiradoras: “Maricleia Gomes, Leonor Demário e Musa Ferrer. Tenho um carinho especial pela Leonor. Sou árbitra internacional porque ela apostou em mim”, lembra.
Ser mulher no comando não é fácil. “Há muito mais homens do que mulheres. Quando falava que era eu, a árbitra geral, eles ficavam surpresos. O esporte ainda é muito dominado pelos homens”, diz. Mas o conhecimento e o talento são determinantes na carreira. Flávia tem as dicas para ser uma grande árbitra: “É um esporte com muitas regras. Só quem ama realmente é que encara. Tem que saber escutar a bolinha, não apenas ver. Aquela bola que você não viu, mas você detectou com a audição, faz a diferença”.
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