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Com currículo invejável, Hugo Hoyama conta os dias para sua oitava Olimpíada: ‘Quero ajudar até quando for possível’

Foram seis participações como atleta, com direito a vitória maiúscula nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996; meta agora é ajudar as meninas em Tóquio

Hugo Hoyama é um dos grandes ídolos do tênis de mesa brasileiro. Foto: Daniel Zappe.

Por Nelson Ayres e Lucas Pinto (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM

08/06/2021 09h54


Hugo Hoyama chegará, em Tóquio, à sua oitava Olimpíada na carreira. Um feito histórico, gigante como o atual técnico da Seleção feminina de tênis de mesa. Foram seis como jogador: Barcelona-1992, Atlanta-1996, Sidney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. A primeira experiência como treinador veio na edição seguinte: no Rio, em 2016. Para ele, a conquista é fruto de um trabalho que vem de longe. No presente, a intenção é “ajudar até quando for possível”.

Disputar oito Jogos Olímpicos, seja jogando ou orientando, não é para qualquer um. Para Hugo Hoyama, significa colher os frutos de um trabalho construído desde a juventude, com muito treinamento. O objetivo atual, segundo ele, é acrescentar.

“A emoção é muito grande por estar no oitavo ciclo olímpico, mesmo que como técnico, já que a gente vai estar vestindo o uniforme do Brasil. Mostra que é um trabalho que vem desde pequeno. Quando você pendura a raquete, pensa que pode continuar ajudando. E, felizmente, está dando certo. E espero poder ajudar da melhor maneira possível como eu fiz quando era atleta”, comemora.

Seus tempos de atleta, inclusive, renderam bons frutos ao Brasil. Sua melhor atuação aconteceu na Olimpíada de Atlanta, em 1996, em um momento difícil: três semanas antes do início da competição, o mesa-tenista Cláudio Kano, amigo e parceiro de Hoyama no torneio de duplas, morreu em um acidente de moto.

Ainda assim, o atual técnico da Seleção feminina foi longe e venceu um dos confrontos mais importantes de sua carreira, contra o sueco Jörgen Persson, quinto colocado no ranking mundial à época.

“Todos os Jogos Olímpicos foram muito especiais. Mas, claro, em termos de resultado, em Atlanta, venci o Jörgen Persson, um dos favoritos à medalha naquela edição, e um norte-coreano (Kim Song Hui) também muito forte. Realmente, vitórias como essas ficam marcadas na sua carreira, mostram que você fez um trabalho certo. Para alcançar isso, tem de estar preparado para agarrar essa oportunidade. E é o que eu faço até hoje: a gente tem de estar sempre preparado para isso”, relembra.

Mas como hoje já não pode mais representar o Brasil com a raquete na mão, Hugo Hoyama faz questão de contribuir com suas orientações. Depois de atuar no Rio, em 2016, já como técnico, ele espera acrescentar ainda mais em Tóquio, neste ano.

“A cada ano que passa, a gente fica mais experiente, vai entendendo melhor a cabeça das atletas. Isso é o que vem acontecendo. Eu tenho que estar ali para ajudar da melhor maneira possível. Na parte emocional, na parte tática, estudando um pouco melhor as adversárias. Tenho certeza que, juntos, podemos alcançar bons resultados”, projeta Hoyama.

Segundo ele, a evolução é constante. Foi assim como atleta e também é como técnico. “A gente nunca sabe de tudo, nunca tem um ponto final”, afirma. “E vai ser assim enquanto eu estiver na Seleção, ou mesmo lá na frente, se eu sair, vou estar pronto para ajudar passando dicas e experiências. Sempre para que elas possam continuar trazendo grandes resultados”, completa o treinador.

Para Hugo Hoyama, o sonho olímpico não terá fim neste ano, no Japão. Motivado a contribuir com o crescimento da Seleção Brasileira, ele projeta um futuro longevo como técnico das atletas do Brasil. “Daqui a pouco eu estou aí com 70 anos”, brinca.

“Quero ajudar até quando for possível. Se eu conseguir participar da nona ou da décima Olimpíada, é porque vou estar preparado e vou ter condições de fazer isso. Agora, o foco é Tóquio. Quando acabar, vamos pensar no próximo ciclo olímpico”, finaliza.


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