Carol Kumahara (esq.) e Lígia Silva (dir.): admiração e torcida. Foto: André Soares.
Por Nelson Ayres (Fato&Ação), na Arena Carioca 1
A cena comove quem conhece o tênis de mesa. Carol Kumahara começa a falar sobre a importância de Lígia Silva, ex-atleta e hoje técnica do Programa de Desenvolvimento de Talentos, para a modalidade. Destaca inúmeras qualidades e feitos da então recordista em participações olímpicas entre as mesa-tenistas brasileiras. “Não falei nem a metade”, avisa Carol. Mas é o suficiente para tirar Lígia da sala e deixá-la aos prantos no corredor.
A admiração é mútua. Carol se prepara para sua terceira Olimpíada, treinando com a Seleção Brasileira, no Rio de Janeiro. Em Tóquio, chegará ao patamar atingido por Lígia, em 2012, nos Jogos de Londres: a terceira participação em Jogos Olímpicos, a mulher brasileira do tênis de mesa que mais disputou edições do maior evento multiesportivo do planeta.
“Cada vez mais, eu tenho enxergado isso, a importância da Lígia para o tênis de mesa feminino do Brasil. É uma mulher super forte, guerreira, que quebrou muitas barreiras. A começar de onde ela veio, porque a gente sabe que o polo do tênis de mesa brasileiro é em São Paulo. Não é como hoje, que você arruma voo a qualquer hora para ir para outro estado. O ano que foi para São Paulo, para se dedicar ao tênis de mesa, com certeza foi uma mudança brusca, uma mudança cultural”, explica Carol, que ressalta o quanto a missão dela foi difícil:
“Ela conseguiu superar muitos obstáculos que eu, por exemplo, não tive que superar. Nasci em São Paulo, pude treinar praticamente a vida inteira perto de casa e continuar perto da minha família. Ela teve que lidar com isso desde muito cedo, tudo em prol do tênis de mesa. Se você for pensar, sinceramente, ela tinha tudo para ser o contrário disso. Porque ela era a melhor jogadora da América Latina, a melhor jogadora do Brasil. E tinha tudo para falar: ‘Quero que só eu seja a boa e vocês que se lasquem’. Mas ela sempre foi o contrário disso. E isso diz muito sobre o caráter dela, a índole e a pessoa dela. E isso é uma coisa que eu admiro para caramba”.
Juntas no Rio novamente
Lígia é uma das técnicas do Programa de Desenvolvimento de Talentos da CBTM. Pelas mãos dela, passam atletas como Giulia Takahashi, Laura Watanabe, Leonardo Iizuka e Diogo Silva. Ela e Carol foram companheiras nos Jogos de Londres. Carol ainda adolescente, Lígia consagrada como a principal atleta do país no tênis de mesa. Juntas novamente no Rio, unem forças para uma grande campanha da Seleção feminina em Tóquio.
“Ter ela aqui hoje com a gente treinando – é a primeira vez que eu treino com ela como técnica – está sendo uma experiência incrível. Está sendo muito legal, mesmo, porque a energia que ela passa e a conversa que ela tem com a gente são muito legais. Não é só na questão técnica, é muito na parte mental, porque ela viveu isso por muito tempo. A pressão, Jogos Olímpicos, Jogos Pan-Americanos. “Ela tem muita experiência para passar e está ali, fazendo o melhor dela possível, para passar o máximo de conhecimento e experiência que ela pode. Isso, para mim, é muito admirável. Ela realmente dá tudo dela por nós, para a gente conseguir os melhores resultados para o tênis de mesa feminino. É uma inspiração, uma admiração gigante que eu tenho por ela”
Ao ouvir as palavras, Lígia realmente se emocionou: “O meu troféu é ter esse reconhecimento. Ela sabe o tanto que eu passei por dificuldades, por obstáculos. Acho que isso é o mais importante. O maior troféu foi esse, ter saído de Manaus e ter vencido na vida. Foram as três Olimpíadas também, mas, para mim, o que tem um significado maior é esse conhecimento da pessoa que eu fui e que eu sou, isso foi o maior legado. Posso morrer e, com certeza, vou morrer a pessoa mais feliz do mundo. Por ter me superado e hoje ter deixado um exemplo muito bonito para essas meninas”.
Lígia não estará em Tóquio. Verá a ex-colega igualar seu recorde, com chances de passar nos próximos anos, assim como outras atletas. Pouco importa se deixar de ser a recordista um dia. O que vale para Lígia é a vitória do tênis de mesa do Brasil.
“Espero que, daqui a pouco, ela vá para a quarta Olimpíada, para a quinta, a sexta. Quero que elas evoluam a cada dia, a cada campeonato. Torço muito por elas. Não torço por mim, torço pelo Brasil. Eu quero ganhar! Quando elas ganham, eu ganho também, e quando perdem, eu também perco. Me sinto muito mal quando elas perdem, não quero isso para o tênis de mesa feminino. E quando elas ganham, quero ganhar também. Quando a gente é muito unida, temos bons resultados”, finaliza.
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