Dani Bassi (última, da esquerda para a direita) e seu time de meninas. Foto: Marcelo Martins.
Por José Augusto Assis e Nelson Ayres
Daniela Bassi, 41 anos, há 35 no tênis de mesa, é uma das poucas técnicas do Brasil na modalidade. Tem projetos de sucesso no interior de São Paulo, sempre na região de Jaú, Araraquara e Bauru. Mas, resolveu ousar desta vez. Na disputa do TMB Platinum – Ciclo I, que acontece nesta semana, na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro, ela resolveu trazer um time só de mulheres.
Contando com ela, são nove mulheres: duas no infantil, duas no juvenil, uma no lady, duas no veterano 40 e duas no veterano 50. Apesar de fazerem parte do mesmo projeto, elas estão divididas entre as equipes da Associação Nova era, de Bauru, e a Ferroviária, de Araraquara.
“Invisto bastante na equipe feminina, pelas oportunidades que o esporte proporciona. Tenho atletas de todas as idades no nosso projeto, desde o pré-mirim até o veterano”, revela Dani. “Para mim, é um feito grande, pois viemos do interior. Para poder trazê-las, é uma glória”, comemora.
Dani não está ainda satisfeita. Se desta vez trouxe oito meninas ao seu lado, promete ir além na disputa do TMB Platinum – Campeonato Brasileiro, em novembro, no Rio de Janeiro.
“Quero cada vez mais, chegar no Brasileiro com mais meninas. Duas que vieram pela primeira vez, no infantil, chegaram nas oitavas, fiquei bem orgulhosa. Por viver o tênis de mesa, ser mulher. As pessoas me perguntam sobre a quantidade de mulheres: ‘Como você consegue?’”, relata.
Por fim, a técnica elogiou a iniciativa da CBTM em criar uma campanha contra o assédio no ambiente do tênis de mesa e valorizar a presença de mulheres em suas competições.
“Eu quero mudar o cenário desse ambiente, que ainda é um pouco machista, fazer com que seja de igualdade. Achei excelente a iniciativa da CBTM. Temos que mostrar, tem que ser falado. Na hora que vi, percebi uma nova CBTM. Vejo valores diferentes. Temos os mesmos direitos. Todos jogam, não tem sexo. Temos que apostar. O público masculino tem que perceber que isso é para somar, agregar”, afirma.
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