Guerreiro, Gustavo Tsuboi encarou dores no braço e quase venceu um dos duelos. Foto: Cheng Howe Seet (ITTF).
Por Nelson Ayres (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
O Brasil ficou entre os oito melhores do torneio masculino de equipes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Na madrugada desta segunda-feira (2), no Ginásio Metropolitano de Tóquio, o time brasileiro foi superado pela Coreia do Sul, nas quartas de final da competição, por 3 a 0. Uma eliminação que acabou com a esperança da primeira medalha olímpica, mas que marcou um resultado histórico para a modalidade no país.
Esta foi a primeira vez que o Brasil chegou tão longe nos Jogos. Em 2008, o time ficou em 13°. Nas duas Olimpíadas seguintes, fechou em nono lugar. Os Jogos de Tóquio marcaram também o melhor desempenho individual dos mesa-tenistas do Brasil, com Hugo Calderano caindo nas quartas de final e Gustavo Tsuboi nas oitavas.
No primeiro jogo, Gustavo Tsuboi e Vitor Ishiy encaravam a fortíssima dupla Lee Sangsu e Jeoung Youngsik, em primeiro lugar no ranking mundial de duplas masculinas. E foi difícil para os brasileiros conseguirem encaixar o jogo. Os sul-coreanos venceram bem o primeiro set e continuaram em ritmo forte na segunda parcial.
No terceiro, Tsuboi e Ishiy finalmente se encontraram e deram trabalho aos adversários até a metade. Em dia inspirado da dupla asiática, conseguiram emplacar uma sequência de pontos. Os brasileiros ainda salvaram quatro match points, mas não evitaram a derrota posterior, por 3 a 0 (6/11, 2/11 e 10/12).
As dificuldades continuaram no segundo jogo, de Hugo Calderano, número 7 do ranking masculino, contra Jang Woojin, 12° da lista e adversário superado nas oitavas de final do torneio individual. O brasileiro até começou melhor no primeiro set, mas permitiu a virada, após alguns erros. Na segunda parcial, também teve maior dificuldade nos momentos finais. No terceiro set, Calderano chegou a ter um set point a seu favor, mas o sul-coreano virou e fechou em 3 a 0 (6/11, 8/11 e 10/12).
Tsuboi encara dores
O desafio seguinte era de Gustavo Tsuboi, número 37 do mundo, contra Jeoung Youngsik, 13°. O sul-coreano começou dominando a disputa no primeiro set. Aos poucos, Tsuboi foi se soltando e tomando o controle, com muitas variações de saque na segunda parcial e conseguiu vencer, por 11 a 8. O terceiro set foi inteiramente dominado por Youngsik, que chegou a abrir 7 a 0 e finalizou com certa folga.
O brasileiro precisou receber atendimento médico no intervalo, com dores no bíceps esquerdo, mas voltou para a partida. Visivelmente incomodado, lutou bravamente. Dominou o quarto set, mostrando que não estava disposto a entregar a vitória tão facilmente, conseguindo levar o duelo para o tie-break.
As dores pareciam incomodar cada vez mais, com o brasileiro movimentando o braço a cada parada, mas ele seguiu brigando. Youngsik abriu vantagem, mas Tsuboi foi buscar uma reação. Além de seu limite físico, não conseguiu: perdeu por 3 a 2 (6/11, 11/8, 4/11, 11/8 e 7/11), mas deixou os Jogos Olímpicos com a sensação de dever cumprido, assim como no torneio individual.
“Com certeza, é difícil terminar com essa derrota. A gente veio com a vontade de conquistar uma medalha inédita para o Brasil. Mas temos de sair com a cabeça erguida, pois é um resultado histórico. Cumprimos essa missão de fazer algo especial. Para a gente, é uma conquista muito grande, a gente tem que sair muito orgulhoso. Já era dúvida de eu conseguir jogar o torneio individual por causa do ombro. Depois foi o oblíquo direito e agora o bíceps esquerdo. É uma competição muito intensa, fiz o meu melhor”, declarou Tsuboi, após o confronto.
“A Coreia do Sul é uma equipe muito forte, eles colocam muita pressão com a dupla, pois tem a melhor dupla do mundo. Da minha parte, não consegui colocar a mesma intensidade. É uma competição muito longa e cansativa, isso vai te esvaziando, meu jogo é muito exigente fisicamente e mentalmente. Não consegui achar aquele extra para ganhar dos melhores do mundo. Alcançamos duas quartas de final e uma oitavas de final, coisa que nunca tinha acontecido antes. Só mostra a nossa evolução nos últimos anos”, comentou Hugo Calderano.
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