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Mais maduro e seguro, Luiz Filipe Manara vai para os Jogos com foco principal no desempenho: 'Entregar tudo aquilo que treinei'

Atual bicampeão dos Jogos Parapan-Americanos, ele não se sente pressionado por resultados em Tóquio; atleta lamenta não ter o apoio presencial da família no evento

Luiz Filipe Manara tem forte ligação com a família. Foto: Ale Cabral/CPB

Por Nelson Ayres e José Augusto Assis (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM

11/08/2021 15h15


Luiz Filipe Manara está vivendo um momento especial como atleta. O mesa-tenista paralímpico da classe 8 é o atual bicampeão da categoria dos Jogos Parapan-Americanos e está a poucos dias de disputar a sua segunda Paralimpíada em Tóquio, no Japão. ‘Mais maduro e seguro’, ele não sente pressão por resultados, mas sim, na performance que terá em suas disputas.

“Eu vou muito despreocupado em relação a resultados. É lógico que darei o meu máximo lá, mas o meu foco principal é o desempenho. Eu quero que, independentemente do resultado, eu tenha a consciência de que consegui entregar tudo aquilo que treinei”, disse.

Apesar de ter realizado intensos treinamentos em Piracicaba (SP), Manara admite que a preparação física foi atrapalhada por conta da pandemia, mas que o psicológico está preparado, principalmente por não ser um estreante na principal competição esportiva paralímpica.

“Apesar de não ter conseguido fazer a melhor preparação na parte técnica, muito em razão da pandemia, eu chego muito bem, pois ter participado da Rio 2016 me deixa mais tranquilo e confiante por saber como funciona esse tipo de evento”, apontou o mesa-tenista.

Luiz Filipe Manara tem 29 anos e é principal atleta da classe 8 nas Américas (atualmente está em 39º no ranking mundial). Ele começou a praticar tênis de mesa como fisioterapia após duas cirurgias realizadas na infância. Depois que começou, nunca mais parou, mas também não imaginou que vivenciaria o que está vivendo atualmente.

“Àquela época, eu comecei a jogar tênis de mesa como forma de fisioterapia. Depois, eu cheguei a disputar alguns campeonatos regionais e ainda não imaginava que um dia chegaria tão longe. Até que eu disputei o primeiro evento nacional e fiquei em segundo em uma Copa Brasil (atual TMB Platinum). Foi nesse momento que percebi que o esporte poderia ser algo além de hobby para mim. É difícil imaginar que um dia eu chegaria a disputar uma Paralimpíada e eu vou para a minha segunda”, admitiu o atleta, que também lembrou da emoção ao conquistar a vaga para Tóquio ao vencer os Jogos Parapan-Americanos.

“Quando eu venci o Parapan em Toronto (em 2015) senti uma emoção absurda, lembro que comentei com amigos de que eu jamais sentiria algo como aquele de novo. Quando eu ganhei em Lima (no Parapan, em 2019), eu senti essa emoção novamente, eu lembro que fui para a sala do antidoping vibrando de forma descontrolada. Foi uma sensação muito boa de ter vencido e de ter conquistado a vaga para a segunda Paralimpíada como um dos principais nomes do Brasil e das Américas”.

Ausência da família em Tóquio

Em toda a sua carreira, Luiz Filipe nunca esteve sozinho. Nos grandes eventos que disputa, ele sempre tem a companhia da família, principalmente do pai, Luiz Carlos Manara, e da mãe, Eliana Ester Manara. Se não fosse a pandemia, eles estariam com o atual bicampeão do Parapan em Tóquio.

“Em eventos grandes, como Parapan e Paralimpíadas, eu tenho um ritual. Eu peço ao meu pai, mãe e irmão para chegarem um pouco mais cedo no local dos jogos para conversar com eles durante meia hora sobre o dia a dia em casa e sobre como estão todos. Isso me ajuda muito, me passa muita força”, disse Manara, que acredita que a família, apesar de longe, mandará boas energias para o mesa-tenista.

“É muito chato que eles não poderão me acompanhar em Tóquio, a gente entende a situação, mas vai me fazer muita falta. Eu sempre gostei de jogar com a minha família assistindo, sempre foi muito bom. Tenho certeza de que eles torcerão muito por mim do Brasil, e essa energia chegará lá para mim nos jogos”.

Além de atleta, Luiz Filipe é graduado em jornalismo. Apesar de não estar atuando na sua área de formação para estar concentrado totalmente no tênis de mesa, ele projetou como gostaria que fosse a capa de um jornal após a sua participação nos Jogos Paralímpicos.

“Eu não sei ao certo qual seria a manchete, mas tenho certeza de que, se tivesse uma foto minha com a medalha no peito e cercado das pessoas que eu amo comemorando, seria o dia mais feliz da minha vida”, finalizou.

 

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