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É prata! Em final de alto nível técnico, Bruna Alexandre conquista a terceira medalha paralímpica de sua carreira

Brasileira fez grande jogo contra chinesa naturalizada australiana e coloca o tênis de mesa do Brasil no pódio pela segunda vez nos Jogos Paralímpicos de Tóquio

Bruna Alexandre e a medalha de prata. Foto: Helano Stuckert/rededoesporte.gov.br/

Por Nelson Ayres (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM

30/08/2021 07h56


Bruna Alexandre conquistou, na manhã desta segunda-feira (30), no Ginásio Metropolitano, na capital japonesa, a segunda medalha do tênis de mesa brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Ela foi superada na final da classe 10 feminina pela chinesa naturalizada australiana Qian Yang, número 3 do ranking mundial, por 3 a 1 (11/13, 11/6, 7/11 e 9/11). A prata conquistada é a terceira medalha paralímpica da mesa-tenista do Brasil. Vale lembrar que Cátia Oliveira conquistou bronze na classe 1-2 feminina no último sábado.

A criciumense Bruna Alexandre teve um ciclo de reviravoltas em cinco anos. Saiu dos Jogos Rio 2016 com duas medalhas de bronze, individual e por equipes, um recorde até então. No ano seguinte, foi campeã mundial por equipes. Muito acima do peso, chegou como favorita ao Mundial Individual, em 2018, e saiu com resultado frustrante, sem medalhas. Ficou fora do Parapan de 2019, entrou num severo programa de treinamento e alimentação e voltou aos seus melhores dias. Com a forma física da juventude e mais experiente, fez uma Paralimpíada exuberante.

“No Mundial Paralímpico da Eslovênia, eu perdi nas quartas de final, com 20 quilos a mais. Larguei um pouco, na verdade. Depois que perdi, pensei em me esforçar e fazer todo o possível. Procurei a nutricionista Érica Oliveira, que hoje trabalha com a Seleção de boxe. E passei a treinar no Centro Paralímpico, com o técnico Paulo Molitor. Ele confiou em mim, mudou meu estilo de jogo, mas eu precisava de um físico melhor”, lembrou a atleta.

Bruna começou muito bem na partida decisiva dos Jogos Paralímpicos. Vibrando intensamente na mesa, muito agressiva, com um jogo rápido e dificultando demais a recepção da sino-australiana, abriu vantagem confortável no placar. Mas a adversária reagiu e encostou. O técnico Celso Toshimi pediu tempo, mas Bruna não conseguiu frear a virada.

No segundo set, Bruna voltou arrasadora. Abriu 4 a 0 de frente e seguiu mantendo a vantagem, com nível ofensivo muito alto até o final. Desta vez, a brasileira não deixou Qian Yang virar e empatou a partida. O quadro se repetiu no início do terceiro set, mas a adversária reagiu mais cedo desta vez. Contou também com alguns erros da brasileira e voltou a ficar na frente em sets.

A chinesa naturalizada australiana mostrava grande variação e seguia agressiva na quarta parcial. Bruna já não conseguia mais a mesma eficiência na recepção e, pela primeira vez, Qian comandou o placar. A brasileira ainda equilibrou da metade para o final, mas acabou superada por 11 a 9.

“Um pouco triste de ter perdido a final, mas estou satisfeita com a grande evolução técnica e física. Tentei o máximo possível fazer uma grande variação, mas ela mudava o ritmo da bola e me deslocou bastante para um lado e para o outro. Ela foi mais esperta nos momentos mais decisivos“, analisou a medalhista.

“É um jogo bem tático. E acredito que a variação da australiana chinesa foi maior e ela aproveitou melhor as oportunidades. Por ser mais experiente que a Bruna, tirou vantagem disso. Mas nem por isso ela deixou de ter chances. Chegou a estar perdendo por 7 a 2, mas foi buscar o 8 a 8. Ela está de parabéns”, disse o técnico Celso Toshimi.

Bruna ainda terá a oportunidade de conquistar mais uma medalha nesta Paralimpíada. O torneio de equipes, que começa na noite desta segunda-feira, tem a participação dela na classe 9-10, ao lado de Danielle Rauen e Jennyfer Parinos. As brasileiras estreiam nas quartas de final, na terça-feira, às 22h (de Brasília), contra a Turquia. Se vencerem, terão, no mínimo, o bronze garantido.

 

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