Atletas da Seleção paralímpica e grupo da Detecção Nacional de Talentos em São Paulo. Foto: Jorge Fanck.
Por Nelson Ayres e José Augusto Assis (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
A Detecção Nacional de Talentos, que está acontecendo no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo (SP), proporcionou um momento especial para os 32 jovens mesa-tenistas olímpicos e paralímpicos que estão participando das atividades. Além dos treinamentos específicos da modalidade, nesta quinta-feira (11) a garotada pôde bater um papo com integrantes da Seleção Brasileira paralímpica, em especial, as medalhistas das últimas duas edições: Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos.
No encontro, as mesa-tenistas puderam passar detalhes sobre a história delas na modalidade, a experiência nas disputas dos Jogos Paralímpicos e sobre a emoção de subir ao pódio do megaevento. Além disso, os participantes da Detecção Nacional puderam ver as medalhas conquistadas pelas atletas: a prata na Tóquio 2020 e o bronze na Rio 2016 nos torneios individuais de Bruna; e os bronzes por equipes das três atletas nas duas edições.
Natural de Criciúma (SC), Bruna Alexandre contou para os jovens sobre os sacrifícios que teve de passar para se tornar uma atleta de alto rendimento. Ela lembrou que teve sair cedo da sua cidade natal e se abdicar da presença da família para chegar aonde chegou.
“Eu tentei explicar para eles que vai chegar um momento que exigirá deles mais sacrifícios para poder evoluir. Perguntei quantos deles não eram de São Paulo, a maioria não era. Eu disse que vai chegar a hora de deixar a nossa cidade, a família por um tempo e se dedicar somente ao esporte. Quando você faz isso, independentemente para onde você vai ou se conhece alguém, você deve confiar no trabalho diariamente, sem arrependimentos”, disse Bruna.
A medalhista lembrou quando teve de fazer a mudança para o estado de São Paulo e do apoio que teve. Para ela, esse movimento foi um grande aprendizado que fez questão de passar para os jovens.
“Quando eu vim para São Caetano do Sul (SP) foi um grande aprendizado. Aprendi tudo o que eu sei sobre alto rendimento. Tive e tenho muito apoio desde quando cheguei aqui. Muitas pessoas me ajudaram. Além disso, eu disse também que temos tudo, um centro de treinamento perfeito, equipe médica, fisioterapeuta, entre outras coisas. Então eu confiei e confio no trabalho diariamente e isso me fez e me faz jogar alegre”, lembrou a mesa-tenista.
Além disso, Bruna também falou sobre o seu desafio na carreira com a parte física e sobre todo o esforço que teve de fazer no ciclo paralímpico para Tóquio. Ela admite que se emocionou quando discursou essa parte para os participantes da Detecção de Talentos.
“Contei sobre as dificuldades que tive a parte física, que eu consegui superar e fui recompensada no Japão por todo o esforço. Eu até me emocionei um pouco”, admitiu Bruna.
E o encontro com as medalhistas foi muito produtivo para os jovens mesa-tenistas. Uma delas, Valentina Saravi, do Nipo Campo Grande-MS, contou que também se emocionou com a interação com a Seleção Brasileira paralímpica e que isso a inspira a melhorar cada vez mais.
“Foi muito interessante ter esse contato. Eu fiquei muito emocionada por ter conhecido essas pessoas que eu via na televisão e que eu sempre pensei ‘Uau! Quero conhecê-las’. Foi muito legal termos segurado as medalhas, termos ouvido as histórias deles, foi uma experiência maravilhosa para mim, um sonho”, enalteceu a atleta do Mato Grosso do Sul.
Além dela, Emanuelly Santos, do Atemel Acel Londrina-PR, também viu no encontro uma oportunidade de se inspirar a querer ir cada vez mais além.
“Eu gostei bastante do papo com elas. Eu não vou desistir do que eu quero, pois é o que eu amo, e elas me inspiraram bastante. Agora, pretendo pegar ainda mais firme mesmo que tenha de me abdicar de muitas coisas”, prometeu Emanuelly.
A Detecção Nacional de Talentos começou na última segunda-feira (8) e tem neste sábado (13) o último dia de atividades. Os 32 atletas estão sendo acompanhados por Sandro Abrão (líder de desenvolvimento), Jorge Fanck (coordenador da Detecção), a técnica Daniela Bassi, o preparador físico Leandro Ishida e Hugo Hoyama (embaixador do tênis de mesa brasileiro).
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