Bruna Alexandre e o sorriso aberto após a conquista do TMB Platinum - Campeonato Brasileiro Interclubes. Foto: Miriam Jeske.
Por Nelson Ayres (Fato&Ação) – Assessoria de Imprensa CBTM
No conto de fadas de Bruna Alexandre (SERC Santa Maria/São Caetano), ela sofre terrivelmente no início. Acima do peso, perde o Mundial e se vê questionada em sua carreira. A moça deu a volta por cima de uma maneira fantástica: além das duas medalhas paralímpicas conquistadas em Tóquio, finaliza a temporada com o título do absoluto A do TMB Platinum – Campeonato Brasileiro Interclubes, disputado em Joinville (SC).
A catarinense venceu Laura Watanabe (SERC Santa Maria/São Caetano) na final, atleta que recentemente conquistou duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos Júnior, por 3 a 1 (11/7, 8/11, 11/6 e 12/10). Esta foi a segunda vez que Bruna Alexandre faturou o título – a primeira foi em 2016, em Chapecó (SC).
Era um torneio que prometia uma disputa intensa. Além de Bruna e Laura, outra grande revelação do tênis de mesa brasileiro era postulante ao título: Giulia Takahashi (SERC Santa Maria/São Caetano), quatro medalhas nos Jogos Pan-Americanos Júnior. Fora de suas melhores condições físicas, tendo voltado de Cali no meio da semana, ela sofreu já nas quartas de final, quando passou apertado pela atleta da casa, Lhays Stolarsky (Ass.Joinvillense de Tênis de Mesa-SC), em um duríssimo 3 a 2 (10/12, 11/7, 6/11, 11/7 e 13/11).
Na semifinal, encarou a colega de clube e sua dupla nos Jogos de Cali, Laura Watanabe. Um confronto sempre equilibrado entre ambas, mas que Laura começou a ter o controle a partir do segundo set e conquistou a vaga vencendo por 3 a 1 (9/11, 12/10, 12/10 e 11/5). Bruna Alexandre, por sua vez, pavimentava o caminho para o título praticamente sem ser incomodada: perdeu apenas dois sets até a final, em um único jogo, na fase de grupos. Depois, venceu todas as adversárias por 3 a 0.
O duelo decisivo entre a jovem Laura e a paralímpica Bruna foi de altíssimo nível, sempre equilibrado na primeira metade das parciais. Porém, a atleta originária de Criciúma estava impossível na partida, com uma atuação defensiva muito consistente, passando pelo último obstáculo em 2021.
“Foi um ano muito perfeito para mim em tudo, não só na vida esportiva, mas na vida pessoal também. Com muita saúde, minha família bem também e conseguindo grandes resultados no esporte. Lembro de 2018, quando estava com 20 quilos a mais e perdi o Mundial. Foi a dor mais dolorida que já senti. Foi bom perder para aprender. Nestes últimos anos, consegui ser outra Bruna”, diz a campeã, que relembrou o que a fez mudar tanto no tênis de mesa:
“Acho que o principal que fiz nestes anos foi confiar no trabalho, quando mudei para o Centro Paralímpico, com o Paulo Molitor. Fiz a mudança de jogo e passei a jogar mais em cima da mesa. Não esperava que fosse conseguir tanta coisa neste ano. Valeu a pena todo o esforço”.
Por fim, ao ser perguntada se a próxima meta seria o ouro na Paralimpíada de 2024 ou disputar os Jogos Olímpicos, Bruna deixou um recado: “As minhas metas são as duas: quero ser campeã paralímpica e quero uma vaga na Seleção olímpica! Já conversei com o Paulo Molitor, vou me esforçar para isso, perder mais peso. É um recado para o próximo técnico que vem aí”.
O conto de fadas continua?
Veja o papo com Bruna Alexandre após o jogo final:
O TMB Platinum - Campeonato Brasileiro Interclubes tem o patrocínio das Loterias CAIXA e Tibhar; apoio da Sicredi, UniSociesc, Hotel Le Village e Prefeitura de Joinville; e parceria de mídia da Rádio 89 FM.
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